terça-feira, 31 de maio de 2016

A PREOCUPAÇÃO COM A COMIDA DO FUTURO

     Uma antiga interpretação matemática do economista Thomas R. Malthus, nascido em 1766, dizia que enquanto a população cresce em taxas geométricas, a produção de alimentos tem taxas de crescimento aritméticas. Entendia que a cada 25 anos a população dobraria, recentemente a população do Brasil , entre 1970 e 2000, dobrou, e a implantação das favelas nas periferias das cidades, passados 200 anos. Malthus tinha a ideia de que a pobreza era culpa dos pobres, recomendava a construção de ruas estreitas para que as pessoas mais próximas, umas das outras, permitisse a facilidade da entrada das pragas, assim o equilíbrio natural fornecido pelas epidemias daria a sustentação dos níveis de alimentos. É uma cruel confirmação de um pensamento visionário.
     Podemos também, considerar que a produção mundial de grãos em torno de 3 bilhões de toneladas, alimenta em tese, cada pessoa com 300 gramas, contudo, isso é uma falácia. Em verdade, acredito que metade da população mundial não recebe esse alimento. Vale comentar, o florescimento com vigor da alimentação bovina por confinamento, representa uma maior participação do setor da pecuária no consumo total de grãos. A meta por conta dessa alimentação em confinamento, é um abate precoce em 18 meses, quando anteriormente, no pasto, era mais de 4 anos. Ora, a alteração nesses processos de alimentação na pecuária, afetará os preços do milho e da soja principalmente, temos que considerar o fato que existe no Brasil mais bois do que pessoas.  Por traz disso está a necessidade de maior produtividade, porém, o que não se leva em conta é a tendência real das safras cada vez mais mirradas, em consequência dos castigos impostos pelas estiagens prolongadas, a alteração do aquecimento, as resistências cada vez maior aos defensivos agrícolas e a dificuldade econômica da irrigação.
     Todas esses aspectos, refletem no conjunto, uma preocupante realidade : A produção de alimentos tem como função social atender as commodities e aos governos. Enquanto isso a pobreza e a fome ameaçam o futuro de uma população mundial, muito mais do que as pragas preconizadas pelo controvertido economista Thomas R. Malthus.

sábado, 28 de maio de 2016

POR QUE NÃO A QUINTA REVOLUÇÃO

     Continuarei a defender a ideia de uma maior valorização do gasto da renda das pessoas, ou melhor, de um retrocesso no atual modelo de produção e consumo da economia mundial. Não sou retrógrado, o que me preocupa é o uso da capacidade de se inventar processos de atividades produtivas em substituição a função social da mão de obra humana.
     Todas as revoluções nos processos econômicos produtivos, arrastaram consigo desastrosas crises pela presença do desemprego. e pela falência da qualidade de vida de milhões de famílias. A reunião que acontece do grupo das 7 maiores economias, está preocupada com a estimulação do crescimento mundial, esses países capitalistas estão propondo maiores gastos governamentais, entendo como uma intervenção pública na formação da renda nacional, o que indica um enfraquecimento no sistema econômico. Essa intervenção vem ocorrendo a muito tempo e nem por isso impediu que a economia mundial começasse a caminhar de lado.
     A mentalidade da sociedade consumidora no mundo ainda demora a mudar, os primeiros sinais concretos dessa mudança, deverá vir do consumidor americano, é oportuno frisar, que no momento a sua produção está voltada para dentro. Por ser a maior economia do mundo, tem em seu bojo o grande espírito da livre iniciativa, da inovação e proteção patrimonial, fundamentos primários que apenas as sociedades mais consolidadas possuem e portanto são críticos, analíticos e capazes de formularem as reformas estruturais que possam atender seus hábitos e costumes, como desejam.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O QUANTO CUSTA O SUBDESENVOLVIMENTO

