SERÃO NECESSÁRIOS MAIS MIL ANOS ?!!!!

 Em qual quê consiste a derrota da civilização moderna diante da pobreza ?

Santo Tomás de Aquino em 1270 na Idade Média, estudava os padrões de comportamento justos da economia, suas regras e preceitos para uma condução correta na divisão da riqueza. Seis séculos mais adiante, na virada do século XIX, Alfred Marshall também estudava o que considerava o maior problema da sua época: A POBREZA !!! Questionava, para sorte nossa, se a ciência da economia seria um estudo da riqueza ou um estudo do homem. Sorte nossa, por se manter acessa a esperança, como ele próprio dizia, de que algum dia a pobreza poderia ser extinta.

Como o tempo escorre rapidamente por entre os dedos da humanidade, aproximamos de mil anos depois de Aquino e a pobreza ainda si quer foi atingida na sua alça mais elementar. Isto é, o mundo mantém inalterável a progressão positiva do alargamento da distribuição entre a riqueza e a pobreza.

A usura não é filha do capitalismo, nem embrionária de qualquer fundamento do capital, ela é produto da ganância. Na lingua espanhola o juros é denominado por "ganâncias". Parte daí que enquanto a mentalidade humana não for justa com ela mesma, ainda que passem mais mil anos, estaremos falando da pobreza.

A TEORIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

 Em meados do século XVIII Adam Smith publicava o livro com o título desse texto, é de elevada inspiração do mestre do pensamento econômico. Mal sabia ele entretanto, que a economia solidária sonhada, jamais se tornaria uma verdade, basta entendermos por princípio, que não existe acordo perfeito e justo e a troca só será boa se houver a equivalência relativa das necessidades.

Existe um poderoso mercado de riquezas minerais com suas cotações acompanhadas por um público específico, são os clientes do G-8. Sustentam uma população economicamente ativa em suas economias na ordem de 60%, é uma força alimentada por regiões de categorias desprotegidas mas que fazem parte dos textos acordados nos pactos comerciais entre nações de economias heterogêneas e de padrões tecnológicos desiguais.

Nessa oportunidade, lembro uma entrevista de 1979 com o professor de física Cláudio Mamanna em que manifestava sua preocupação com os aspectos da "vulnerabilidade dos parques industriais com o aumento cada vez maior da dependência da tecnologia patenteada por grupos estrangeiros".

A dominação vem pela economia, ela se baseia na classificação de "superiores" sobre os "inferiores". Atualmente o que ocorre é um conluio entre os acordos comerciais e os destinos dos fluxos financeiros. Há 4 anos atrás eu escrevia a presença da estatal chinesa COFCO no Estado de São Paulo como dona de 4 usinas sucroalcooleiras, sem nenhuma resposta protecionista nacional junto à opinião pública sobre a presença do capital estatal chinês no Brasil.

A HIPOCRISIA DE TODAS AS REVOLUÇÕES

 Não é de hoje a polêmica sobre o pensamento econômico e o seu antagonismo socialista. Essas duas partes deixaram em seus fundamentos os defeitos que escravizaram a vida humana em maior proporção que seus benefícios.

Muito maior que um impasse é a certeza de que enquanto o socialismo errou por negar o direito de propriedade e da livre iniciativa. O capitalismo, ao contrário, se movimentou no sentido oposto, desprezando o horizonte de limites que serviria como um contra ponto, marcador do equilíbrio entre a capacidade de crescimento e as necessidades reais das pessoas.

As ideias revolucionárias em nada serviram para o desenvolvimento da humanidade, até mesmo a revolução tecnológica, contém em sua extraordinária evolução sérias ameaças ao nosso planeta. Segundo um estudo publicado pela ONU em 2005, o planeta já havia perdido em 60 anos 60% de pastos, florestas, terras cultiváveis, rios, lagos, 1/3 dos recifes de coral e 1/3 de manguezais.

Continuaremos, enquanto não acabar esse ciclo de dominação da hipocrisia política, assistindo o derramamento do dinheiro no lixo, ao mesmo tempo que as diferenças marcam com segurança suas posições, não importando, por exemplo, que apenas o dinheiro gasto com um míssil balístico alimentaria cinquenta milhões de crianças pobres do planeta terra. 

