sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A DIFÍCIL LUTA DOS EMERGENTES

     Os governos dos países estão atrelados à problemas que não deveriam fazer parte dos projetos de desenvolvimento. É possível que o maior de todos seja o efeito de fragilidade provocado pelo fluxo cambial, a dependência dos emergentes dos recursos externos tem relação direta com a dívida pública e com a emissão de títulos que dependem de refinanciamento.
     Existe uma insegurança dominante no mercado de fatores conduzida por um sintoma real do encolhimento da economia, com resultados nos custos das reservas cambiais em dólares. No caso dos emergentes, por serem de maior risco de investimentos, o custo dos empréstimos externos são mais altos.
     O desenvolvimento só virá se houver ajuda externa, e todos os governos emergentes sabem disso. Mesmo os países desenvolvidos estão enrolados com os níveis das suas dívidas públicas que atingem na maioria deles, em média 2,5 vezes o PIB e isso já basta que para os países pobres se preocupem, pois o dinheiro necessário para o sonhado desenvolvimento custará caro.   

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O CASTIGO POR SER POBRE

     O Brasil está impedido de seguir o seu caminho em busca do desenvolvimento. Todos os países que hoje são desenvolvidos já foram considerados também em desenvolvimento, não sofreram as pressões políticas por consumirem os combustíveis fósseis necessários para o crescimento da economia.
     Os relacionamentos com os negócios bancários dos governos desses países  tinham acessos diretos com os banqueiros, diferente das negociações atuais com as instituições monetárias como o Banco Mundial e o FMI que estabelecem  protocolos de condutas nas administrações dos governos que procuram ajuda.
     A história mundial é fértil em ironia. As nações desenvolvidas ignoram o processo de suas estratégias, quando se esforçavam para conseguir o estágio atual. Recomendam entretanto ao Brasil os padrões dos projetos, obedecendo em primeiro lugar a sustentabilidade, já enfraquecida no mundo inteiro e que devemos nos  manter assim : impedidos de explorar seus recursos naturais, entrar em seu meio ambiente e afinal, ocupar em toda a sua plenitude o território nacional.
     Aqueles que se desenvolveram às custas, todos sabem, da exaustão do meio ambiente, colocam numa encruzilhada os países mais pobres, como se esses fossem os responsáveis por uma tragédia que não tiveram participação ! As ajudas são oferecidas sobre o cabresto intervencionista, porque todo banqueiro não gosta de negócio de ajudar.
     Lembrar é necessário da fala do antigo ministro das finanças da Tanzânia : " Por que supor que os mais pobres não têm interesse na estabilidade do mundo ? é o castigo pelo crime de ser pobre ".

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

AS IDEOLOGIAS SERVEM APENAS AO ATRASO

     Como é possível o mundo continuar mergulhado em águas turvas, contaminadas por uma incerteza de qual deve ser o caminho ideológico da sociedade mundial. Esse caminho até agora tem sido marcado por conflitos que não conseguiram, mesmo assim, doutrinar o pensamento de solidariedade para o desenvolvimento.
     As crises econômicas e as pertubações de caráter político-ideológico servem para concretar o âmago dessa insegurança e o pessimismo sobre todos os fundamentos, sejam eles liberais no sentido da maior participação privada e aberto às leis de mercado, ou sociais conservadores com suas amarras no planejamento centralizado.
     A alternância de ideologias adotadas na condução dos agentes econômicos tem revelado, na minha visão, apenas um intransponível degrau construído pela concentração histórica da riqueza nas mãos de poucas pessoas. As turbulências nesse sentido representam atos no palco da história, e nós somos os apáticos espectadores.
   

sábado, 16 de novembro de 2019

O TRABALHADOR É O VILÃO DA ECONOMIA

     Por mais integrante que eu seja do pensamento capitalista, não posso deixar no passado a verdade marxista e nem ser apagada pela corrida desenfreada da tecnologia em dominar todos os campos da atividade humana.
     Não tenho medo de ser um retrógrado diante de um cenário mundial totalmente marcado por manifestações, com marcantes sinais de reivindicações sociais. São trabalhadores empregados, desempregados e desalentados. Conscientes com certeza que o salário termina antes do mês e que o mês seguinte é uma incógnita de efeito psicológico de sequela permanente.
     O sistema econômico atual, marginaliza friamente a contingência da mão de obra humana, substituindo-a pela tecnologia em toda a linha de produção e na cadeia agregada dos seus fatores até o final. É uma tendência de prognóstico visto por dois lados. Se de um lado é a ciência em benefício da sociedade, do outro é a falência da capacidade da renda familiar, cujas consequências, já estão presentes nas ruas do mundo.   

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A VIDA DO TRABALHADOR ESTÁ MUDANDO ?

