sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A PAZ SOCIAL E A LUTA PELO EMPREGO

     As crises financeiras provocam profundas recessões e redução prolongada da atividade econômica. Tem se mantido assim com ligeiras recuperações pelo menos a um século, mas o que ninguém até agora concluiu, qual a causa cerne independente que sobrevoa o tempo, livrando-se das tendências pré-crise ou das evidências constatadas no pós-crise.
     Ilustres professores analisam as oscilações do produto potencial, são observações sobre o comportamento de  fatores e agentes econômicos, quando confrontados com a  atividade econômica realmente realizada; podem revelar importantes espaços para investimentos como sugere a situação econômica no momento, esses espaços não existem, devido ao pessimismo entre a oferta de capital e seus tomadores.
     No alongamento dessas opiniões sobressai a hipótese da histerese, isto é, um processo continuado de imantação entre as causas e os comportamentos dos fatores e agentes econômicos ocorridos durante e entre as crises.  Muito mais longe estão as ideias sobre hipotéticas rupturas financeiras, econômicas e sociais, conjuntura que vem se arrastando, o século XXI não conseguirá desatar os nós amontoados nos últimos dois séculos,  alguns deles são mais apertados, o mais cruel, é o emprego e o salário. Em todas as recessões o movimento de retração começa com o desemprego e redução de salário, tem sido assim nos últimos 200 anos. As causas dos impactos das experiências passadas, está na competição do mercado de mão de obra do trabalhador com o avanço sistemático da inovação tecnológica, o trabalhador ao longo da história se tornou refém desse processo produtivo e da busca da produtividade. Como a prosperidade da tecnologia dentro da produção é permanente e de alta velocidade, a qualificação da mão de obra não consegue fôlego para se adaptar aos novos métodos. Esse é o elemento fundamental causador do desemprego prolongado instalado na economia mundial desde a primeira revolução industrial... ou será que estou enganado ????
     Os efeitos prolongados entre as recessões tem como purulência , a desastrosa desaceleração do ânimo dos agentes econômicos, perdem a força de reconstruir e dessa forma, e por isso, o mundo passou a andar de lado, o sistema econômico internacional tem receio do futuro e do efeito em cadeia, e o trabalhador é arrastado para o mar das incertezas.

domingo, 18 de setembro de 2016

ESTÁ DIFÍCIL O MUNDO ALCANÇAR O PLENO EMPREGO

     A chamada "mão oculta" nos estudos de economia surge no processo econômico internacional. As doutrinas clássicas que conduziam o pensamento teórico, não imaginavam que a pirâmide demográfica representativa da massa humana consumidora, sofreria uma significativa alteração na sua forma. Por isso, acredito que novas gerações não sustentarão a força de trabalho, com a perda da contribuição de uma população ativa restante que sofre um irreversível envelhecimento. Na Europa, esse envelhecimento é o maior problema. A zona do euro registra um desemprego que alcança um total em torno de 20 milhões de trabalhadores, somado a isso, não podemos ignorar o êxodo dos refugiados, carregados com o peso do desespero, em procura da felicidade deixada para trás. Contra eles, haverão de enfrentar sentimentos nacionalistas e um povo sofrido pela angústia da cercania do desemprego. A Europa está beirando em margens muito pequenas de enormes problemas sociais, se lembrarmos que a população ativa, isto é, a força de trabalho tem recuado nos últimos 30 anos, não tem como deixarmos de afirmar que o pleno emprego é uma ocorrência fora de questão.
     Acredito que a teoria do salário e do emprego, sofrerá novas críticas, começando com o significado da mais valia do trabalho, entre as atividades meio e as atividades fim, haverá uma mudança para estabelecer os novos padrões salariais, novos conceitos de contratos para prevenir a previdência e a renda das famílias. Entraremos em uma nova era de parâmetros financeiros, até então inimagináveis.  

sábado, 17 de setembro de 2016

ESTAMOS DE FATO MUDANDO ?