" A PROCELA DA HUMANIDADE NÃO TEM FIM "

O grau do endividamento das famílias e dos governos não sobreviverá sem o salário. É o elemento fundamental da economia, funciona como vetor de todas as funções em que está correlacionado; até quando é levado ao empenho da renda futura ou a renda a realizar duvidosa.

É um sintoma de uma anemia econômica e social profunda, não mais de ritmo pendular, a desorganização social que o mundo atravessa extingue o salário e, a meu ver, com o surgimento da informalidade, destitui esse indicador de prosperidade econômica e de mensurador de objetivos futuros.

O trabalho informal e o desemprego formam a base da falência social e previdenciária, colocando todos os governos reféns de uma doutrina moderna de que a produtividade não tem mais correlação direta com a presença do trabalhador. Existe uma acentuada corrente pela atividade informal. É um fenômeno que percorre o mundo desde o início do século passado, desde a primeira revolução industrial, ela tem deixado um rastro irrecuperável de desemprego. Apenas nos Estados Unidos, nos últimos 40 anos foram extintas presumivelmente mais de 20 milhões de atividades profissionais.

Todos os mercados funcionam sem herdarem o valor da doutrinação do trabalho humano. As teorias mais apuradas abordam as diferenças entre oferta e demanda por qualificação ou níveis das condições tecnológicas disponíveis, as bases das teorias ortodoxas cederam lugar para o pragmatismo da política moderna do emprego.

Como será o mundo sem emprego???  

" A SOBERANIA NUNCA CHEGOU AOS MISERÁVEIS "

 Em 1885, mais precisamente 22 anos depois do nascimento de minha avó, foi realizado em Berlim uma conferência que decidiu a "Partilha da África" para as nações europeias. Dois países  foram aquinhoados da seguinte forma: Metade do Congo, rico em diamantes, foi declarado propriedade pessoal do rei Leopoldo II da Bélgica; a França ficou com a outra metade e mais toda uma vasta região formada pela África Ocidental Francesa, África Equatorial Francesa, Somália, Marrocos e Argélia. Quase metade do Continente africano!!!

Hoje a Europa sofre com a "lei do retorno". Seus governos estão dependurados em suas contas públicas, não sabem como resolver o problema da escassez da mão de obra qualificada e ainda enfrentam a questão constitucional com a presença do êxodo dos miseráveis que estavam abandonados nas antigas colônias.

Não haverá um novo "Plano Marshall" para resolver o declínio estrutural da zona do euro. O Banco Central do bloco, estabeleceu as regras fiscais que limitam as despesas em 60% do PIB, totalmente fora da realidade. Só a França amarga um déficit de 115% do PIB e com previsões preocupantes nos pedidos de falências que podem ultrapassar os 15%, mantidas as atuais condições.

A Europa nunca mais será a mesma, posto que a partir da década de 80 do século passado, as peças do "tabuleiro de xadrez" da conjuntura política internacional passaram a ser movimentadas por outras mãos fora do âmbito europeu e seus líderes sabem disso e são incapazes de mudarem a nova ordem mundial. 

O CAMINHO DA GEOPOLÍTICA PARA ONDE CORRE O CAPITAL- PARTE II

 A expansão acelerada da riqueza acumulada através dos ganhos da renda sobre o capital e a perda sistemática da renda sobre o trabalho, não é fenômeno esperado. O que ninguém esperava era a pulverização das oportunidades de ganhos financeiros, ancorados pela liberdade globalizada de investimentos especulativos.

O mundo moderno é moderno por ter avançado inimaginavelmente na inteligência humana ! Tão contrariamente seriam, se assim não fosse, as projeções para o final deste século que indicam o enriquecimento da Ásia, favorecendo todas as condições para um predomínio do capital movimentado no planeta na ordem de mais de 50%. Até a virada do século XX a riqueza produzida pela renda do trabalho tinha origem no Ocidente. Desde então, com mudança nos conceitos da gestão econômica na China, permitindo principalmente a entrada do capital externo, o eixo de interesse financeiro se deslocou e passou a ser dividido com o Oriente.

