quarta-feira, 31 de julho de 2019

O VALOR DAS COISAS VITAIS

     O potencial estimado do mercado de títulos climáticos tende a ultrapassar os 100 trilhões de dólares, vejo esse número como um chamamento aos espertalhões de plantão desse mercado para as oportunidades dos chamados de "crédito de carbono e green bonds".
     É um estelionato internacional e o principal garantidor desse negócio é o Brasil. As bolsas negociadoras como a de Luxemburgo estão de olho na política lobista do meio ambiente, no sentido de impedir que países possuidores de elevado nível de qualidade ambiental, deixem de ficar como avalistas do capital tomado por aqueles títulos, enquanto os países mais poluidores fiquem protegidos como no caso específico da União Europeia que emite para a atmosfera 80% de gases, apenas em energia.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

O VALOR DAS COISAS INÚTEIS

     A doutrina cardinal de Tomás de Aquino interpreta o valor de um bem pela justiça no ato da troca. A bem da verdade, o conceito de troca avançou no sentido abstrato, mesmo com a utilidade marginal tendo fornecido novos entendimentos, ainda assim, novos elementos foram descobertos.
     A noção de valor margeia o pensamento filosófico desde Aristóteles e nada mais proposital do que cunhar o elemento tempo como medida determinante no valor de qualquer bem físico ou não. A velocidade do tempo e o consumo, juntos,  derrubaram por terra o debate histórico sobre a formação do preço. A troca não se faz mais pelo juízo  dos fatores econômicos agregados, é a noção momentânea da inutilidade, pela presença do fator tecnológico, que imprime o valor de qualquer coisa. O que dizer, em outras palavras, é quando alguma coisa foi produzida já se tornou obsoleta.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

A NECESSIDADE NÃO TEM HIPOCRISIA

     Existe uma dureza em se falar sobre duas questões fundamentais : a produção de alimento e a utilização dos recursos da terra. Qualquer que seja o debate nesse sentido, uma verdade é inquestionável, mais da metade da população mundial vive nas cidades, é urbana. Ela precisa se alimentar todos os dias, sobre essa conjunção, aliá-se a previsão para uma sociedade urbana maior em 65% para os próximos 30 anos, isso passa rápido !
     Se voltarmos no tempo, entre 1950 e 2000, o crescimento urbano foi acima de 5 vezes. Esse êxodo, alterou todos os ecossistemas. Com efeito, o surgimento de novas necessidades na organização da sociedade consumidora de alimentos trouxe no colo o problema da utilização inteligente do meio ambiente e ao mesmo tempo a revelação da sua fragilidade de difícil compreensão quando se precisa modificá-lo na busca do alimento.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

UM MUNDO CALOTEIRO

     Por preferirmos a proteção do Estado, o mundo está insuportavelmente endividado. Ficou apenas na literatura dos liberais da economia o sonho do liberalismo como modelo de prosperidade liderada pela iniciativa privada. Pior é ter medo  de torná-lo realidade, faz parte da covardia humana e da descrença que temos sobre nós mesmo.
     Funciona assim: é mais confortável transferirmos responsabilidades e nos omitirmos das informações preocupantes fornecidas pelos indicadores econômicos e sociais.
     A sociedade mundial é credora de todos os Estados no planeta algo em torno de 245 trilhões de dólares, foi ela quem forneceu esse dinheiro para que os governos de maneira pródiga gastassem. Isso é puro calote internacional, o PIB mundial representa quase 4 vezes menos, ou seja, não existe riqueza ou poupança produzida pela economia com poder de pagamento. Levemos em conta que a produção de 10 países representa 2/3 do PIB mundial, e são os principais devedores.
     A recessão mundial já a bastante tempo não sai das mesas dos fóruns econômicos, enquanto isso o modelo liberal fica com suas amarras presas ao protecionismo, essa contingência é que emperra e determina a dificuldade do comércio internacional globalizar a distribuição das riquezas e se libertar do egoismo pelo desenvolvimento.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

A VERDADE SÓ TEM UMA CARA ( continuação )

     O bom senso nos obriga a afirmar que os investimentos em infra estrutura no Brasil estão parados nas últimas 5 décadas, assim como não podemos aceitar que o agro negócio pudesse ser adotado sem o planejamento em obras de energia, logística de transporte, custos competitivos, ferrovias, portos e desregulamentações e desburocratizações. Vale lembrar que a rodovia federal ligando o centro-oeste, de Cuiabá até Santarém no Pará (BR 163), só agora está sendo concluída. Em seu projeto original seria uma ferrovia com 4 modais de integração.
     Finalmente, acho inoportuno que seja válida a crítica ao pensamento liberal do atual governo como desconstrutor do desenvolvimento adquirido nas últimas 5 décadas. Que desenvolvimento ? Um país de uma reconhecida economia fechada, sob suspeita em sua relação institucional. Quebrado pela presença do Estado nos negócios econômicos e financeiros.
     Todo governo democrático tem que estar sob a tutela de sua sociedade, é assim que uma nação enriquece. Seus indicadores econômicos e sociais são a verdade.
     É só.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A VERDADE SÓ TEM UMA CARA

