terça-feira, 27 de outubro de 2020

O DESENVOLVIMENTO QUE NÃO CHEGA PARA UM BILHÃO DE PESSOAS

O desenvolvimento é um projeto de longo prazo que tem início na formação de um plano diretor de Estado e não de governo. O maior desafio é o equilíbrio entre os investimentos diretos no setor da produção e as metas para os avanços sociais. E nesse aspecto é onde se encontram as distorções que retratam o permanente crescimento das diferenças entre os ricos e os pobres.
Com efeito, as informações demográficas no que se referem aos fluxos migratórios, trazem embutidas os desdobramentos negativos, provocados pelos danos sanitários insolúveis, invisíveis para todas as políticas por serem contraditórias à qualquer projeto de crescimento econômico.
Nos últimos 50 anos as pessoas que trabalhavam na agricultura mundial saíram do campo na ordem de 30%, ao mesmo tempo que a população mundial crescia em mais de 250%. O resultado esperado não poderia ser outro além do encapsulamento social em favelas pelo mundo inteiro  de um bilhão de pessoas.
Apesar de não se poder objetar esse resultado, a razão global entre capital e produção não serve como alegação para um possível crescimento, por se tratar basicamente de um êxodo rural das regiões mais pobres como África subsaariana, sul e sudeste da Ásia e América do Sul e caribe, segundo dados publicados pela ONU.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

" OS OBSTÁCULOS PARA VENCER A POBREZA"

 A necessidade de se proporcionar aos países subdesenvolvidos uma infraestrutura material  sempre ficou em segundo plano, enquanto não se discutir o problema da infraestrutura institucional e social como precondição para o desenvolvimento.

Poucos países atualmente encontram opções de estratégias na formação de capital agregado em programas de crescimento equilibrado. O primeiro caminho é a expansão industrial, e não é por acaso o que encontra maiores barreiras, devido indubitavelmente a concorrência do mundo altamente industrializado. Outros entretanto, preferem a forma mais prática, decidindo pela formação do capital social, mas que para isso sinalize algum avanço, será necessário, primeiro, dispor de transporte, comunicação, energia, serviços sociais essenciais, abastecimento e saneamento básico.

Esse arcabouço do desenvolvimento requer, vencido o pré-requisito, de recursos externos no fomento de um crescimento voltado para dentro, com aberturas de rodovias e ferrovias de longas distâncias para que haja a integração das regiões como fator modificador da dimensão temporal de um projeto de desenvolvimento e de geração de oportunidades, tão indispensáveis ao progresso material e social de um país. 




  

sábado, 17 de outubro de 2020

" O DESENVOLVIMENTO SEGUNDO OS POBRES " !!!

 Enquanto não mudarem o quadro em que se apresentam os orçamentos fiscais dos países em desenvolvimento a condução das políticas governamentais será mantida de maneira apenas para cobrir os buracos dos gastos descontrolados. 

Sem uma expectativa favorável vindo dos países desenvolvidos, fica para mais longe o início de uma conjuntura desenvolvimentista para os países pobres, porque sofrem sobretudo com o comprometimento primário do orçamento. Em alguns casos, como no Brasil, as despesas contingenciam quase 90%  do PIB, é um indicador para os investidores externos no sentido de ficarem em passo de espera aguardando a sinalização de uma sólida política fiscal e institucional.

Por outro lado, existe uma enorme e perigosa opção no financiamento da dívida pública quando os governos vão ao mercado ofertar títulos de longo prazo com risco de piorar o comprometimento do pagamento do serviço da dívida. Essa alternativa da política monetária só tem algum sucesso com uma política liberal, diminuindo o tamanho do Estado. Vale salientar que a redução acentuada do nível dos juros, anda na contra mão para o mercado de capitação de dinheiro.

Entre os emergentes, o Brasil e o México tiveram decisões públicas diferentes que servem como fator de austeridade na administração pública. Enquanto o México nos últimos 30 anos reduziu o tamanho do Estado de 1300 estatais para apenas 80, o Brasil ainda mantém mais de 400 empresas públicas nos 3 níveis de governo. O nível federal alimenta 150 estatais as custas do comprometimento da renda nacional.   

 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O DESENVOLVIMENTO CONTROVERTÍVEL

Quando se pensa em desenvolvimento vinculamos naturalmente o desejo de se descobrir a natureza e as causas da pobreza. Talvez apressamos a ideia de que sempre foi seguido o mesmo caminho para o desenvolvimento, como um quadro homogêneo, na interpretação de conceitos ou de modelos alternativos, sem considerarmos contudo a observação das circunstâncias políticas de cada época.

Foram necessários mais de cem anos para que os atuais países desenvolvidos alcançassem o estágio definitivo de desenvolvimento. Os fundamentos ortodoxos utilizados nessa conquista continuam os mesmos desde o tempo dos Estados Sacrais do Oriente aos Estados contemporâneos. Nesse caso, prevaleceram as mesmas bases políticas do movimento geopolítico concentrado na Europa.

