terça-feira, 28 de novembro de 2017

A ANGÚSTIA ENTRE POUPAR E GASTAR

     As classes ricas e muito ricas não sofrem dessa angústia, suas satisfações são atendidas sem que não precisem renunciar a nada. As outras classes, essas lutam em sua sobrevivência entre os sonhos de consumir e as precárias sobras financeiras. Existe um elo, mais que um fenômeno é um paradoxo entre esses dois mundos, um não sobrevive sem o outro, se alimentam desde muito antes da Idade Média, então como acabar com essas diferenças: um poupa sem precisar e o outro gasta sem poder.
     Partindo-se da ideia que apenas 5% da população mundial não se angustia, a dimensão do consumo que é reprimido em todo o mundo não é si quer dimensionado pela produção, essa produção hoje em dia é tão descartável e tão cara que a pressão das necessidades andam na frente do dinheiro disponível. O efeito demonstração dos 5% privilegiados e os fatores de produção por eles também financiados são, no meu entendimento, a causa e o efeito da perda lenta e permanente do poder de poupança da sociedade salarial em todo o mundo.
     É uma regra muito antiga: uns são proprietários dos meios e por causa disso o restante vive a espera do dia seguinte.

domingo, 26 de novembro de 2017

QUANDO SE SAI DA REALIDADE O QUE SE VÊ ?

     Uma outra realidade, ou entramos nos campos verdejantes da esperança, a sensação do mundo real parece um outro mundo, não o que serve de meio para o nosso dia a dia que sobrevivemos e ainda assim ficamos esperando pelo dia de amanhã. Vou mais longe, quando às vezes acho que o mundo é composto de tantos mundos quantos são as classes de riquezas em confronto com as classes de pobreza. Não permitirei que alguém possa apresentar qualquer explicação lógica para haver uma favela ao lado de mansões, que os grandes iates possam estacionar nos portos que abrigam os desabrigados. Que hajam restaurantes com taças de cristais e talheres de prata para se servirem do que jamais assistiram de como são sofridos os processos de suas produções.
     Qual é afinal a distância entre esses dois abismos ? Deixemos de lado os tamanhos de cada economia e os tamanhos das riquezas para medirmos as intangíveis diferenças dos sentimentos de solidariedade e doação, é desse tipo de mundo que imaginamos nos campos da esperança, lugar de melhor partilhamento dos recursos materiais, que o sistema de troca ocupe um melhor espaço nos negócios. Entendo que durante toda a vida a troca seja a nossa única forma de viver, em tudo que fazemos, sobre tudo que pensamos para hoje e para sempre. Isso vale para todos.

sábado, 25 de novembro de 2017

O PATRIMÔNIO DO POVO É INTOCÁVEL!!!!!

     O que podemos esperar quando o intervencionismo se torna uma prática mundial, a não ser a transferência dos custos sociais para a própria sociedade. Como os problemas da produção representam, em verdade, a eterna busca pela riqueza, entendo então, que qualquer intervenção do Estado transfere parte da riqueza produzida pela economia para sustentação dos gastos públicos. A gestão pública depende do financiamento oriundo da poupança privada e da arrecadação de impostos, quando o governo toma empréstimo do setor privado, está se endividando com o compromisso de cunho social mais importante na vida republicana, porque isso? A poupança nacional somada ao resultado líquido das exportações impulsionam os investimentos e o desenvolvimento.
     Contudo, o governo brasileiro pretende usar o dinheiro poupado em divisas para amortizar suas dividas, considero essa decisão uma estratégia fragilizada, desde que a dívida pública não seja devidamente estratificada, para que se possa saber a que se refere o pagamento em troca de uma renúncia de investimento. Já houve até quem tivesse recomendado no passado que o Brasil vendesse suas riquezas naturais para pagamento da dívida externa, nesse caso, foi nada menos do que a senhora Margaret Thatcher, primeira ministra do Reino Unido em 1984.
     Não se deve mexer no patrimônio que não lhe pertence.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

