sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A VORACIDADE PATOLÓGICA DO HOMEM

     Provavelmente Malthus no século XVIII não fazia ideia de quando a população consumidora do sistema econômico estaria sentindo os primeiros efeitos da mudança do planeta. É claro que vivemos assustadoramente diferente do início daquele século, como diferente também é o nascimento definitivo da preocupação por um desastre climático.
     Os 3 séculos que se seguiram, permitiram ao Homem ter o poder de inaugurar a era do Antropocentrismo, como se fosse capaz de ser dono de tudo e ter a natureza à disposição da sua ganância de riqueza sem sofrer com as consequências. Como é possível, depois de todo o esgotamento já realizado acreditarmos que o crescimento da humanidade, com os moldes de produção e consumo praticados até agora, possam ser feito para sempre com sustentabilidade.
     Toda produção econômica é exploratória da natureza e ela acaba.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

O FEUDO DO SÉCULO XXI PERTENCE AO G-7

     A reunião do G-7 nada mais é do que combinarem o loteamento do atual sistema econômico. Estão em volta de uma mesa para dividirem o lucro com o consumo excessivo e o desperdício do mundo, enquanto isso, aqueles que lutam pelas sobras não sabem que são manipulados pelas estratégias de mercado para manter as classes consumidoras divididas.
     O ciclo de dominação ainda está muito longe de acabar, se é que acabará. A diferença fica por conta da evolução de suas práticas, com novos acessórios incrementados pela ciência tecnológica. Aplicá-se o capital das famílias de destinação social em tudo que possa manter a sociedade consumidora sob o manto do império do desperdício, e dessa forma nesse mundo interligado, as diferenças de argumentos se diluem com a interposição de questões pequenas, mas potencializadas, para que a sociedade não entre no debate dos fundamentos que nos levarão, com fanal certeza, à escassez de tudo. 

sábado, 24 de agosto de 2019

" NÃO PODEMOS BLEFAR COM A COMIDA " !!!!

     É um contrassenso ou fraqueza política nos dias de hoje, se alguns políticos quiserem jogar com uma potência do setor da agropecuária. Após o acordo entre o Mercosul e a União Europeia a atitude da Alemanha e França em questionarem o acordo por conta das queimadas no Brasil, é no mínimo uma intensão de tirar alguns ganhos políticos internos.
     Atribuir ao governo brasileiro falta de responsabilidade pelos crimes ambientais em um país de dimensões maior que a própria Europa, é a maior irresponsabilidade no trato do problema. Prefiro imaginar nesse aspecto do que ver outras intensões de soberania.
     A União Europeia não pertence apenas a dois países, os vinte e oito integrantes somam mais de quinhentos e sete milhões de habitantes, desse total os dois países mencionados representam menos de 30 %. São dois países com elevadas taxas de envelhecimento, com uma relação de 50% a mais de idosos na comparação com os jovens. Vale ainda lembrar que as políticas de incentivos natalistas fracassaram, empurrando uma questão social para cima da questão econômica.
     O Brasil é um país jovem e está aproveitando as incertezas globais para se tornar o grande celeiro do mundo. O escoamento das safras agrícolas atravessam mais de quatro mil quilômetros pela região amazônica até ao norte de onde embarcam para todo o mundo. Países interessados nessa commodities vital como a China, já investiram na infra estrutura necessária.
     Se a Europa blefar, correrá o risco de ter que plantar para alimentar suas grande população de idosos. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

A FLORESTA AMAZÔNICA NÃO É A VILÃ DO MUNDO!!!!