     Certamente uma interpretação histórica da conjuntura econômica, indica que a grosso modo  a vida do trabalhador continua a mesma, isto é, entre o emprego e o desemprego está a sua sobrevivência. Essa minha forma de falar é um vício chamado de tautologia, repetir as mesmas questões e não se cansar na busca de explicações sobre a realização econômica do mundo.
      A economia contemporânea tem sido escrita na forma dos episódios de crises. Possivelmente , esse processo toma forma a partir da revolução industrial, quando o desemprego surge como um problema de repercussão social na malha da economia desenvolvimentista iniciada em meados do século XVII e se agrava com manifestações violentas de trabalhadores contra a sistema fabril no fim do século XVIII e início do século XIX.
     Se observarmos que em 1932, haviam 17 milhões de trabalhadores desempregados nos Estados Unidos, devido a uma grande depressão econômica americana, e hoje, o desemprego nesse mesmo país, chega  a 10 milhões de trabalhadores. O que mudou ? De um momento de tragédia sócio-econômica, para um outro momento de economia próspera, desenvolvida e líder mundial ? Poderia ainda acrescentar, que entre essas duas épocas, o leque de oportunidades disparou, criado pela imensa variedade de profissões novas e serviços. porém, os agentes promotores detentores dos sistemas produtivos, também avançaram na gula desenfreada de enriquecimento. Por isso faço uma indagação:  se hoje relativamente não existe mais desempregados nos Estados Unidos do que em 1932 ?

sábado, 10 de setembro de 2016

O CONSUMO E O AQUECIMENTO

     No final do século XVII e início do século XVIII, já se faziam estudos no Reino Unido e na França sobre o valor real da terra, por acharem de longe, ser a terra a mais importante fonte de riqueza nas sociedades,porém, tanto naquela época como hoje, a fonte de riqueza deve ser controlada pelo capital financeiro. Portanto, a questão atual do clima é conduzida por uma forte hipocrisia internacional.
     Existe uma disparada do consumo de petróleo na Ásia. Apenas a China aumentou a importação de petróleo em 14% nesse último semestre, com 7,5 milhões de barris diários. Estão investindo em projetos bilionários no norte do Brasil para escoamento das safras de grãos, dominado pelas commodities, que não olham para trás para avaliarem os efeitos colaterais da agricultura de escala, elas estão incentivando e levando euforia aos negócios de compras entre as multinacionais de defensivos agrícolas.
     Em 1980, o mercado mundial madeireiro, era dominado pelos países do sudeste asiático com 85%, seguidos pelos africanos com 10%, enquanto a América Latina contribuía com apenas 5%. Hoje, o Brasil lidera o mercado de exportação de madeira serrada tropical, oferecendo madeira certificada, isto é, árvores selecionadas tecnicamente para corte em determinada área, e por esse critério, cada área só pode ser explorada depois de 30 anos.
     Exatamente há 30 anos atrás, fiz um pequeno reflorestamento com madeiras nobres,e hoje essas árvores estão adultas, mas muito longe de qualquer valor econômico, como madeira serrada. Um pranchão serrado com 2 polegadas de espessura por 12 polegadas de largura, exige a derrubada de uma árvore com um tronco útil, com pelo menos 20 polegadas de diâmetro. Não acredito que o sistema de manejo de corte em florestas virgens, seja com apenas 30 anos. Em um Estado do norte brasileiro estão implantando um pólo industrial de móveis de alto padrão com "madeiras certificadas", e o capital investido é italiano.
     Enfim, em nome da prosperidade e do desenvolvimento, chamado de sustentável, derrubamos árvores bi-centenárias, com 2 metros de diâmetro para atender uma demanda internacional que não para de crescer. Derrubamos com elas a fauna, a flora, a biodinâmica, e não tenho dúvidas, a nossa própria vida.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