O mundo antes de ser moderno apenas si margeava por entre fronteiras e ali permanecia adormecido sobre antigos dogmas desde Aristóteles, e dentre esses dizia-se que os povos da Ásia, ainda que inteligentes e criativos, faltava-lhes a coragem e por isso não saiam da sujeição e escravidão perpétua.

Se a história da humanidade si contradita, convém olharmos para o futuro entendendo que na conclusão do processo da globalização não deverá haver eixos dominantes se de fato o que procuramos é a liberdade dos povos.  

O CAMINHO DA GEOPOLÍTICA PARA ONDE CORRE O CAPITAL- PARTE I

 O movimento da riqueza mundial assinala uma tendência preocupante : nos últimos 50 anos o dinheiro dos mais ricos obteve uma progressão média de 6,4%, em termos reais, considerando a inflação no período nas economias mais ricas. Sobre a acumulação do capital, é preciso que se diga, deixou de ser um privilégio ocidental, as iniciativas da política econômica chinesa no sentido da abertura comercial, transformou e pulverizou antigos conceitos comunistas.

Se alguém ainda acredita que o pensamento markssista sobreviverá ao tempo e que a utopia da distribuição de justiça patrimonial será a salvação e paz da humanidade, convém proceder a revisão dos fatos políticos globais e a interpretação das projeções macroeconômicas amplamente assentadas por diversos trabalhos. O quadro de insegurança das políticas econômicas tem sido retratadas pela imposição das grandes potências com medidas restritivas que favorecem ao protecionismo, ao "dumping", ao subsídio e as taxações de alíquotas. São nessas condições que funciona o livre comércio, prevalecendo dos mais fortes para os mais fracos.

Essa política globalizou e atravessou o meridiano de Greenwich em direção ao Oriente. É a atividade capitalista comunista que tem permitido a acumulação da renda sobre o capital de tal ordem que se torna necessário a abertura de investimentos no exterior em infraestrutura e aquisições patrimoniais em países que vivem sufocados pela incapacidade de avançar no desenvolvimento. 

" ONDE FICA LOCALIZADO O "ROOSEVELT RIVER ??? "

 Graças ao desenvolvimento da internet e a retomada da ocupação definitiva da Amazônia pelo governo atual, é que podemos transformar a omissão e a ignorância nacional em um debate construtivo, cônscio da nossa responsabilidade como unidade nacional, sobre a ampla importância daquela região para o Brasil.

Ao sairmos das trevas históricas, descobrimos de forma assustadora que o resto do mundo já conhecia pessoalmente a Amazônia por mais de um século. Incomoda sobre maneira, a ideia de que em plena Primeira Guerra Mundial, no início do século passado há mais de 100 anos, um grupo de cientistas americanos esteve entre Rondônia e Mato Grosso, e que nessa mesma época Theodoro Roosevelt, viajou com Cândido Rondon por vários meses o percurso de 800 quilômetros do rio da Dúvida, que mais tarde seria rebatizado oficialmente como rio Roosevelt.

Aquele antigo presidente publicou então em 1914, o livro "Pelas Selvas Brasileiras", colocando evidentemente  o rio Roosevelt com fama internacional. Posteriormente foram publicados vários documentários pela National Geographic e pela equipe de Jacques Cousteau.

Contudo, não fosse hoje a determinação do governo brasileiro, ainda estaríamos nas trevas, em que pese sabidamente, existirem Organizações Não Governamentais (ONgs) colhedoras da realidade social e também, é claro, das potencialidades econômicas da região. Sabe-se por exemplo, que existem equipamentos de alta tecnologia em uso e que permitem a identificação abaixo do solo: o ferro, o ouro, o diamante e do titânio que é de elevado valor estratégico na produção do aço de elevada resistência. Minérios comprovados em abundância na região.

Essa parte da nossa história deve ser revista e lida com as cores que possam reproduzir o sentimento de convicção se esse solo é nosso e de que também não tenhamos dúvidas que a história mundial também narra os episódios contrários à liberdade e soberania que acreditamos ter. 

" A EUROPA ESTÁ NO CAMINHO DO COLAPSO "

O primeiro desafio é entender quem financiará o déficit público acumulado e crescente nos países europeus. A arrecadação de impostos na zona do euro pesa 40% no PIB e ainda por cima amarga um total de mais de 15 milhões de desempregados. O fluxo de importações e exportações do continente representava até 2018 algo em torno de 15% do comércio internacional.