     A Europa deveria informar quantas são as suas multinacionais que operam na região norte do Brasil além de incluir qual é a sua participação no setor de agrotóxicos na agricultura brasileira. A Europa está às portas da falência, e seus principais países estão dependurados em suas contas públicas com sérias dificuldades em resolverem as questões sociais emigratórias.
     A União Européia deve saber que acordos comerciais é uma via de mão dupla. As restrições serão sempre para os dois lados. Portanto, o difícil é saber quem perde mais ou se todos perdem.
     As causas e os efeitos do aquecimento global não surgiram dentro da Amazônia. Durante os últimos 35 anos, vivendo em um pequeno sítio de 6 hectares dentro de uma área de preservação ambiental na mata atlântica brasileira, muitas foram as vezes que me aventurei na tentativa frustante em combater o fogo no período da seca.
     O fogo inicia normalmente à noite em capoeira ou pasto e avança para a parte alta do terreno e raras vezes invade pela mata. A queimada está sempre aonde está a presença humana ( basta observar que na maioria das fotos divulgadas, percebe-se os vestígios como cercas, estradas e atividades extrativistas ou pequenas comunidades).
     A redução drástica da presença dos insetos em meu sítio, alterou visivelmente o equilíbrio das estações e da fauna local.
     Será que a culpa é da Amazônia ?
     

sábado, 17 de agosto de 2019

A AMAZÔNIA É INTERNACIONAL

     Sempre houveram estrangeiros dentro da Amazônia, e o povo brasileiro por uma irresponsável omissão não imaginava que um dia poderia se tornar corresponsável pela perda amazônica.
     Não foram apenas os franceses e holandeses que no despertar desta Nação tentaram avançar sobre nossas riquezas. Existe uma cidade na amazônia chamada Fordilândia, criada pela exploração da borracha para a segunda grande guerra.
     Tem sido assim a história não contada da floresta, lugar cobiçado por organizações de todo lenho cientifico e de indisfarçável presença da pesquisa de multinacionais em adquirir patentes na área farmacológica e cosmética. Além disso, apenas sabemos da exploração potencial de toda ordem de minérios raros e da exploração de madeiras nobres a serem consumidas pelo mundo todo.
       O mundo deve assumir sua hipocrisia. Quero ver amanhã encerrarem todas as fábricas de bens de consumo duráveis e não duráveis, ou os petroleiros aos milhares que navegam pelos oceanos, atracarem para sempre nos estaleiros ou os gigantes graneleiros não encherem mais seus tanques de soja e milho ou as usinas de carvão e gás não fornecerem mais para o inverno europeu.
      O Brasil foi a terceira nação a constituir o poder legislativo, atrás apenas da Inglaterra e os Estados Unidos, o que nos coloca como uma Nação a ser respeitada, primeiro por nós mesmos e o mundo saberá entender.
     Em 1923, quase cem anos da inauguração da ermida de São José no Rio de Janeiro, Amadeu de Beaurepaire escrevia sobre a história daquela ermida : "Depois...depois...passam os tempos, morrem os séculos, tudo muda...desprezam-se as tradições e tudo em nome do progresso e da civilização".

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A PENHORA DA AMAZÔNIA

     O Banco Mundial vem registrando a perda sistemática do PIB da economia globalizada, esse recuo é atribuído pelo banco à um possível estresse hídrico. Uma outra informação nos diz que de toda a disponibilidade de água para a irrigação, mais de 90%, é destinada às grandes propriedades rurais, isto é, essa água abastece a produção de alimento consumido pela comunidade internacional e entretanto até agora pouco havia de preocupação sobre essa questão.
     Um estudo da OCDE estima para 2050 um aumento de consumo de água em torno de 50%, podemos acrescentar diante dessa informação que, com a produção industrial nos moldes atuais, necessita de 300 caixas de 1000 litros de água para a produção de uma tonelada de aço enquanto a agricultura brasileira manda para o exterior mais de 100 trilhões de litros de água anuais contida nos grãos de soja.
     O aquecimento global é o principal vetor da emigração humana, esse movimento  transmite a real noção do desiquilíbrio no uso das riquezas naturais, junte-se à isso a prodigalidade dos governos e na fomentação de crises, e a maior de todas as crises chegará quando a escassez hídrica gerar a inflação fatal nos preços dos alimentos.
     ´Se é um rol de informações pessimistas, no entanto não podem ser descartadas, haja visto, que de repente, a opinião pública internacional tomou conhecimento que existe a Amazônia e que ela é a fiel depositária da penhora por tudo que o mundo dos ricos queimou até hoje. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

