segunda-feira, 23 de agosto de 2021

AS AMENIDADES DO FÓRUM DA ÁGUA-II

 Como o consumo de água não obedece à  nenhum sistema político, o debate fica restrito aos compromissos dos seus signatários e suas promessas abstrativas diante das realidades econômicas e sociais.

A prole mundial nos últimos 50 anos, aumentou em 4 bilhões de pessoas, mesmo com a taxa média de fertilidade tendo recuada a 2 filhos para cada mulher fértil. Com efeito, a variação da pirâmide demográfica no momento da inflexão da curva populacional, exigirá necessariamente a adaptação do sistema econômico, sempre se levando em conta, como nesse caso, em que a população cresce mas o contingente ou estoque da população ativa e consumidora perde força. Não obstante, como discutir sobre a previsão de consumo de alimentos em 50% da produção mundial que a Ásia precisará consumir nas próximas duas décadas ?

A água está embutida em todo o contexto econômico e social, e portanto, a comunidade política internacional se vê obrigada a tentar manter, sem êxito, regras severas na proteção do consumo da água, tanto no setor agrícola como no industrial. Alguns dados são tão preocupantes que descartam as metas resultantes dos acordos : durante a safra brasileira de grãos de 2018/19 foram exportados 113 trilhões de litros de água nos grãos de soja e milho ; em cada tonelada de aço semi acabado são utilizados 300 mil litros de água. E ainda assim, desde 2015, a indústria mundial está sob a pressão de uma demanda que não consegue atender. 

A atividade econômica está reprimida mas não pessimista em relação ao futuro, isso porque não teria sentido.