CO2... EIS A QUESTÃO

     O mundo está debruçado na questão da mudança do clima e do desenvolvimento sustentável. São dois problemas muito bem acordados pelos discursos. Sem entretanto quase nada avançar além disso. Os estudos, há muito tempo atrás, já alertavam sobre esses problemas, todavia a realidade de quem explora os recursos naturais é a necessidade de aumento da prosperidade econômica, usando para isso os meios oferecidos por grandes corporações, que atuam e são responsáveis por todo o fluxo do comércio internacional, são as commodities e as multinacionais do agronegócio, da mineração, da energia fóssil, da química, da biogenética, das matérias primas e da madeira nobre.
     Sobre essa, particularmente, existem algo em torno de 80 BILHÕES de metros cúbicos de madeira tipo A em toda a bacia amazônica brasileira para serem exploradas, representa uma margem de 30% da madeira tropical existente no mundo, vale lembrar, que as madeiras retiradas das hidroelétricas inundadas no Brasil desde 1980, somaram 90 milhões de metros cúbicos, rendendo um valor de mais de 40 bilhões de dólares.
     Existem no Brasil, códigos florestais e programas de regularização ambiental, é verdade. Mas em um único município localizado na estrada federal que liga a cidade de Brasília ao Estado do Pará, funcionam mais de 200 empresas madeireiras.
     A captura de CO2 da atmosfera é serrada indiscriminadamente, por causa de uma conta simples:  10 mil metros quadrados de madeira em pé, custa 200 dólares para retirar 38 metros cúbicos do tipo A em 200 espécies de madeira nobre.
     QUAL O FORUN CAPAZ DE ACABAR COM ISSO ? ?????

domingo, 4 de setembro de 2016

O AQUECIMENTO GLOBAL CAUSARÁ DESEMPREGO

     Aos poucos sem que percebamos, a ciência da tecnologia de ponta transportou o trabalhador para uma posição de segundo plano no conjunto de fatores de produção, isso modificou a teoria da formação dos preços dos fatores. O valor do salário na procura da mão-de-obra não é mais determinado pelo esforço, e a renda como recompensa também caiu na escala de importância relativa do processo produtivo. O trabalhador e o salário são tão secundários na conjuntura econômica mundial, que a  preocupação existente no momento com os riscos do aquecimento do clima, é dirigida apenas para o mercado de capitais. O medo dos investidores financeiros quanto aos novos projetos voltados para uma realidade ainda desconhecida de produção e consumo,  não aborda de como ficará a sociedade trabalhadora, se o mercado de capitais encolher em investimentos de bens de capital, por exemplo? ocorrerá uma depressão econômica-social no mundo.
     O fantasma do desemprego não desaparece da vida do trabalhador, quando o aquecimento provocar mudanças no processo produtivo na economia mundial, terá que caber ao capital proteger o emprego e  o salário, fontes da renda e da segurança das famílias. Sem o emprego e sem a família, sustentadores da magma da economia, imagino que o aquecimento da terra não será o pior para a humanidade.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

VIVEMOS NA ERA DO EMPREGO DESVALORIZADO

     O que significa o emprego? Os 35 milhões de desempregados existentes no Brasil, Estados Unidos e Europa, sabem muito bem o que significa amanhecer sem o seu emprego e a amargura dos seus dependentes, podendo ultrapassar 100 milhões de pessoas. Tanta força de trabalho dispensada e tanta produção perdida por falta de oportunidade.
     O mundo todo  hoje em dia, precisa do dinheiro, da moeda para se sustentar e viver, é uma corrida inglória contra um sistema cuja essência não considera o valor humano. Sou de uma época em que o dinheiro tinha  um significado bem menor do que do crédito e da palavra. Hoje estamos atrás desesperadamente do dinheiro e na frente do tempo. Entre ambos o  espaço é ocupado pela angústia.
     Arrisco dizer que os meus mestres da teoria econômica não saberiam identificar, por exemplo, o fenômeno especulativo que ocorre com o movimento atual dos gestores de fundos na Europa. Fogem com os recursos dos mercados de ações e de renda fixa, enfraquecendo ainda mais os bancos do continente. Esse movimento no ano passado aquecia o mercado europeu. Fica difícil de se entender, fora a especulação, os indicadores dessa volatilidade, que são os sinais do enfraquecimento econômico, ou uma real mudança de hábitos de consumo do povo europeu.
     A manobra de capitais, não reflete em nada o valor social, isto é, a necessidade de investimentos, geração de ativos produtivos, e a sustentação dos níveis de emprego.