QUANDO 1% É MAIOR QUE 99%

    O espaço ocupado pela Amazônia brasileira corresponde aproximadamente à1%  do planeta Terra. Dizem que ela é o pulmão do mundo, mas não dizem o que ocorreu com os 99% do planeta desde o século XVII.
     Em primeiro lugar a indústria madeireira não surgiu no Brasil, pois a madeira acompanhou o desenvolvimento de todas as nações ricas que fazem parte do Continente Europeu. Esses países sempre aumentaram a procura por madeiras nobres de lei, elas são classificadas em seu valor pelas fibras curtas que impedem a entrada de pragas e podridão.
     Assim como o tráfico de drogas, o desmatamento só terá fim quando acabar a procura por madeiras nobres de florestas nativas.
     Enfim, em nome do desenvolvimento também chamado de sustentável, derrubamos árvores bicentenárias com 2 metros de diâmetro. Esse processo legal é o maior desastre praticado de forma oficial nas florestas brasileiras, processo conhecido por corte de madeira seletiva ou certificada.
     É um engodo que serve para desmatar sem que apareça nos registros controladores visto de cima. Somente a Amazônia legal dispõe algo em torno de 80 bilhões de metros cúbicos de madeira tipo A. Em 1980 foram retirados 90 milhões de metros cúbicos para inundações de hidroelétricas, rendendo na época 40 bilhões de dólares.
     A sustentabilidade e o desenvolvimento precisarão de novos padrões éticos de produção e consumo para poder seguir em frente. O mundo até hoje foi depredador da natureza e acorda para a salvação que só virá da Amazônia ???!!! Nesse caso cabe ao Brasil exigir royalties aos países que chegaram ao desenvolvimento na exploração industrial e poluíram a Terra. Enquanto isso, essa riqueza estará sob nossos cuidados.
     Porque os outros falharam !

     

sábado, 3 de agosto de 2019

O NÓ DO PENSAMENTO

     O nó da humanidade não se desatará, é fatal ! se parar de crescer demograficamente, morrerá... e morrerá se continuar a crescer.
     Para deixar de ser fatal, temos que retroceder. Depois de tudo que já vi em previsões, a minha conclusão factível não me conforta. O mundo acredita que o desenvolvimento sustentável garantirá o futuro, porém ninguém se atreve a projetar de como ficarão as explorações dos recursos naturais que servem como matérias primas, quando a industrialização desenfreada tomar conta de todo o Continente Asiático.
     Como o nosso destino está entregue às gerações dos jovens, caberá à elas a consciência de que precisará mudar os hábitos de consumo de forma parcimoniosamente. Será definitivamente necessário a coragem de todos para retrocederem ou morrerão vítimas da mudez, da surdez, da visão e lamentavelmente pelo falso pensamento !

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A HIPOCRISIA DO " THE ECONOMIST."

     A revista "The  Economist" faz severas críticas sobre o governo brasileiro na proteção da Amazônia. Estranhamente deixa de mencionar, talvez por um ligeiro esquecimento do passado recente, que em 1984 a primeira ministra britânica Margaret Thatcher, recomendava que os países devedores deveriam vender suas riquezas naturais para pagamento de suas dívidas.
     Naquela época, muito embora o Brasil mantivesse 35% das reservas mundiais de madeira tropical, apenas participava com menos de 3% no mercado mundial, enquanto o sudeste asiático dominava o mercado com 85%, voltados principalmente para o consumo ávido europeu e americano.
     O desmatamento é crime de toda a humanidade, e esse crime se tornou o   mostro de nossos dias pelas mãos da tecnologia desenvolvida pela economia dos países ricos. Eles são os verdadeiros vilões dos efeitos colaterais que o desmatamento causa à desprotegida humanidade.
     Façamos justiça  ao Brasil, o palco do iminente desastre mundial não será a Amazônia brasileira. Procurem os vestígios, se ainda existem, das florestas por onde passaram a insânia e a gula humana, antes de pisarem neste solo abençoado chamado Brasil.