AS COPS E OS GOVERNOS

     Acabou a COP-23, os participantes retornaram aos seus países com as bagagens recheadas com recomendações para que seus governantes colaborem na luta contra o aquecimento global, acontece e já faz bastante tempo que as principais economias e seus governos estão muito mais preocupados com suas dívidas públicas do que com o meio ambiente. O fórum tenta resolver um problema de tabuleiro de xadrez, é um problema que exige dinheiro para formação de um fundo, no momento em que a economia mundial se arrasta com uma recessão endêmica, basta a avaliação da situação das contas públicas dos 10 principais países mais poluidores da atmosfera, a soma do déficit orçamentário desses países ultrapassa os 60 trilhões de dólares e o pagamento dessa dívida exige por parte dos governos uma política monetária que traz atrelado os juros que estrangulam os investimentos e o crescimento econômico.
     A distância entre a COP e os governos é a necessidade de uma gestão contemporizadora de medidas antissociais  e programas de recuperação da atividade econômica, diante desse quadro, a meu ver, não encontro espaço nos países ricos para a devida atenção ao aquecimento global. A economia mundial  precisa limpar de vez os efeitos da crise de 1988, mas isso só será possível com o aumento da produção pela matriz energética adotada até hoje, o que se torna um contrassenso e um nó difícil de se desatar.
     Portanto, cabe que a consciência da sociedade consumidora, tome a dianteira dessa questão e inicie um permanente processo de mudança de hábitos de consumo, não podemos ficar esperando que os interesses dos ricos se sensibilizem e abram os cofres para financiar essa batalha.
   

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

SALVE A REPÚBLICA DO BRASIL !

     "Não permita Deus que eu morra" antes de ver raiar o sol de um novo dia, e poder respirar o ar, não mais da nostalgia, dos heróis republicanos brasileiros.
     A história dessa República remonta dentro de mim nomes brasileiros que souberam erguer uma nova Nação, deixando apenas os traços monárquicos escritos em livros escolares, sem que no entanto, nenhum sinal revolucionário hostil fosse assinalado. Que desçam dos seus monumentos de mármore e bronze esquecidos pelas praças nacionais, os heróis anônimos ! Foram os senhores Rodrigues Alves, Campos Sales, Prudente de Moraes e Joaquim Nabuco que deram início a trajetória que chegou até nós, nesses dias, pouco republicano.
     Então, diante da aurora desse 15 de novembro de 2017, revivo o pensamento erudito e eloquente do senhor Rui Barbosa, um dos principais fundadores da República, exatamente no momento que comemoramos 128 anos da sorte dessa praia e dessa fonte, esperança da nossa salvação de viver em liberdade.
     "Com a República mudamos de higiene; mas não mudamos de sangue. E os males de sangue não se extirpam radicalmente na primeira geração. A República precisa de ser conservadora, mas conservadora a um tempo, contra o radicalismo e contra o despotismo, contra as utopias revolucionárias e contra as usurpações administrativas. Uma Constituição sobrevivente a provas terríveis, da honra patriótica contra os refugos da monarquia inconsoláveis por não desfrutarem do fôro de príncipes na República, coveiros da realeza elevados a salvadores da democracia".
     Enfim, a emoção da vida vivida neste solo cantado por Castro Alves, é em mim a força de acreditar e sonhar o sonho de Silvio Romero em dezembro de 1900: "Para bem servir a República basta apenas um pouco de boa vontade, de bom senso e de patriotismo". 


domingo, 12 de novembro de 2017

COMO SE ADQUIRI O HÁBITO DE POUPAR ?

