quarta-feira, 29 de abril de 2015

ADAM SMITH OU KARL MARX, EIS A QUESTÃO

     Os primeiros passos do capitalismo foram as mudanças no processo de produção quando se definiu a propriedade e o capital como os principais fatores econômicos. Aqueles que detinham esses fatores eram os donos da produção. Smith que nasceu em 1723 propôs então que sem a presença da mão de obra não haveria produto e que a produção era resultante da capacidade humana. A partir daí ele desenvolve os processos inexistentes até então da divisão e da organização do trabalho, projetando o início da iniciativa privada, deixando claro que o liberalismo por si só  faria a distribuição homogênea da atividade econômica e do equilíbrio dos mercados.
      Quase um século depois, em 1818, nascia Mark e com ele a filosofia sobre o questionamento daquilo que é mais importante . Para o processo econômico qual deve ser a natureza envolvida; aquela de quem explora a idéia ou daquela de quem sabe desenvolver a idéia. O problema do capitalismo é o capitalista e do comunismo é a presença do Estado, o capitalista não abre mão da sua ascensão sobre o trabalhador que Mark propõe a mudança dessa tradição feudal, atribuindo ao  produto defendido por Smith muito antes o sentido valorizado da produção com a idéia do valor do trabalho, a maior valia do que é produzido pela mão de obra. Como Mark questionava o poder privado dos fatores de produção deixava aberta a porta para que o Estado avançasse no sentido da coletividade no processo econômico.
      O mundo hoje ainda não compreendeu essas idéias e mantem as distâncias através das ganâncias entre as diferenças de classes e o poder. O trabalhador não teme a mecanização nem o capital, apesar de precisar de ambos, e esses, por outro lado, nunca existirão sem o trabalhador.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

FALAR DA CIENCIA ECONÔMICA É FALAR DE MIM MESMO

      Pertenço a uma geração que pedia a benção aos pais, avós, tios e padrinhos e respeitava o irmão mais velho, era o arrimo, era aquele que substituía os pais na orfandade. Havia fartura e não existia o supermercado. Desde cedo se trabalhava ou tinha que ir pra escola, não havia outra opção. Não havia supermercado porque não havia a indústria que transforma os alimentos in natura em " coisas com sabor ". Os produtos eram vendidos em armazéns abertos ou diretos dos produtores. Não tínhamos os importados, mas o frango só era abatido após 4 meses, o boi não era chamado de precoce e o peixe era vendido na porta e o peixe não comia ração com corante. O leite era colocado na soleira, gordo e cheio de colesterol e como não havia geladeira se não fervesse azedava logo, não temos hoje mais esse tipo de problema, o leite hoje não precisa da geladeira e se conserva por 4 meses...milagre !
     Dinheiro ? Não havia cartões, cheques especiais, créditos rotativos. Só dinheiro em espécie e o crédito da pessoa que com o aperto de mão se substituía qualquer documento ou escritura. A renda total da família e as despesas eram administradas pela mãe, essa administração gerava poupança e então estudava-se os investimentos que se podia fazer conforme a visão de custo e benefício. Ora, o que ocorria é que o sentimento de " mais valia " do trabalho e salário podia ter previsões seguras de longo prazo. Essa administração doméstica não admitia irresponsabilidade.
     Esse modelo econômico ainda existe plenamente na essência, porém, manipulada e pedalada pelos governos, commodities, multinacionais, conglomerados bancários, e o corporativismo dos senhores feudais da humanidade que só não conseguem alcançar é esse meu patrimônio privado...a história que eu vivi.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O FANTASMA DA FOME ESTÁ PRÓXIMO