Por seu lado, como esse comércio segundo a OMC, preocupa pelo fraco desempenho da taxa de crescimento anual das exportações em torno de 2%, e nesse sentido, a União Europeia que já perdeu competição para Os Estados Unidos e Japão, não sabe como neutralizar a invasão chinesa na economia do bloco continental.

O setor da agropecuária na Europa ocupa apenas 5% da força de trabalho, e além disso, é mantido com forte aporte de subsídios como recurso negativo  de competividade no mercado internacional.

Há um efeito dominó em movimento na economia do velho continente, impedido de ser contido pela contingência da teoria da "mão oculta" provocada pela pandemia. Por mais que essas previsões possam conter as margens relativas de incertezas, existe um coeficiente preocupante real, produzido pela relação da taxa de crescimento negativo da população com a taxa cada vez mais reduzida da produção.

O resultado determinante aponta para uma incapacidade produtiva de recursos e o aumento da pobreza na Europa!!! 

" A FRONTEIRA DO BRASIL COM A AMAZÔNIA "

 A região amazônica em 1970 tinha 3,6 milhões de habitantes, nesses últimos 50 anos o crescimento populacional foi de mais de 8 vezes. Itaituba às margens do rio Tapajós com 102 mil habitantes, está a 300 quilômetros de Santarém. De barco a viagem dura 14 horas e por terra, quando a BR 163 estiver completado o asfalto, levará apenas 6 horas.

O debate sobre a Amazônia tem que sair da fronteira brasileira com o exterior e si voltar para a solução do país geograficamente dividido e literalmente abandonado. Eu não tenho o direito e ninguém tem de achar que os 25 milhões de brasileiros tenham que depender de opiniões e decisões que não sejam definitivamente e exclusivamente do Brasil.

Essa região tem que ser rapidamente integrada ao resto do país, sob todos os riscos de um dia uma outra bandeira ser estiada nas proas dos barcos que navegam por àqueles rios. Acordem dessa letargia do debate florestal e olhem para os 25 milhões de brasileiros !!!

" IMAGENS DE DEMOCRACIA "

 É comum tomarmos como exemplo de democracia os Estados Unidos da América do Norte, e não por raras vezes, classificarmos a democracia brasileira de forma diminutiva, sem levarmos em conta a necessidade de uma observação mais criteriosa.

Os USA em 230 anos teve sua constituição alterada 27 vezes e desde sempre predominam apenas 2 partidos e 1 considerado comunista. A representatividade eleitoral em relação à população gira em torno de 61% e a extrema esquerda com apenas 1 partido tem a oposição majoritariamente da cultura americana.

O Brasil em apenas 30 anos já alterou sua carta magna 116 vezes, possui uma composição política sustentada por 34 partidos e dentre eles fazem parte 5 partidos comunistas, todos eles adicionando novas tendências de pensamento político. Esse quadro político tem sua representatividade em uma proporção de 69% de eleitores sobre o total da população.

É na horizontalidade de pensamentos que se marca a segurança constitucional do futuro !

Naturalmente, outras considerações devem ser acrescentadas. Contudo, caberá uma visão, mesmo que preliminar, entendermos qual é verdadeiramente o perfil e a integridade da democracia brasileira. Sua pluralidade principalmente !!! Ela permite o debate amplo sobre todos os temas, inclusive os que não existem, se entrarmos consequentemente no campo das comparações, seguindo o procedimento socrático.

Abomino as ideias tendenciosas que acompanham os resultados das urnas. Cheias, como sempre, de inutilidades sociais.

QUANDO O POVO FALA, A NOBRESA ESTÁ ESCRITA ATRAVÉS DOS NÚMEROS E NÃO DAS PESSOAS.

" O AQUECIMENTO GLOBAL É UMA BOMBA NEGLIGENCIADA "

 O desiquilíbrio entre a produção e o consumo mundial de grãos tem elevado índice de insegurança, por se tratar de uma atividade concentrada em um mercado dominado pela demanda do milho e da soja. Com efeito, devemos entender que a produção desses grãos estão entre dois países e a demanda mundial fica refém do preço de um mercado oligopólio.

