terça-feira, 23 de junho de 2015

A PREVIDÊNCIA SOCIAL EXIGE UMA PROFUNDA E PREOCUPANTE DISCUSSÃO

     O regime de previdência requer uma participação solidária e justa, gerida pelo governo. Ao se abordar a presença do governo na formulação da justiça social, podemos remontar aos primórdios do nascimento do pensamento filosófico em Sócrates : " A procura pela justiça transcende à capacidade humana, a justiça é eventualmente a solução de interesses contra a virtude que não tem senhor : adere a quem a honra, e foge do que a menospreza. Cada qual responde por sua escolha: Deus é inocente ".
     A justiça previdenciária não deve ser resultado de cálculos atuariais somente, no uso das variáveis fundamentais como a expectativa de vida, o número de contribuintes e o número de beneficiários. Entre a filosofia do mestre e o interesse em nome da justiça existe inúmeros fatores e argumentos que devem instrumentalizar este debate.
1- A população em idade ativa variou de 72 milhões em 1992 para 110 milhões em 2014;
2- A população economicamente ativa de 47%, correspondente a 80 milhões de pessoas para um
    total de 200 milhões de habitantes de uma mão de obra de baixa formação enquanto em alguns
    países desenvolvidos o percentual chega a 75% da PEA de mão de obra qualificada;
3- A taxa de crescimento da população brasileira variou de 3,2% em 1961 para 1,2% em 2014;
4- Em 2010 o Brasil tinha um IDH ( índice desenvolvimento humano ) de 0,73 para valores que
    variam entre 0 e 1, considerado elevado pela ONU aonde são citados EUA, Canadá, Noruega,
    Suécia, Áustria e França com índices acima de 0,90;
5- Esse índice é obtido levando-se em conta 3 variáveis :
          Vida longa e saudável
          Acesso ao conhecimento
          Padrão de vida
6- O número de contribuintes para a previdência pessoa física em 2013 chegou a 70 milhões de
     pessoas e o número de contribuintes empregados em 2013 era de 56 milhões, com 4% rural
     29% na indústria e 67% em serviços;
7- A composição por classe salarial destaca que 92% dos contribuintes recebem até 5 pisos e de
    3% acima de 10 pisos ( 788 reais );
8- Os dados contábeis fornecidos pelo INSS revelam que em 2013 a receita total chegou a 387
    bilhões de reais enquanto a despesa total alcançou 398 bilhões de reais;
9- Outra informação contábil significante é que as despesas correntes em 2013, abatidos os
     benefícios pagos, registraram um percentual de 25% o que corresponde algo em torno de 100
     bilhões de reais
     Esta discussão está a disposição de todos nós porque faz parte dos nossos projetos de vida,
contudo, as minhas considerações sobre os itens alinhados farei em outro texto.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A POLÍTICA ECONÔMICA DO BRASIL E A TEORIA APLICADA SÃO ANTAGÔNICAS

     Segundo foi noticiado, teria a chefe do executivo brasileiro recomendado que o povo não pare de consumir, no sentido está claro, de reativar a economia. Alguém deveria informar ao governo que o consumidor está sendo vítima de um processo altamente destruidor do nível de sua renda. A renda nacional de quem trabalha e de quem está aposentado, é taxada compulsoriamente, somadas as quatro alícotas do imposto de renda, em 59 %; da mesma forma, a soma das três alícotas do recolhimento do INSS é igual a 28 %, e os 9 % da inflação que corroem os salários, e gera desemprego em todos os níveis da economia com a perda consequente do poder de revindicação de níveis reais de salários e as outras despesas fixas do trabalhador, todos esses fatores de taxação deixam  as famílias à beira do endividamento e sem poder consumir e muito menos poupar. Convém acrescentar que existe uma máxima sobre emprego e salário que diz : Em época de prosperidade quem manda é o empregado e em época de dificuldade da economia quem manda é o patrão.
     O governo brasileiro não sabe poupar e está impedindo que o povo faça poupança, essa situação dá a entender que os governantes nunca abriram qualquer livro sobre a mais simples teoria da economia, como, por exemplo, aquele gráfico simples de 90 graus no qual a reta de 45 graus que divide o gráfico em partes iguais, está indicando o equilíbrio econômico entre as coordenadas que medem as receitas e as despesas de uma pessoa, de uma família, de um governo e até de um grupo de países como a União européia. Fico pensativo se de fato alguém se preocupa com isso no governo.

