sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O ALIMENTO, A SAÚDE E A EDUCAÇÃO I

     Há um ano atrás abordei a idéia antagônica aos atuais processos dos sistemas econômicos que se interligam no mundo. O retrocesso econômico sustentável, é uma idéia que coloca a economia mundial focada principalmente na qualidade essencial da vida humana, o essencial é o alimento, a saúde e a educação, fora disso é esperar pelo fim. A economia solidária repousa no auxílio aos mais fracos e na luta contra a fome, já manifestada por João XXIII e em campanhas da FAO. Seria a transferência de excessos de produção dos países ricos para consumo dos países pobres.
     Politicamente, ainda abordava, a necessidade de ações novas comerciais que valorizassem a produção de grãos e extração de minérios. Essas transações devem conter forte poder de barganha nos acordos com países que em troca possam fornecer tecnologia e condições de expansão de mão de obra nas áreas de alimento, saúde e educação.
     O Brasil é um dos maiores parceiros internacional de alimentos e de matérias primas, um real argumento sobressai: a nossa agricultura é irrigada mesmo em períodos de estações regulares de chuvas e aumenta significativamente em anos sem chuva, esse fator deve entrar como elevado valor ambiental a ser agregado ao custo de produção. Na extração de recursos minerais a degradação do solo e do sub-solo é irrecuperável e por isso o custo de produção tem que conter um valor elevado desse agregado. Ora ! empobrecemos e envenenamos nossa terra, vendemos para quem não tem essa mercadoria, e com os preços cotados pelos poderosos, e ainda a receita não sendo  distribuída universalmente, esse processo  do sistema econômico do mundo de destruição permanente do solo e dos negócios que são  comandados por quem é o dono do capital, só levará ao empobrecimento de todos... a humanidade.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

POR QUE TANTAS CRISES ?

     A política e a economia são invenções do homem... daí.
     O governo brasileiro está pressionado pelas suas despesas obrigatórias, alcançando 89% da receita, uma variação para cima nessas despesas de 15% nos últimos 10 anos, são despesas que tem um componente do pagamento da folha de salários para mais de 13 milhões de empregados do setor público nos 3 níveis da federação, a constatação mais intrigante é de que a evolução da receita não proporcionou níveis satisfatórios para formação de poupança, o que leva ao entendimento de que a economia não é suficientemente potente na sua atividade produtiva, na estrutura de planejamento e na segurança das normas e diretrizes por parte dos agentes públicos. É importante frisar que nesse mesmo período a arrecadação de impostos foi liderada pelo IOF com um ganho real de 294% e o IRPF com 214% reais, indicando que no citado período as atividades bancárias estiveram mais aquecidas do que o setor da produção.
     A desconfiança de que com a evolução dos atuais indicadores, como a fuga do mercado de capitais para o mercado cambial, a procura de empréstimos das empresas estrangeiras no Brasil em suas matrizes para atender o capital de giro e o estancamento das remessas de lucros estejam descapitalizando perigosamente essas empresas. O mais grave é que a piora desses resultados venham a desaguar dentro das famílias, só a indústria demitiu este ano 5% do seu contingente e a economia legal registra 7,5% de desempregados.
     Isso se chama recessão ou a crise instalada no mundo entre os agentes detentores do capital e os novos conceitos de produção e consumo ?

terça-feira, 18 de agosto de 2015

CUIDAR DOS RECURSOS É CUIDAR DO FUTURO

     O mundo vive às custas das energias e das matérias primas disponíveis aonde estiverem, e os países que possuem esses recursos terão condições de conduzirem as relações internacionais de comércio.
     A história conta que o rumo das batalhas da segunda guerra mundial foi definido pelo controle do movimento essencial dos recursos que sustentavam a guerra. As invasões tinham como objetivo países que pudessem abastecer os exércitos com combustível e todas as matérias primas necessárias. Naquela época com meus 7 anos de idade participei da guerra, pois juntava sucata de alumínio, formando verdadeiras pirâmides de metal nas ruas que eram enviadas para a indústria de guerra, o Brasil foi importante também no fornecimento da borracha da Amazônia para os aliados.
     O mundo de hoje não é diferente , os países fornecedores de energia ou matéria prima são alvos dos interesses desenfreados pela exploração dessas riquezas, sobretudo a   água, a madeira, as terras raras, minerais e fontes da bio diversidade. Não basta, todavia ser proprietário das riquezas naturais, é preciso a gestão de longo prazo e da prudência da preservação da soberania, e nesse ponto, está o alicerce do desenvolvimento racional e o futuro sustentável da Nação.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A DESIGUALDADE ENTRE OS IGUAIS

    A democracia é um ponto de vista ou é o poder de poder ? Vivemos sob a lei e reinados pelos poderes do judiciário, legislativo e executivo que legalmente estabelecem suas remunerações, sempre em níveis acima dos padrões dos trabalhadores. Esses poderes são protegidos por imunidades cuidadosamente redigida na constituição, e ficam livres para barganhas políticas em que todos saem ganhando.
     E que trabalhadores são esses ? Seriam aqueles professores abnegados com a função de educar nossos filhos, ou os médicos estressados dos hospitais públicos abandonados, ou os policiais que morrem na guerra contra a bandidagem, ou os motoristas do transporte público transtornados pelo trânsito infernal, os empregados da limpeza pública, do comércio, da indústria que costumam acordar desempregados, ou os trabalhadores do campo que cuidam do nosso alimento.
     Esses são os desiguais.
     Que sustentam as colunas do regime democrático ou de qualquer outro regime político. A aristocracia segundo o filósofo Aristóteles é formada por uma sociedade política irmanada que constroem constituições viciosas e sistemas de governos combinados.
     Penso com alguma tristeza que enquanto não houver um pensamento igualitário de verdade em nossa nação não haverá democracia ou alguma forma de governo que se aproxime disso.
     Se isso for utopia o que devemos esperar no futuro ?