A safra anual resultante dessa produção fechada é destinada em 1/3 para um único país.

Quais os efeitos possíveis caso haja uma quebra desastrosa nessa engrenagem, como disse, fechada entre um grande centro produtor e um grande cliente consumidor ? Esse temor sempre foi motivo para que economistas, como Schumpeter, visse a atividade econômica como uma inteligência conservadora, dispondo todos os fatores de produção com equilíbrio, observando que a inovação não eliminasse o emprego.

A produção de grãos é perecível e com elevado grau de desperdício. Sua irrigação é puxada de poços esgotados e os rios não tem a proteção ciliar. O questionamento do desmatamento pelo avanço de novas áreas agricultáveis não tem referência sobre a exaustão e abandono do solo pelo envenenamento químico.

A correlação desses efeitos com o setor industrial é suficientemente conclusivo sobre os ciclos identificados em cada época, suas crises, a angústia e o medo do desemprego. 

No mundo existem maiores problemas para resolver do que o tema do desenvolvimento. A teoria do desenvolvimento deve ser revista em seus fundamentos ortodoxos, porque a natureza exige, ou será tarde demais. 

  

" UM VERTEDOURO DE DEMOCRACIAS "

 Existem 167 países democráticos. E o que mais importa,  se em algum desses as leis não vigoram, o governo, ainda que seja uma democracia, não será uma república. É claro que essa situação arrastará o governo para um perigoso terreno formado pela oligarquia ou a anarquia.

Esse risco, tem seus sintomas acompanhados pelas agências consultoras de investimentos. Em alguns casos, o FMI, não oferecerá ajuda sem a participação  nas decisões soberanas do país. Podemos afirmar que essa é uma realidade histórica independentemente de ideologias. Agora, se volvermos aos princípios e à filosofia do pensamento democrático, a liberdade e a igualdade constituem a plenitude da sua essência, coberta pela pleura da opinião da maioria.

Pelo simples e rasteiro fato de existirem tantas constituições, o mundo se entrava nesse infinito de leis. Não importando o mérito próprio de cada soberania, o entendimento universal dos povos se arrasta através do tempo, cada qual buscando para si o melhor, tentando sobreviver à miséria e poder alcançar definitivamente o crescimento econômico.    

O DESENVOLVIMENTO QUE NÃO CHEGA PARA UM BILHÃO DE PESSOAS

O desenvolvimento é um projeto de longo prazo que tem início na formação de um plano diretor de Estado e não de governo. O maior desafio é o equilíbrio entre os investimentos diretos no setor da produção e as metas para os avanços sociais. E nesse aspecto é onde se encontram as distorções que retratam o permanente crescimento das diferenças entre os ricos e os pobres.

Com efeito, as informações demográficas no que se referem aos fluxos migratórios, trazem embutidas os desdobramentos negativos, provocados pelos danos sanitários insolúveis, invisíveis para todas as políticas por serem contraditórias à qualquer projeto de crescimento econômico.

Nos últimos 50 anos as pessoas que trabalhavam na agricultura mundial saíram do campo na ordem de 30%, ao mesmo tempo que a população mundial crescia em mais de 250%. O resultado esperado não poderia ser outro além do encapsulamento social em favelas pelo mundo inteiro  de um bilhão de pessoas.

Apesar de não se poder objetar esse resultado, a razão global entre capital e produção não serve como alegação para um possível crescimento, por se tratar basicamente de um êxodo rural das regiões mais pobres como África subsaariana, sul e sudeste da Ásia e América do Sul e caribe, segundo dados publicados pela ONU.

" OS OBSTÁCULOS PARA VENCER A POBREZA"

 A necessidade de se proporcionar aos países subdesenvolvidos uma infraestrutura material  sempre ficou em segundo plano, enquanto não se discutir o problema da infraestrutura institucional e social como precondição para o desenvolvimento.

Poucos países atualmente encontram opções de estratégias na formação de capital agregado em programas de crescimento equilibrado. O primeiro caminho é a expansão industrial, e não é por acaso o que encontra maiores barreiras, devido indubitavelmente a concorrência do mundo altamente industrializado. Outros entretanto, preferem a forma mais prática, decidindo pela formação do capital social, mas que para isso sinalize algum avanço, será necessário, primeiro, dispor de transporte, comunicação, energia, serviços sociais essenciais, abastecimento e saneamento básico.