     A definição sublinhada do subdesenvolvimento, como penso, é a injustiça praticada contra a sociedade. Ela é isolada pelo Estado, que a mantém  estagnada a uma renda per capita muito baixa. Essa mesma sociedade, entretanto, não vive mais, hoje em dia, na bem-aventurada ignorância sobre as condições de vida do mundo desenvolvido. Basta lembrar que as grandes empresas e commodities prosperam em países de elevados níveis de pobreza e de mortalidade infantil, e ironicamente esses indicadores acabam se transformando em complicadores de gestões.
     A notícia divulgada recentemente de que as duas maiores empresas do mundo em pesquisa, desenvolvimento e produção química de adubos, defensivos e sementes voltados para o setor agrícola, estariam se unindo, envolvendo uma soma de mais de 60 bilhões de dólares. A potência empresarial formada, segundo a notícia, aumentaria em 5 % anuais os ganhos dessa atividade .
     Diante disso, como fica declarado em um acordo desse tamanho, os seguintes aspectos:
        1) Qual a contribuição desse novo conglomerado aos países consumidores de seus produtos,como no caso o Brasil, maior consumidor mundial de agrotóxicos;
        2) Qual o compromisso com a recuperação de áreas degradadas e envenenamentos de lençóis freáticos;
        3) Qual a contribuição para a formação de mão de obra em agricultura alternativa, como a orgânica;
        4) Qual a contribuição financeira deduzida das remessas de lucros, destinadas a educação e saúde dos países pobres aonde são utilizados a produção dessa nova multinacional.
     Se o subdesenvolvimento na educação e na saúde mundial custar menos que 60 bilhões de dólares, e, caso seja errada essa minha opinião, ainda assim acredito que estarei certo, em afirmar o quanto ajudaria a educação e a saúde dos países, seus clientes, os 60 bilhões de dólares.  

domingo, 22 de maio de 2016

O FUTURO PODERÁ SER SEM EMPREGO

     O mundo tem hoje dois grandes problemas, o aquecimento global causado pela emissão de gases na atmosfera e o perigo da extinção do emprego. Alias, ambos mantem entre si estreita relação de causa e efeito. Prefiro no momento, tratar do emprego, por considerá-lo como o único agente de equilíbrio para que a sociedade seja organizada.
     Desde a antiguidade, a criação do sistema de troca envolvendo a remuneração de qualquer forma, pela contrapartida de algum trabalho produzido, condicionou a vida humana ao processo de trabalho e salário. Recentemente, abordei a questão do desemprego, naquela oportunidade fiz referência sobre a revolução industrial no final do século XVIII. A adaptação dos novos métodos de produção necessários a ocupação da força de trabalho ocorreu até o início do século XIX. A análise da essência dos objetivos entre aquela época e o que ocorre atualmente, no que diz respeito a ocupação de mão de obra, é a produtividade exigida pelo sistema econômico moderno e não mais a necessidade do emprego humano. O mestre Karl Mark, tinha a convicção de que no futuro a classe trabalhadora seria beneficiada e que o valor da produção do trabalhador fosse determinado pelo tempo de trabalho.
     O que aconteceu a partir, precisamente, depois de 1950, com o crescimento das ciências da computação, foi o surgimento do medo de uma " nova revolução cruel ", capaz de desprezar a contratação de mão de obra por nenhum preço, esse era o pensamento de Norber Wiener, um dos criadores da computação.
     A renda produzida pelo trabalho não atende mais todas as necessidades e os movimentos sindicais perdem a força política de suas revindicações. Existe um pensamento latente sendo projetado de que tanto a previdência como o emprego podem estar com seus dias contados. ´    

sábado, 21 de maio de 2016

RETROCEDER É UMA IDEIA INTELIGENTE

     A condução da vida humana em direção ao  futuro, acreditá-se, que sempre esteve nas mãos dos políticos, é possível, todavia, a história segue seu rumo independente da nossa ação e da reação. Quando um nobre cientista, no seu isolamento vê nascer uma ideia absurda de criar uma máquina capaz de substituir a habilidade do homem em produzir um objeto, ou atuar com a máxima delicadeza em uma intervenção cirúrgica de elevado risco, está dentro de sua alma iluminado o bastante, e voltado para o bem da humanidade. São exemplos de verdadeiros milagres da nossa inteligência. Como o tempo é infinito, e  a obra humana não, tanto as decisões políticas como tudo que é criado pelo homem tem prazo de validade. O poder do absorvimento é tão veloz, que o rumo dado às condições de vida, não levam mais em conta os exemplos do passado, ocorre que existe uma certeza definida por um pensamento rasteiro e fantasmagórico, batendo todos os dias em nossas portas... o que está aí é o futuro.
     É uma questão de escolha, se retrocedemos ou avançamos.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