Por ser um tema insidioso, teríamos que considerar a conquista do desenvolvimento como um processo solidário, sem que isoladamente não se pudesse fazer essa travessia intransponível. O medo por entre as economias dos países ricos afeta diretamente os investimentos fora da segurança técnica formada pela correlação capital e produção. E nesse ponto começa a insuperável barreira para os atuais postulantes ao desenvolvimento.

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A CULPA É SEMPRE DOS POBRES !!

 O conceito de " Um Mundo Só " jamais sairia do universo da imaginação sem que houvesse a inversão da tendência do protecionismo dos consumidores industriais do Ocidente, sobretudo por serem desesperadamente clientes do petróleo e de todas as matérias primas e de todas as fontes de energia. Estejam aonde estiverem, seus lobistas estarão presentes preparando os contratos dentro da lei ou não.

Não existe consciência de moralidade quando o assunto é a necessidade de consumir energia, e o que não é segredo de Estado para ninguém, só acontece nos países pobres.

Por volta de 1980, o chanceler alemão Willy Brandt, sem conhecer o Terceiro Mundo e em meio a questionáveis argumentos políticos, defendia como verdade, que os ricos não poderiam progredir sem o progresso dos pobres. 

Ele estava certo, mas os senhores donos de um feudo chamado mundo não estavam, como nunca estiveram. O protecionismo da máquina industrial tem como base a segurança, em qualquer circunstância, do rigoroso fornecimento do petróleo que atualmente é transportado por 3.500 petroleiros em condições de movimentarem o consumo de 100 milhões de barris por dia.

Esse movimento tem como suporte a garantia ideológica das transações bancárias, capazes de fomentarem inexplicáveis crises nos mercados, e o êmulo que deveria combater essa sufocante dependência não passa de uma reação míope das políticas dos países que alimentam essa máquina.

Enquanto durar esse estado de coisas, os países industriais de economias desenvolvidas, estarão ditando as regras do jogo. Não importando para ninguém, sabedores que são, continuarão à sujar a atmosfera, o meio ambiente e depositar em outros países os contêineres de lixo nuclear, envolvendo as nações dos cinco continentes e cinicamente transferindo a culpa para os pobres.   

sábado, 3 de outubro de 2020

" O POVO DE UMA REGIÃO ESQUECIDA "

 O Brasil corre perigo por falta da compreensão do povo brasileiro de que a Amazônia não está localizada no litoral do Atlântico. Ela está mais próxima da Europa ou da Ásia do que da praia ensolarada de Copacabana. Em outras palavras : o mundo inteiro conhece mais a Amazônia de quem vive no sudeste brasileiro.

Essa região tem um território que corresponde a 45% do total nacional e tem aproximadamente 10% da população. A renda per capita observada sugere que mantida a estagnação do desenvolvimento o salário deixará de ser o indicador de prosperidade econômico e incapaz de mensurar objetivos futuros. A taxa de crescimento da renda em relação a taxa de crescimento da população revela um empobrecimento econômico comprovado tanto pelo elevado índice de Gini (0,65), como pela curva de Lorenz, com significado desvio da reta que mede a distribuição da renda.

Resta saber o que a sociedade brasileira quer e se manifeste com responsabilidade sobre o destino da Amazônia.

Ou a integramos com projetos e programas de desenvolvimento econômico e social, em condições de se reconhecer que os 25 milhões de habitantes daquela região fazem parte da realidade constitucional brasileira, mas para que isso aconteça, devemos ter o desprendimento nacional de interligarmos definitivamente por terra essa parte do Brasil. A omissão desse isolamento absurdo e irresponsável resultará na entrega do nosso destino aos interesses alheios.




   

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

" A PARTILHA DO BRASIL "

O mundo é outro ? Ninguém manda mais nesse mundo e o comércio não serve mais para criar colônias e impérios ???

O candidato democrata americano como vários líderes mundiais ainda pensam que estão no século XIX, e o restante do mundo apenas gentis servos.

Esse senhor, maior que a sua arrogância, é o seu juízo anacrônico em pensar que o Brasil fazia parte da Partilha da África realizada em 1884 na Conferência de Berlim. Vale ressaltar com desprezo que os 15 países que fizeram parte daquele evento são os mesmos que hoje avançam sobre a soberania brasileira na Amazônia. Esse ataque contra o território brasileiro tem sido comprovado por declarações públicas intimidadoras durante pelo menos os últimos 100 anos.

O que há de estranho na comparação com o domínio colonial africano feito pelos países europeus é a diferença de propósitos. Na África foi descaradamente a necessidade de salvaguardar o comércio exploratório das riquezas africanas. A França ocupou uma área denominada "África Ocidental Francesa", abrangendo quase 1/3 de todo o território africano !!!

A intenção atual vem com a narrativa da questão do aquecimento global, porém com o mesmo argumento ambicioso, encobertado pela hipocrisia de velhacos tiranetes da política mundial.

O candidato americano, por decência, deveria dizer que o seu país tem a obrigação de reduzir o prejuízo que causa ao clima mundial e não vincular a floresta amazônica para a manutenção do seu processo criminoso diante de uma região afastada até agora do poder e do processo político brasileiro, que será abordada mais adiante.