     O jornal brasileiro Valor Econômico publicou em 2 de julho passado um artigo do economista Luiz Gonzaga Belluzzo sobre estratégias de desenvolvimento, citando como exemplo, as conquistas das políticas para o desenvolvimento adotadas nos últimos 50 anos no Brasil.
     Em suas considerações, salvo melhor juízo, salienta as políticas sino-asiáticas como paradigmas ao processo de crescimento. Entendo que todo o avanço no sudeste asiático não devem servir como exemplo para possíveis critérios no desenvolvimento brasileiro. O Brasil é culturalmente diferente e se não bastasse isso, as decisões em uma região diferente por si só e que abriga a metade da população mundial devem abordar idéias de sistemas de governanças estranhas para os padrões ocidentais.
     Com exceção da Coréia do Sul, a presença nos investimentos chineses dos bancos, empresas e fundos públicos nos resultados da economia não servem como balizamento na estratégia brasileira no uso do poder público no sistema financeiro. Basta lembrar que as autoridades monetárias em nosso país sempre encontraram obstáculos políticos na administração da dívida pública e a sua contabilidade deve ser rígida, sem artifícios, porque dívida é divida.
     Vejo com estranheza a afirmação sobre o " arcabouço institucional que sustentou o desenvolvimento do país ao longo de cinco décadas ".
     Tomando a educação como exemplo mais significativo, na década de 70 o Brasil tinha um PIB per capita 5  vezes maior que a Coréia do Sul, com os investimentos vigorosos em educação naquele país, na virada do século a economia coreana já tinha nos ultrapassado. Qual outra explicação diante dessa comparação que não seja o total desprezo pela eficácia e eficiência nas políticas educacionais brasileiras ?
     Ainda seguirei em minha apreciação.     
   
   

sexta-feira, 12 de julho de 2019

O MUNDO TEM DINHEIRO DEMAIS

     A melhor explicação está no fato de que ainda os bancos pagam juros negativos. Só mesmo por suspeita de que a economia mundial não está em condições garantidora, o investidor pague ao banco para guardar o seu dinheiro.Esse excesso de dinheiro disponível fora da economia tem favorecido a maior capitalização dos bancos, aumentando a liquidez do sistema financeiro internacional sem ocorrer contudo o repasse para os investimentos.
     Ao que tudo indica, quando alguém for buscar o financiamento lastreado com a cor marcada desse tipo de dinheiro, terá que pagar a compensação dos juros negativos. O fantasma que continua rondando a atividade produtiva há bastante tempo, justifica o passo de espera dos detentores do bom capital. Eles preferem a liquidez de curto prazo.
     Certamente que o fator gerado pela insegurança política mantém latente a possibilidade real de uma recessão crônica do mundo econômico, e por isso é que o dinheiro em determinadas épocas chega a ser jogado por aviões.

sábado, 6 de julho de 2019

O MUNDO ESPERANDO PELA UTI

     Se retroceder não for uma boa ideia, como o mundo do futuro haverá de resolver o problema fundamental da sua sobrevivência no consumo da água e do alimento. Não importa mais o que previsões indicam em termos demográficos, sobre quantos seremos daqui a 20,30 ou 100 anos. Com 7,5 bilhões de habitantes nossas vidas correm perigo por causa dos fenômenos climáticos mais frequentes, a continuidade do desmatamento ilegal e oficial, as secas mais longas, o reúso da água e do lixo, a necessidade das safras de grãos serem sustentadas com uso de agrotóxicos e principalmente a promoção que os sistemas econômicos desenvolvem para que possamos consumir sem parar.
     A meu ver, esse é o retrato da falência dos sistemas econômicos até agora praticados e das ideologias que se prognosticavam. Os sintomas dessa decadência são latentes, mas no entanto, vivemos em uma platéia a assistir uma fantochada de líderes, títeres que entram em nossas vidas como traças que se alimentam das ambições, indiferentes aos choros seculares da humanidade. Essa mesma humanidade tem atualmente um passivo produzido por essas políticas que haverá de pagar, da ordem de 250 trilhões de dólares, mais de 3 vezes tudo que foi produzido, ou seja, o PIB mundial que produzimos.