     Certamente que uma interpretação histórica da conjuntura econômica, indicará que a grosso modo a vida do trabalhador continua a mesma, isto é, entre o emprego e o desemprego está a sua forma de vida e sobrevivência.
     A economia contemporânea tem sido escrita na forma dos episódios de crises. Possivelmente, esse processo toma forma a partir da revolução industrial, quando o desemprego surge como um problema de repercussão social na malha da economia desenvolvimentista iniciada em meados do século XVII e se agrava com as manifestações violentas de trabalhadores contra o sistema fabril no fim do século XVIII e início do século XIX.
     O que mudou de um momento de uma tragédia sócio-econômica para um outro momento de economia moderna e próspera globalizada ? Não restam dúvidas, que o leque de oportunidades disparou com a imensa variedade de novas profissões e serviços. O quê que não mudou foi a gula de enriquecimento dos agentes promotores e detentores dos sistemas produtivos.
     São eles afinal, que através da história, inovam qualquer coisa que se queira produzir, desde que a inovação sirva apenas para o resultado financeiro e não o social. E a sociedade continuará a sua marcha sem conseguir enxergar o caminho da justiça.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

" O MUNDO SOFRE COM AS EXPECTATIVAS CLIMÁTICAS "

     É fácil supor que em meados do século passado os economistas não imaginavam que a economia poderia ser fortemente abalada pelo aquecimento do planeta. O fato é que as grandes economias estão pela primeira vez admitindo o risco real de uma quebra geral nos parâmetros que sustentam o processo produtivo mundial.
     Essa preocupação, recai principalmente no setor de seguros do mercado de origem rural, as indenizações estão seguramente tirando grandes fatias dos lucros  por conta das expectativas de catástrofes naturais. Por causa dessas incertezas, o mercado futuro de mercadorias do setor agropecuário obriga as commodities a realizarem coberturas cada vez mais onerosas. Não é preciso dizer que os inevitáveis aumentos de preços finais ocorrerão quando ainda estiverem iniciando a fase de semeadura.
     Esse tipo de inflação é uma realidade que ameaça e ameaçará o consumidor final. A escassez de alimentos amedronta o mundo!!!. Portanto devemos estar ligados ao consumir  qualquer coisa, não podemos mais acreditar no fundamento de que as necessidades são infinitas, estamos diante de uma nova verdade do mundo.
   

sábado, 9 de novembro de 2019

A DEMOCRACIA 300 ANOS AC NÃO VINGOU

     Os pobres e os escravos faziam a maioria da composição da população da Grécia na época de Aristóteles e no entanto é dele que buscamos a sabedoria para entender o que é democracia. Uma interrogação angustiante é imaginarmos que a população grega era pouco mais do que a de uma universidade de porte médio, e mesmo assim, os filósofos sofriam em entender a sociedade.
     O difícil, diziam eles, era de como gerenciar um Estado democrático sem a perfeita definição de democracia. Ora, se a sociedade é pobre o domínio não  será democrático, e naquela época não era. O conflito girava em torno das oligarquias hereditárias. Entre elas ! A grande maioria da sociedade inferior, servia apenas como adorno lateral ou como dizia Heródoto: " na Grécia a pobreza é apenas uma hóspede ".
     Portanto, nos arrastamos pela história tentando resgatar a literatura que não serviu então para um mundo tão pequeno, ao invés do caminho que resta hoje à esse mundo unívoco, ou melhor, a necessidade fraternal do elogio ao contraditório e a solidariedade que servem como o primeiro sopro da democracia.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A POBREZA EM MEIO MUNDO

     Sempre tivemos nas mãos as soluções definitivas para a extinção da pobreza, e não seria nunca por falta de dinheiro ou de ideias. Robert Owen, socialista do século XVIII defendia a necessidade de se tornar os pobres produtivos contra a pobreza. Sabemos também que o mundo não caminhou nesse sentido, a economia se desenvolveu às margens das realidades, servindo apenas para manter a divisão desproporcional da riqueza produzida.
     Como economista não consigo defender qualquer doutrina ou ideologia política no mundo contemporâneo enquanto houver a divisão omitida, enquanto houverem rodadas de negociações comerciais, politizando apenas a questão do protecionismo entre seus pares. O interesse social dentro do comércio internacional não faz parte da agenda principal na estruturação do desenvolvimento global.
     A economia mundial nada tem feito no combate à pobreza, muito pelo contrário, são as diferenças crescentes entre os mais ricos e os mais pobres que estão tomando conta das manifestações globais. O caminho à seguir, caso não retrocedam essas manifestações, será o pensamento liberal da economia induzir o Estado a reduzir o seu tamanho à favor da sociedade.
     O debate sobre a economia mundial perde o significado enquanto virarmos as costas para os pobres, o que se faz é economia para os ricos, todos os mercados não transferem  nenhum dividendo para as populações das periferias urbanas e os governos escrevem suas leis entre vírgulas e condicionantes. 

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

AS RUAS DAS CONTENDAS INGLÓRIAS

     O que marmoriza a prosperidade é o princípio do respeito à igualdade, aquela que desiguala a desigualdade. Não existe nenhum princípio além do respeito ao trabalho, capaz de acabar com o conflito do salário justo, nem antes e nem depois de Marx.
     A introdução da máquina na produção representou a evolução do lucro, esse martelo em cima da cabeça do trabalhador passou a ser chamado de produtividade, a sua generosidade nunca chegou ao trabalhador pela divisão isonômica do lucro produzido pelo seu trabalho.
     A evolução do processo produtivo contrariou o fundamento de felicidade da teoria econômica, Marx temia pela incapacidade do trabalhador em consumir o seu próprio produto, e ele estava certo. A ideia materialista fundamentaria toda a teoria em todos os conceitos modernos de produção. Rebaixou os níveis das classes operárias à dois tipos : os tecnológicos e os não tecnológicos.
     Diferentemente das revoluções passadas, na minha visão, não haverá mais os processos de readaptações, devido as velocidades das mudanças. Com o tempo, as insatisfações sociais serão substituídas por programas assistenciais caritativos, e a humanidade seguirá o caminho inverso :
     A salvação pelo retrocesso !