SÓ O EMPREGO SALVA A HUMANIDADE

     Quem está empregado hoje pelo mundo afora, não deve confiar em sua estabilidade. Como posso escrever sobre o emprego na economia atual e ter que ser otimista, enquanto os indicadores gerais do mundo confirmam o contrário. Os dados fornecidos sobre taxas de desemprego mundial, são geralmente difusos, porém, as tendencias demonstradas estatisticamente, exige uma visão mais cautelosa e preocupante. Os índices de desemprego entre as 10 maiores economias representam em números aproximados, 50 milhões de trabalhadores, que trazem consigo, em média, mais 2 dependentes, assim podemos considerar que existem hoje 150 milhões de pessoas angustiadas e preocupadas com seus dias, trata-se apenas, de 10 países líderes da economia mundial.
     Mais preocupante ainda, é a visão em 25 anos do desempenho da atividade econômica mundial, a população economicamente ativa, ou seja, a força de trabalho no mundo, caiu de 66% para 63%, essa tendência, tem a meu ver, forte correlação com a concorrência da automação e com a mão de obra robótica, fatores modernos de produção, responsáveis pela melhoria da produtividade e maiores ganhos de seus proprietários.
     É provável que estejamos passando por mais uma fase pós revolução industrial, ou melhor, revolução tecnológica. A estimativa de pessoas empregadas no mundo, segundo a Organização internacional do trabalho ( OIT ) é de 1,5 bilhões. Ora, isso representa 21% da população mundial, menos de 1 pessoa para sustentar mais 4 pessoas, estimá-se também, em 200 milhões de desempregados em todo o mundo, seguindo o mesmo raciocínio, são 1 bilhão de pessoas amarguradas e preocupadas com seus dias. Enfim, podemos, dessa forma, afirmar que vivemos em um planeta subdesenvolvido, se olharmos com mais atenção o que ocorre ao nosso redor, não há como questionar essa triste realidade.

sábado, 14 de maio de 2016

OS ARES DO NACIONALISMO SOBREVOA O MUNDO

     A economia mundial terá pela frente, num curto prazo, um velho problema que mais uma vez ressurge das entranhas da história, para dificultar o progresso da qualidade de vida dos povos menos favorecidos no mundo."O NACIONALISMO." Agente poderoso, presente novamente nos acordos econômicos bilaterais e multilaterais, logo no momento em que a tecnologia das comunicações, permite a união entre as sociedades espalhadas por todos os cantos da mundo, e que através da globalização promove o desenvolvimento internacional.
     É preciso lembrar que o sentimento nacionalista sucumbe ou renasce quando os agentes econômicos dos países desenvolvidos, entram em recessão. A necessidade então, mãe de todas as hipocrisias, realiza ajudas mútuas, perdões de dívidas, fóruns, pactos comerciais e até transferências de patentes, modelo anti crise de recuperação da economia.  Se voltarmos ao passado, as crises econômicas sempre funcionaram como gatilhos para as divergências políticas, e todo esse quadro sempre teve como moldura o nacionalismo.
     Apos as guerras, as economias enfraquecem, surgem, necessariamente, os movimentos na diplomacia internacional para a formação de blocos comerciais. Associação Latino Americano de Livre Comércio (ALALC) , que viria a ser o protótipo do atual Mercosul, no mesmo sentido, o movimento europeu no fortalecimento da economia, deu início a formação do mercado comum europeu. Esse acordo, inicialmente, voltado para o livre comércio na Europa, serviu para motivar política e juridicamente a criação da União Européia.
     O que está ocorrendo na Europa, com a epopéia emigratória, poderia ser considerado como um grande fator para as divergências políticas, todavia acredito que a sinalização do fantasma chamado nacionalismo, tem um significado importante na frágil estrutura da moeda, o Euro. Não tem cabimento, as famílias pagarem aos bancos por manterem seus depósitos, provenientes de seus salários, a taxa de juros negativa praticada na Europa é um sinal perigoso de que os agentes econômicos estão permitindo a deflação, isto é, a produção está subsidiando o capital. Com o sistema econômico desequilibrado, a insegurança social, começa a caça às bruxas no exterior, é o início do sentimento protecionista dos valores internos, é a auto valorização também chamado de nacionalismo.  

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O MEDO DO DESENVOLVIMENTO

     Tenho medo das certezas da vida, muito mais do que das incertezas.
     Viajava dentro de um ônibus,  passando por uma estrada que interliga duas grandes cidades no Brasil, e comecei a observar uma enorme área de constatada baixa qualidade de vida, aonde estão sendo levantadas instalações de grandes projetos de depósitos logísticos, transportadoras, instalações industriais de reconhecidas multinacionais, gigantescos galpões modernamente construídos. É visível o nível tecnológico nas plantas de engenharia adotada naquelas construções, e, consequentemente as inovações técnicas utilizadas no funcionamento das operações a que se destinam. São os computadores e os sofisticados robôs, de inteligências avançadas, que substituem com vantagens o manuseio e a presença humana.
     O medo estava ali, diante dos meus olhos... uma grande e assustadora verdade. Qual é a contribuição direta e imediata que aquele moderno complexo tecno-industrial pode oferecer ao mar da pobreza em torno ! Uma região sem recursos adequados e suficientes de educação, discutíveis redes sanitárias, condições ambientais agressivas e uma renda média de 300 dólares que indica um baixo índice de desenvolvimento humano.
     É o medo de que o mundo pobre não possa conviver com o atropelamento que a tecnologia aplica sobre as "castas" menos favorecidas, e não se podendo conviver com essa diferença cada vez maior, em algum dia não muito distante, possa emergir uma nova revolução mundial, para voltarmos a uma condição de pelo menos podermos coar o café de nossas manhãs.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O DINHEIRO NUNCA RECONHECEU A JUSTIÇA