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O DESEMPREGO E A FOME NÃO ESPERAM O FUTURO

     Ficar esperando que os sistemas conglomerados mudem as estratégias atuais dos mercados internacionais no que se refere ao domínio de preços e estoques de  alimentos e que possam fazer uma distribuição humanitária com uso das commodities é uma perda de tempo porque a receita de todo esse movimento continua restrita nas mãos de poucos. Esses mercados não se preocupam com a falta de alimentos para aproximadamente 3 bilhões de pessoas no mundo, população essa que aumentou de 2,5 bilhões em 1950 para mais de 7 bilhões em 2010. O Oriente Médio que luta a muitas décadas para ultrapassar suas diferenças e dificuldades tinha em 1950; 100 milhões de habitantes e agora já ultrapassou com folga 400 milhões com 2/3 dessa população constituída de jovens com menos de 25 anos sem expectativa de segurança e estabilidade em seu futuro. No Brasil em 1960 a população urbana era de 32 milhões, em 2010 já alcançou a soma absurda de 161 milhões de pessoas, a população rural variou inversamente, passando de 39 para 30 milhões no mesmo período, considero essa informação alarmante sob todos os aspectos. Esse fenômeno migratório é mundial, acontecendo também na China.
     Será que a fuga em massa que está ocorrendo pelo povo africano, cujo continente tem  mais de 1 bilhão de habitantes não caracteriza o começo do fim, a tragédia de Dante, será que eles não estão nos avisando que a fome não espera pelo futuro.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O FUTURO DA ECONOMIA SEM DESEMPREGO E FOME

     A economia de mercado levou o mundo a uma grande concentração de renda e uma divisão de classes muito mais acentuada, na qual a camada mais rica se solidificou enquanto a classe média se aproximou das classes inferiores mais pobres. No início da década de 90 havia a idéia de que os países sabiam o caminho a ser seguido, imaginava-se que o livre mercado não sofreria com as regulamentações dos governos e que as privatizações não seriam engavetadas pelo planejamento econômico centralizado, acreditava-se também que o nível da tecnologia, a força do trabalho e a expansão do conhecimento seriam a estrutura de uma milagrosa dinâmica para o progresso e desenvolvimento mundial.
     Desde aquela época as crises políticas-financeiras promoveram o contrário, uma maior participação dos governos nos sistemas econômicos, o que é previsível sempre que a economia nacional é ameaçada pela recessão. Quando as informações da conjuntura do mundo são publicadas passamos a considerar que aquelas idéias apenas serviram para transformar o trabalhador em um item descartável no processo produtivo, afastando dele a possibilidade de qualificação com a presença de uma desumana e desigual competição com a automatização e a robotização. Esse quadro mundial provocou profundas consequências sociais e nascer novos pensamentos para a economia no futuro que abordarei adiante.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O VIRUS DO NOSSO PROBLEMA É PALACIANO

     Esses novos comentários sobre a inflação no Brasil são completamente desprovidos de qualquer tendência política, acredito que a forte interferência do governo como agente consumidor e fornecedor de serviços são prejudiciais ao sistema produtivo brasileiro. O índice de inflação pode ser comparado a um termômetro de medição de temperatura, as suas medições variam da normalidade ao colapso.
     Uma das causas que serviu de gatilho para o aumento acentuado dos preços foi o represamento  por conveniência política dos preços administrados pelo governo. Usando nesse caso uma explicação mais teórica, esses preços se mantiveram pelo efeito da elasticidade, forçada e proporcionando um outro efeito, esse é sobre a renda do consumidor que fica com maior capacidade de procura em bens e serviços. O governo não podendo sustentar seus preços, abriu as comportas de seus preços e tarifas, imediatamente o custo da produção foi violentamente alavancado, indexando toda a economia e reduzindo a renda líquida do consumidor final. Também  essa redução provocou um outro efeito, o da substituição na procura por bens e serviços, esse efeito-substituição é muito ruim para a economia, é um recuo na qualidade ofertada e principalmente nos níveis de salários e empregos.
     Outra causa provocada pelo governo, é a meu ver, a absurda medida de controle da inflação pelo aumento da taxa de juros, numa economia já enfraquecida, nesse caso os meios circulantes de pagamentos não estão inflados, ao contrário, a massa salarial está reprimida e criteriosamente usada.Existe ainda um paradoxo financeiro nesse momento que justifica a alta de juros referencial, como pode em plena fase de acentuada recessão econômica um banco comercial privado anunciar um lucro líquido de 6 bilhões de reais nos dois primeiros trimestres deste ano ?
     Finalmente, a dolarização de todo o sistema produtivo brasileiro deixa dúvidas sobre o saldo contábil, econômico, ambiental e social da política de comércio exterior adotada até hoje por todos os governos. Exemplo, o setor agrícola ganha na exportação quando os preços das commodities no mercado internacional estão favoráveis, se a cotação do mercado estiver em baixa anula o câmbio alto, no plantio das safras o produtor rural depende de importações de sementes, adubos, máquinas e equipamentos,regulador de crescimento, inseticidas, herbicidas e fungicidas, cujas tecnologias químicas pertencem as multinacionais do setor.
     Portanto, a origem da crise econômica financeira do país está nas decisões políticas da administração pública, são decisões sem o respaldo da opinião pública, e lamentavelmente algumas decisões são sigilosas, assim como também é lamentável o desrespeito às leis da execução orçamentária do país.