terça-feira, 29 de dezembro de 2020

SERÃO NECESSÁRIOS MAIS MIL ANOS ?!!!!

 Em qual quê consiste a derrota da civilização moderna diante da pobreza ?

Santo Tomás de Aquino em 1270 na Idade Média, estudava os padrões de comportamento justos da economia, suas regras e preceitos para uma condução correta na divisão da riqueza. Seis séculos mais adiante, na virada do século XIX, Alfred Marshall também estudava o que considerava o maior problema da sua época: A POBREZA !!! Questionava, para sorte nossa, se a ciência da economia seria um estudo da riqueza ou um estudo do homem. Sorte nossa, por se manter acessa a esperança, como ele próprio dizia, de que algum dia a pobreza poderia ser extinta.

Como o tempo escorre rapidamente por entre os dedos da humanidade, aproximamos de mil anos depois de Aquino e a pobreza ainda si quer foi atingida na sua alça mais elementar. Isto é, o mundo mantém inalterável a progressão positiva do alargamento da distribuição entre a riqueza e a pobreza.

A usura não é filha do capitalismo, nem embrionária de qualquer fundamento do capital, ela é produto da ganância. Na lingua espanhola o juros é denominado por "ganâncias". Parte daí que enquanto a mentalidade humana não for justa com ela mesma, ainda que passem mais mil anos, estaremos falando da pobreza.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

A TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

 Em meados do século XVIII Adam Smith publicava o livro com o título desse texto, é de elevada inspiração do mestre do pensamento econômico. Mal sabia ele entretanto, que a economia solidária sonhada, jamais se tornaria uma verdade, basta entendermos por princípio, que não existe acordo perfeito e justo e a troca só será boa se houver a equivalência relativa das necessidades.

Existe um poderoso mercado de riquezas minerais com suas cotações acompanhadas por um público específico, são os clientes do G-8. Sustentam uma população economicamente ativa em suas economias na ordem de 60%, é uma força alimentada por regiões de categorias desprotegidas mas que fazem parte dos textos acordados nos pactos comerciais entre nações de economias heterogêneas e de padrões tecnológicos desiguais.

Nessa oportunidade, lembro uma entrevista de 1979 com o professor de física Cláudio Mamanna em que manifestava sua preocupação com os aspectos da "vulnerabilidade dos parques industriais com o aumento cada vez maior da dependência da tecnologia patenteada por grupos estrangeiros".

A dominação vem pela economia, ela se baseia na classificação de "superiores" sobre os "inferiores". Atualmente o que ocorre é um conluio entre os acordos comerciais e os destinos dos fluxos financeiros. Há 4 anos atrás eu escrevia a presença da estatal chinesa COFCO no Estado de São Paulo como dona de 4 usinas sucroalcooleiras, sem nenhuma resposta protecionista nacional junto à opinião pública sobre a presença do capital estatal chinês no Brasil.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A HIPOCRISIA DE TODAS AS REVOLUÇÕES

 Não é de hoje a polêmica sobre o pensamento econômico e o seu antagonismo socialista. Essas duas partes deixaram em seus fundamentos os defeitos que escravizaram a vida humana em maior proporção que seus benefícios.

Muito maior que um impasse é a certeza de que enquanto o socialismo errou por negar o direito de propriedade e da livre iniciativa. O capitalismo, ao contrário, se movimentou no sentido oposto, desprezando o horizonte de limites que serviria como um contra ponto, marcador do equilíbrio entre a capacidade de crescimento e as necessidades reais das pessoas.

As ideias revolucionárias em nada serviram para o desenvolvimento da humanidade, até mesmo a revolução tecnológica, contém em sua extraordinária evolução sérias ameaças ao nosso planeta. Segundo um estudo publicado pela ONU em 2005, o planeta já havia perdido em 60 anos 60% de pastos, florestas, terras cultiváveis, rios, lagos, 1/3 dos recifes de coral e 1/3 de manguezais.

Continuaremos, enquanto não acabar esse ciclo de dominação da hipocrisia política, assistindo o derramamento do dinheiro no lixo, ao mesmo tempo que as diferenças marcam com segurança suas posições, não importando, por exemplo, que apenas o dinheiro gasto com um míssil balístico alimentaria cinquenta milhões de crianças pobres do planeta terra. 


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

" A PROCELA DA HUMANIDADE NÃO TEM FIM "

O grau do endividamento das famílias e dos governos não sobreviverá sem o salário. É o elemento fundamental da economia, funciona como vetor de todas as funções em que está correlacionado; até quando é levado ao empenho da renda futura ou a renda a realizar duvidosa.

É um sintoma de uma anemia econômica e social profunda, não mais de ritmo pendular, a desorganização social que o mundo atravessa extingue o salário e, a meu ver, com o surgimento da informalidade, destitui esse indicador de prosperidade econômica e de mensurador de objetivos futuros.

O trabalho informal e o desemprego formam a base da falência social e previdenciária, colocando todos os governos reféns de uma doutrina moderna de que a produtividade não tem mais correlação direta com a presença do trabalhador. Existe uma acentuada corrente pela atividade informal. É um fenômeno que percorre o mundo desde o início do século passado, desde a primeira revolução industrial, ela tem deixado um rastro irrecuperável de desemprego. Apenas nos Estados Unidos, nos últimos 40 anos foram extintas presumivelmente mais de 20 milhões de atividades profissionais.