     Nas eras "homérica" e "helênica" da Grécia antiga, predominava a filosofia da igualdade e do desprezo pela riqueza. Platão e Aristóteles, precursores das escolas fisiocrática e clássica, lançavam então, as sementes das doutrinas capitalista, socialista e estatal. Desde a sua origem, a ciência econômica, até os dias de hoje é escrita  na formulação dos princípios da igualdade e da justiça e de seus naturais desníveis primários. Os desníveis representam o principal conteúdo da narrativa da ciência econômica, e fazem parte da vida humana. São eles, o trabalho, salário, consumo, poupança, impostos, juros e dívida. É no trato desses elementos que a história da humanidade não conseguiu a definição sobre qual a melhor doutrina, quando o sistema capitalista libera o indivíduo, o socialismo e o sistema de administração centralizada contradizem o excesso liberal. Mas se levarmos em conta, que em todos os casos, o salário, os impostos e os juros estão presentes na vida da empresa, da família e do governo, podemos então, afirmar que a busca pelo equilíbrio desses elementos é a causa fundamental de todas as doutrinas econômicas, e como tal nenhuma delas é perfeita.
     Os estudos sobre as mais antigas idéias de economia, falam da relação entre a família e a empresa, colocam o salário, os juros e os impostos, como os fundamentos elementares para qualquer que seja a ideologia, ou o sistema político adotado por uma sociedade. O salário é a remuneração mais importante entre os fatores da produção, e a procura e a oferta de trabalho significa na história, o avanço ou não para o desenvolvimento. A taxa de juros é o preço pelo qual se pode emprestar dinheiro, e não existe conceito que possa mudar a ideia de que não existe e nem nunca existiu a possibilidade de se entregar uma moeda por 1 dia de espera, sem que alguém saia ganhando ou perdendo. É a lei da usura ou da avareza. A política de juros entre todas as nações é o maior tema dos acordos comerciais e de investimentos diretos e de capital. Eleva um governo a liderança internacional e faz despencar tão rápido como subiu. Já a cobrança de impostos, é uma cobrança à força, praticada desde os fariseus e pelos senhores feudais, de lá para cá, mudaram-se os nomes dos cobradores, mas a forma da indisfarçável opulência e o fascínio do abraço da corrupção, levaram reinados, impérios, ditaduras e governos eleitos ao julgamento pesado do povo em todas as épocas.    

domingo, 1 de maio de 2016

O SALÁRIO NÃO DURA 30 DIAS

     A teoria quantitativa da moeda quer dizer que o salário deve girar em velocidade várias vezes num mesmo período de tempo, para que os preços sejam mantidos pela oferta sustentada com a maior produção de bens e serviços. Na prática ou na realidade da capacidade do salário de atender todas as necessidades...acabou. A renda pessoal não disponibiliza condições de poupança e de girar como moeda dentro do sistema financeiro, o custeio pessoal utiliza a moeda virtual como forma de financiamento do salário, com isso acumula o déficit e o endividamento futuro. O mercado de capitais funciona com base nos aportes de investidores especulativos, e as aplicações no mercado financeiro como são balizadas por títulos públicos se tornam a única opção do pequeno investidor. Historicamente, as crises econômicas ou as mudanças dos sistemas produtivos com o avanço tecnológico buscam saídas sempre pela articulação política dos níveis salariais, ou por movimentos de demissões e admissões capazes de promoverem vantagens com encargos.
     Com efeito, o salário perdeu a capacidade de gerar poupança e consequentemente, financiar o investimento público e privado.
     Somente com reformas estruturais legítimas o trabalhador será capaz de ter mais justiça remuneratória. Os trabalhadores da Europa que recebem o menor salário mínimo, recebem ainda assim, 4 vezes mais que o salário mínimo do trabalhador brasileiro. Acredito que essa diferença, será gradualmente reduzida com reformas trabalhistas, previdenciárias, e principalmente com um crescimento econômico consciente em seus fundamentos.