LIBERDADE...LIBERDADE... ABRE AS ASAS SOBRE NÓS

     A condição imposta por códigos, estatutos, regimentos, normas e todos os tipos de restrições legais turva somente a luz suprema dos pobres, e esses pobres recebem pelo outro lado o desprezo e a cegueira dos ricos e por aqueles que eventualmente ou perpetualmente estão sempre de braços dados com o poder. Esses são herdeiros de dinastias, donos do livre arbítrio de alterarem a carta magna do país, sem ao menos ouvir a opinião revelada por plesbicito daqueles que os elegem, e executam reformas políticas,que de forma acachapante só fortalecem o corporativismo e a melancólica sensação de que vivemos em uma ditadura democrática. Não existe nenhuma surpresa a cada posse no Brasil no que se refere ao desenvolvimento social e político. Porque, por exemplo, a atual opinião mundial diz que o Brasil é um país emergente. Se é emergente é porque ainda estamos mergulhados na pobreza social, na fraqueza da constituição e do sistema político, da escravatura da ordem externa e de principalmente do abandono à educação qualificada. Não adianta levantar dados de caráter político sobre a situação do país, quando sabemos que a nossa indústria de base é sustentatada por investimentos de capital externo. Como pedir à engenharia brasileira que  descubra a formação de novas patentes, se durante o processo de pesquisa são os catálogos estrangeiros que se abrem.
     O meu pensamento é sustentado por um princípio de berço nacionalista sobre a formação e uso de patentes. Nunca repudiei o conhecimento e a cultura dos outros povos que consumimos, como não poderia fechar a janela para o mundo que tem através da história melhorado a vida humana. A juventude deve dizer ao empresário o que ele deve produzir e não a mídia que é contratada pelos grandes conglomerados internacionais que nunca se importaram em mutilar os valores nacionais históricos e culturais de qualquer país e sem apreço aos valores e aos sentimentos originais da nação.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O CONHECIMENTO É UNIVERSAL E O ACESSO A TECNOLOGIA É LIVRE A TODOS OS POVOS

     Essa premissa é um dos fundamentos voltado para a formação de um mercado global e tem sido política e academicamente muito defendido, ocorre que isso também representaria um desenvolvimento global, e não existe isso na realidade. As 7 maiores economias do mundo preservam seus interesses, liberando para os países menos desenvolvidos o conhecimento inútil e patenteando o que é útil. Quando se diz que o uso de patentes estrangeiras ajuda a queimar etapas do crescimento e a produtividade, não se menciona também que está se pagando aluguel, outra forma de dizer é que ganhamos na produção e perdemos no aumento da dívida externa. Um aspecto crucial é que a inteligência usada pela engenharia nacional é estrangeira, já que existe uma grande dependência contida em todos os catálogos abertos de tecnologia.
     A economia brasileira tem alto grau de participação externa na produção final de bens e serviços, no setor agrícola podemos considerar que apenas a mão de obra é nacional e que o restante depende de importação. Isso, no meu entendimento, é o principal cadeado a ser aberto pelos 7 grandes do mundo, e acho difícil que isso venha a ocorrer. Continuaremos fabricando o inútil e comprando o útil, ou os países produtores de matérias primas( um dos três pilares da economia ) fundarem uma organização de poder de barganha mundial, um modelo como o da OPEP que é o maior exemplo de fortalecimento e valorização daqueles países que produzem o petróleo.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

A AGUA E A MADEIRA AINDA TEMOS SÓ NÃO SABEMOS ATÉ QUANDO

     No final do ano de 1980 esteve no Brasil uma delegação de empresários europeus para negociar  junto ao IBDF  (Instituto brasileiro de desenvolvimento florestal) e do grupo CAPEMI (Caixa de previdência e benefícios ). A visita tinha como objetivo conhecer uma região de 65 mil hectares que seria inundada pela hidrelétrica de Tucuruí, de onde seriam extraídos 5,6 milhões de metros cúbicos de madeira de primeira qualidade. Naquela época os mercados norte americano e europeu estavam sabidamente ávidos por madeira, uma vez que o grande produtor de madeira, então, era a Tailândia que atravessava por uma crise política. Na década seguinte já haviam mais de 200 madeireiras vindas daquela região autorizadas pelo governo brasileiro. Alem de Tucuruí haviam mais 6 outros projetos a serem desenvolvidos na Amazônia para os 20 anos seguintes. Como exemplo, a hidrelétrica de Balbina o potencial madeireiro era duas vezes superior a Tucuruí, cabe salientar que todos esses projetos mencionados, juntos, representavam um volume de 90 milhões de metros cúbicos de madeira tipo " A ", algo avaliado para a época em 30 bilhões de dólares.
     O passado não perdoa os erros cometidos pelo uso dos nossos recursos, e a hipocrisia em se afirmar que todos esses projetos juntos não agridem o eco sistema brasileiro, que naturalmente, abala a economia e  é respondida pela situação que vivemos hoje. Agora, quem ganha ou ganhou com esses projetos não sabemos, mas quem perdeu e perde sabemos muito bem.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O PERIGO DE UM AJUSTE MAL FORMULADO

     Jogue-se uma pequena pedra no meio da maior lagoa do mundo e a primeira onda que ela formar, um dia, irá tocar toda a praia dessa lagoa. Essa analogia tem servido à ciência econômica para explicar que um ato e fato que se provoca, a todos, aquela onda alcançará inarredavelmente. Na medida que essa onda de choque avança, vão ocorrendo alterações no sistema econômico causadas pelos efeitos inerentes às variações da renda, da substituição e do preço, esses 3 efeitos podem adquirir maior ou menor magnitude, em função é claro, do nível do choque provocado. No caso atual brasileiro, entendo que a proposta de ajuste fiscal do governo, visando o equilíbrio das contas de crédito e débito, devem obedecer rigorosamente aos acertos nos elementos financeiros que as alçadas governamentais fizeram desrespeitando a lei de responsabilidade fiscal. É muito perigoso num período debilitado, atropelar o processo econômico, que tem como locomotiva o próprio governo, que é lamentavelmente, o maior cliente do setor privado. Sobretudo a renda e o prêço são itens imexíveis, caso contrário aquela onda pode virar uma TSUNAMI.