     Nos países mais pobres é muito difícil educar os filhos para a cultura da poupança, e eles ainda crescem dentro de uma sociedade que privilegia o consumo irresponsável, fornecido e promovido pela economia da produção desenvolvida, onde todos os seus modelos tem objetivos bem definidos de exploração da renda das famílias. As metas das multinacionais tem suas orientações voltadas para o sentido psicológico do consumidor e da sua renda produzida pelo salário. Ora! o que vemos com isso, nada mais é do que uma transferência de riqueza e o aumento das desigualdades.
     O caminho do desenvolvimento deve ser marcado pela justiça social, para isso é necessário que os investimentos destinados pelos orçamentos públicos na área da educação, fortaleçam principalmente o ensino fundamental, que os seus conteúdos projetem os resultados do comportamento financeiro tradicional dentro da família, porque entendo, que nessa fase é que se constrói os alicerceies de uma nação igual, compreensiva quanto às necessidades da sociedade consumidora interna, capaz assim de criar os meios de fortalecimento do hábito e cultura de se poupar, pois a poupança é um dos fatores da segurança familiar e por extensão a segurança nacional. 

sábado, 11 de novembro de 2017

O HOMEM, TRANSFORMADOR OU DESTRUIDOR

     Até mesmo Keynes não fazia ideia das condições tecnológicas e políticas que dominariam o mundo de hoje, ele acreditava no seu otimismo ao dizer: "Nas possibilidades econômicas para nossos netos". Provavelmente Malthus no século XVIII, diferentemente de todos os grandes pensadores da teoria econômica, também não fazia ideia de quando a população consumidora do sistema econômico estaria mudando o planeta por tanto explorar desmedidamente a natureza e o meio ambiente.
     Vivemos um pensamento assustadoramente diferente do início do século XVIII, a preocupação por um desastre climático é um risco maior do que todas as crises econômicas e financeiras. Os 3 séculos que se seguiram, permitiram ao Homem ter o poder de inaugurar a era do Antropoceno, ter a natureza à disposição da sua ganância de riqueza, achando que seria capaz de usar os recursos naturais sem sofrer com as consequências.
     O antropocentrismo deve estar na agenda principal da COP-23 em Bonn, de forma de se encontrar a base de uma resolução para o fundamento de que devemos ter o cuidado de parar enquanto é tempo, porque existem sinais latentes de que o início já começou de uma era transitória, a dúvida é saber como estaremos na próxima. 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O BRASIL É PAUTA NO FÓRUM DE BONN

     Como é possível acreditar que o crescimento da humanidade com os moldes de produção e consumo praticados até agora possa ser feito com sustentabilidade. Toda produção econômica é exploratória da natureza, e além disso, o poder político circulante nos corredores dos fóruns, atua a favor da manutenção do sistema que permita agregar valor à produção sem o menor compromisso social, e empurra para frente os debates e soluções dos problemas que afetam as condições saudáveis da vida.
     A participação brasileira na questão ambiental sofre uma barreira política dentro do próprio Congresso Nacional, existe ali uma frente parlamentar com quase 50% dos políticos das duas casas legislativas, esses votos derrubaram o Código Florestal e agem para desmontar as regras jurídicas que protegem o meio ambiente brasileiro e o seu correspondente benefício social que são garantidos até agora constitucionalmente. Os ruralistas brasileiros desejam avançar em terras protegidas para especulação agropecuária e já receberam por emendas orçamentárias 19 bilhões de reais, destinados a regularização de propriedades rurais de grilhagem na Amazônia.
     O Fórum de Bonn deve pautar a importância do sequestro de carbono natural brasileiro, as ameaças por conta do avanço da ganância depredatória tem retirado o dinheiro externo que ajuda a combater o desmatamento. Bonn deve atentar para a relação entre a abertura da Amazônia na exploração de minério com o projeto de mineração da Samarco em Minas Gerais. Um desastre igual ao de Minas Gerais no coração da Amazônia, sangrará o mundo para sempre.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A SUSTENTABILIDADE ESTÁ LONGE DE BONN