     
      Segundo a FAO ( Food and Agriculture Organization ) da ONU a produção agrícola mundial triplicou em 50 anos e que dessa produção 25% ou 1/4 são destinados ao consumo humano. Muitos países, inclusive o Brasil,avançaram nesse sentido, aumentando principalmente a produtividade e o fortalecimento do mercado das commodities expandindo as fronteiras agrícolas.
      Ainda assim, a mesma organização informa que neste século 21 12,5% da população mundial, algo em torno de 900 milhões de pessoas estão subnutridas em países em desenvolvimento e que 1 em cada 4 países africanos tem um atraso no crescimento por falta de nutrição da ordem de 40%. A Asia supera esse percentual, sobressaindo a India.
      A agricultura, a meu ver, sofre na raiz da sociedade, nos primeiros bancos escolares na falta de uma grande abordagem sobre a importância relativa na vida humana. Atualmente novos problemas como a seca no maior celeiro mundial, o estado da Califórnia nos EUA e a perda da reposição da mão de obra agrícola na Europa devido ao envelhecimento da população.
      Os problemas do Brasil podem ser diferentes, porém o resultado caminha no mesmo sentido. A falta de uma estrutura específica envolvendo recursos, educação, informação e políticas de programas integrados, algumas dificuldades no Brasil parecem intransponíveis como :
       1- Nos últimos 50 anos a população urbana passou de 32 milhões para 161 milhões de pessoas
       2- Na contra mão a população rural passou de 41 milhões para 30 milhões de pessoas
       3- Nesse mesmo período a agricultura familiar manteve o mesmo número de proprietários
       4- A utilização da terra por hectare também se manteve na agricultura familiar
       5- O apoio do crédito rural feito pelo PRONAF também se manteve nivelado nesse período
       6- A FAO referida anteriormente, alerta para a ameaça a segurança alimentar no Brasil devido a
            falta d'água.
      Finalmente, a reforma agrária não pode ser implantada enquanto não houver destinação orçamentária e investimentos voluntários capazes de atender todas as dificuldades de logística. Existe no mundo inteiro, dos rincões da China ao lugarejo do sertão brasileiro o drama das últimas famílias de lavradores vendo seus filhos irem embora deixando morrer a esperança dessas famílias da continuidade de uma tradição econômica da mais alta função social que é impedir que o fantasma da fome bata em nossas portas.
   
 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

NÃO SE PRATICA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA COM AMEAÇAS E MEDO

   

É lamentável que um ministro de Estado faça uma palestra para uma comissão do Congresso Nacional em defesa de uma proposta de um pacote de ajuste fiscal, com argumentos ameaçadores e medo aos senhores parlamentares. Disse ele que o país poderá perder o grau de investimentos externos caso a proposta do Executivo não seja aprovada pelo congresso. Não somos uma republiqueta, senhor ministro, A administração das contas públicas para ser palestrada numa comissão parlamentar deveria antes de pedir os votos salientar|:
          1- O Brasil é participante do grupo das cinco maiores economias emergentes do mundo ( o grupo do BRICS- Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul)
          2- O Brasil é a sétima economia do mundo
          3- Temos a quinta maior empresa do mundo
          4- Temos algumas das maiores commodities mundial
          5- Temos reservas cambiais que somam mais de 300 bilhões de dólares
          6- A arrecadação de impostos em apenas 3 meses ultrapassou meio trilhão de reais
          7- Temos imensas reservas naturais
          8- Uma população economicamente ativa que se aproxima de 80 milhôes, relação de 2,5 habitantes
          9- Temos estabilidade politica
        10- Nossas instituições constitucionais são sólidas
        11- Atitude moral em relação ao capital estrangeiro sem ameaça de nacionalizaçoes
        12- Respeito aos contratos de curto e longo prazos
        13- Todos os Estados da federação são constituídos democraticamente

      Sobre a administração das despesas públicas, será motivo de uma futura abordagem.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A APURAÇÃO DO PIB PODE CONTER ALGUMA 'PEDALADA' ?

   
É muito importante que o Governo detalhe publicamente qual é o método adotado na apuração do Produto Interno Bruto. Alem do método, convém divulgar qual a agregação de fatores na produção das commodities. Na indústria entendo que os valores devem ser o produto real, por classe como a extrativa, a de transformação, da construção civil, mecânica e automotiva. No processo produtivo da agricultura e da indústria o custo de fatores levam em conta valores de "contagem múltipla", ou seja, depreciação, desgaste de equipamentos, estoques de início do período, bens de consumo importados, subsídios e tributos e bens de capital importados. O setor de serviços envolve o comércio, o mercado financeiro, transporte e comunicação, aluguéis, turismo e principalmente a grande participação dos governos federal, estadual e municipal.
      Finalmente, os valores resultantes da renda líquida enviada para o exterior seria a resultante dos recursos recebidos do exterior menos, segundo meu entendimento, toda a dolarização embutida em nossa economia, afinal, esse fator é a diferença entre o PNB ( produto nacional bruto ) e o PIB
( produto interno bruto ).
       A minha preocupação é de que a divulgação desse indicador econômico venha a servir para interpretações indevidas sobre o desempenho da economia brasileira