Todos os mercados funcionam sem herdarem o valor da doutrinação do trabalho humano. As teorias mais apuradas abordam as diferenças entre oferta e demanda por qualificação ou níveis das condições tecnológicas disponíveis, as bases das teorias ortodoxas cederam lugar para o pragmatismo da política moderna do emprego.

Como será o mundo sem emprego???  

domingo, 6 de dezembro de 2020

" A SOBERANIA NUNCA CHEGOU AOS MISERÁVEIS "

 Em 1885, mais precisamente 22 anos depois do nascimento de minha avó, foi realizado em Berlim uma conferência que decidiu a "Partilha da África" para as nações europeias. Dois países  foram aquinhoados da seguinte forma: Metade do Congo, rico em diamantes, foi declarado propriedade pessoal do rei Leopoldo II da Bélgica; a França ficou com a outra metade e mais toda uma vasta região formada pela África Ocidental Francesa, África Equatorial Francesa, Somália, Marrocos e Argélia. Quase metade do Continente africano!!!

Hoje a Europa sofre com a "lei do retorno". Seus governos estão dependurados em suas contas públicas, não sabem como resolver o problema da escassez da mão de obra qualificada e ainda enfrentam a questão constitucional com a presença do êxodo dos miseráveis que estavam abandonados nas antigas colônias.

Não haverá um novo "Plano Marshall" para resolver o declínio estrutural da zona do euro. O Banco Central do bloco, estabeleceu as regras fiscais que limitam as despesas em 60% do PIB, totalmente fora da realidade. Só a França amarga um déficit de 115% do PIB e com previsões preocupantes nos pedidos de falências que podem ultrapassar os 15%, mantidas as atuais condições.

A Europa nunca mais será a mesma, posto que a partir da década de 80 do século passado, as peças do "tabuleiro de xadrez" da conjuntura política internacional passaram a ser movimentadas por outras mãos fora do âmbito europeu e seus líderes sabem disso e são incapazes de mudarem a nova ordem mundial. 


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O CAMINHO DA GEOPOLÍTICA PARA ONDE CORRE O CAPITAL- PARTE II

 A expansão acelerada da riqueza acumulada através dos ganhos da renda sobre o capital e a perda sistemática da renda sobre o trabalho, não é fenômeno esperado. O que ninguém esperava era a pulverização das oportunidades de ganhos financeiros, ancorados pela liberdade globalizada de investimentos especulativos.

O mundo moderno é moderno por ter avançado inimaginavelmente na inteligência humana ! Tão contrariamente seriam, se assim não fosse, as projeções para o final deste século que indicam o enriquecimento da Ásia, favorecendo todas as condições para um predomínio do capital movimentado no planeta na ordem de mais de 50%. Até a virada do século XX a riqueza produzida pela renda do trabalho tinha origem no Ocidente. Desde então, com mudança nos conceitos da gestão econômica na China, permitindo principalmente a entrada do capital externo, o eixo de interesse financeiro se deslocou e passou a ser dividido com o Oriente.

O mundo antes de ser moderno apenas si margeava por entre fronteiras e ali permanecia adormecido sobre antigos dogmas desde Aristóteles, e dentre esses dizia-se que os povos da Ásia, ainda que inteligentes e criativos, faltava-lhes a coragem e por isso não saiam da sujeição e escravidão perpétua.

Se a história da humanidade si contradita, convém olharmos para o futuro entendendo que na conclusão do processo da globalização não deverá haver eixos dominantes se de fato o que procuramos é a liberdade dos povos.  

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O CAMINHO DA GEOPOLÍTICA PARA ONDE CORRE O CAPITAL- PARTE I

 O movimento da riqueza mundial assinala uma tendência preocupante : nos últimos 50 anos o dinheiro dos mais ricos obteve uma progressão média de 6,4%, em termos reais, considerando a inflação no período nas economias mais ricas. Sobre a acumulação do capital, é preciso que se diga, deixou de ser um privilégio ocidental, as iniciativas da política econômica chinesa no sentido da abertura comercial, transformou e pulverizou antigos conceitos comunistas.

Se alguém ainda acredita que o pensamento markssista sobreviverá ao tempo e que a utopia da distribuição de justiça patrimonial será a salvação e paz da humanidade, convém proceder a revisão dos fatos políticos globais e a interpretação das projeções macroeconômicas amplamente assentadas por diversos trabalhos. O quadro de insegurança das políticas econômicas tem sido retratadas pela imposição das grandes potências com medidas restritivas que favorecem ao protecionismo, ao "dumping", ao subsídio e as taxações de alíquotas. São nessas condições que funciona o livre comércio, prevalecendo dos mais fortes para os mais fracos.

Essa política globalizou e atravessou o meridiano de Greenwich em direção ao Oriente. É a atividade capitalista comunista que tem permitido a acumulação da renda sobre o capital de tal ordem que se torna necessário a abertura de investimentos no exterior em infraestrutura e aquisições patrimoniais em países que vivem sufocados pela incapacidade de avançar no desenvolvimento.