     O Brasil disponibiliza 1/3 do seu território para o setor de agropecuária aonde são derramados anualmente 2,5 milhões de toneladas de agrotóxicos, essa é uma verdade escondida no mundo inteiro, quando falamos sobre sustentabilidade e meio ambiente. É uma referência do problema da sociedade consumidora mundial, os lucros do envenenamento do alimento e da terra, resultado do faturamento de 2 bilhões de dólares em 2016 beneficiaram as famílias alemãs por duas fabricantes da Alemanha, sendo que 50% desse faturamento foi conseguido na América Latina.
     O ex vice-presidente americano Al Gore em sua cruzada sobre o aquecimento global não enfatiza  a degradação que os defensivos agrícolas provocam na natureza. Se ela morre morre o clima. A tragédia da humanidade, da maneira que penso, é que os defensivos são necessários para a produção dos alimentos em escala acelerada  enquanto destroem  o ecossistema, está ocorrendo a perda gradual da polinização natural, os riachos  estão morrendo pelo dreno das lavouras em aclive, a irrigação mecanizada está esgotando os lençóis freáticos, as queimadas para renovação de pasto e o desmatamento emitem gazes estufa e todo esse processo acaba quebrando toda a cadeia reprodutiva da natureza.
     O meu pequeno prognóstico sobre a sustentabilidade e a qualidade do clima, dependerá de um sonhado retrocesso dos hábitos e costumes da sociedade, porque a tragédia já começou no campo e seus efeitos na natureza atingirão logo a todos em qualquer lugar que vivam.

domingo, 5 de novembro de 2017

A ÁGUA NO CENTRO DE TODAS AS CRISES

     A economia mundial vive às voltas com um estrangulamento formado com a oferta de capital disponível nos mercados e os desiquilíbrios orçamentários das principais economias, enquanto isso a recuperação da atividade produtiva se mostra recessiva. Será que existem outros riscos provocando as incertezas nessa recuperação? Nunca estivemos tão inseguros para investir  em projetos que dependam dos recursos naturais e entre eles, o fornecimento e utilização da água. É um elemento natural mas que há muito tempo sofre com a contaminação produzida pelo homem. Se não bastasse essa ameaça, o Fórum Econômico Mundial avalia de forma pessimista a oferta hídrica.
     A previsão do aumento da população e da economia tem elevado grau de confiança por ser uma ordem natural de crescimento, com efeito, ela será acompanhada por uma maior demanda industrial e rural, setores cujas estruturas não conseguem dar um passo sem o abastecimento da água. Podemos acreditar que a presença da água no destino da humanidade é mais importante que as questões econômicas, porque essas não são vitais, a água é. O sistema econômico está pagando cada vez mais caro por esse fator de produção e mesmo assim  continua a escassear.   

 

sábado, 4 de novembro de 2017

OS PERIGOS DE UMA ECONOMIA INÚTIL

     A contribuição dos processos de inovação  do sistema produtivo da economia, é para que os consumidores, sem notarem, paguem duas vezes, pelo menos, pelo mesmo produto.
     David Ricardo (1820) abordava na sua teoria do salário a ideia da subsistência como base do nível salarial, dizia ainda que o salário se manteria em seu nível não elevado, em função dos hábitos e costumes dos trabalhadores, não vejo isso como uma vantagem capitalista, nos dias de hoje que justifique a um trabalhador ganhando apenas para a sua subsistência, como também é verdade que não existe trabalhador que tenha como hábito e costume gastar seu salário várias vezes pela mesma coisa.
     Da verdade até a realidade existe um universo infinito.
     Como é público e serve como exemplo, os celulares produzidos por uma empresa asiática tem como inovação o seu "designer,"para isso foi utilizado toda a capacidade instalada, sua produtividade e a força do "marketing", visando apenas o visual. O mesmo acontecendo com a indústria automobilística.  Se isso  não  caracteriza duplo pagamento por uma mesma mercadoria voltada para a exploração da renda dos trabalhadores, sem a preocupação ética com a inovação tecnológica de um produto mais inteligente, é verdadeiramente um alerta para o perigo de estarmos, sem percebermos, consumindo nosso salário de forma irresponsável a favor dos objetivos de rendimentos constantes das grandes empresas e de seus donos.