Esse arcabouço do desenvolvimento requer, vencido o pré-requisito, de recursos externos no fomento de um crescimento voltado para dentro, com aberturas de rodovias e ferrovias de longas distâncias para que haja a integração das regiões como fator modificador da dimensão temporal de um projeto de desenvolvimento e de geração de oportunidades, tão indispensáveis ao progresso material e social de um país. 

  

" O DESENVOLVIMENTO SEGUNDO OS POBRES " !!!

 Enquanto não mudarem o quadro em que se apresentam os orçamentos fiscais dos países em desenvolvimento a condução das políticas governamentais será mantida de maneira apenas para cobrir os buracos dos gastos descontrolados. 

Sem uma expectativa favorável vindo dos países desenvolvidos, fica para mais longe o início de uma conjuntura desenvolvimentista para os países pobres, porque sofrem sobretudo com o comprometimento primário do orçamento. Em alguns casos, como no Brasil, as despesas contingenciam quase 90%  do PIB, é um indicador para os investidores externos no sentido de ficarem em passo de espera aguardando a sinalização de uma sólida política fiscal e institucional.

Por outro lado, existe uma enorme e perigosa opção no financiamento da dívida pública quando os governos vão ao mercado ofertar títulos de longo prazo com risco de piorar o comprometimento do pagamento do serviço da dívida. Essa alternativa da política monetária só tem algum sucesso com uma política liberal, diminuindo o tamanho do Estado. Vale salientar que a redução acentuada do nível dos juros, anda na contra mão para o mercado de capitação de dinheiro.

Entre os emergentes, o Brasil e o México tiveram decisões públicas diferentes que servem como fator de austeridade na administração pública. Enquanto o México nos últimos 30 anos reduziu o tamanho do Estado de 1300 estatais para apenas 80, o Brasil ainda mantém mais de 400 empresas públicas nos 3 níveis de governo. O nível federal alimenta 150 estatais as custas do comprometimento da renda nacional.   

 

O DESENVOLVIMENTO CONTROVERTÍVEL

Quando se pensa em desenvolvimento vinculamos naturalmente o desejo de se descobrir a natureza e as causas da pobreza. Talvez apressamos a ideia de que sempre foi seguido o mesmo caminho para o desenvolvimento, como um quadro homogêneo, na interpretação de conceitos ou de modelos alternativos, sem considerarmos contudo a observação das circunstâncias políticas de cada época.

Foram necessários mais de cem anos para que os atuais países desenvolvidos alcançassem o estágio definitivo de desenvolvimento. Os fundamentos ortodoxos utilizados nessa conquista continuam os mesmos desde o tempo dos Estados Sacrais do Oriente aos Estados contemporâneos. Nesse caso, prevaleceram as mesmas bases políticas do movimento geopolítico concentrado na Europa.

Por ser um tema insidioso, teríamos que considerar a conquista do desenvolvimento como um processo solidário, sem que isoladamente não se pudesse fazer essa travessia intransponível. O medo por entre as economias dos países ricos afeta diretamente os investimentos fora da segurança técnica formada pela correlação capital e produção. E nesse ponto começa a insuperável barreira para os atuais postulantes ao desenvolvimento.

 

A CULPA É SEMPRE DOS POBRES !!

 O conceito de " Um Mundo Só " jamais sairia do universo da imaginação sem que houvesse a inversão da tendência do protecionismo dos consumidores industriais do Ocidente, sobretudo por serem desesperadamente clientes do petróleo e de todas as matérias primas e de todas as fontes de energia. Estejam aonde estiverem, seus lobistas estarão presentes preparando os contratos dentro da lei ou não.

Não existe consciência de moralidade quando o assunto é a necessidade de consumir energia, e o que não é segredo de Estado para ninguém, só acontece nos países pobres.

Por volta de 1980, o chanceler alemão Willy Brandt, sem conhecer o Terceiro Mundo e em meio a questionáveis argumentos políticos, defendia como verdade, que os ricos não poderiam progredir sem o progresso dos pobres. 

Ele estava certo, mas os senhores donos de um feudo chamado mundo não estavam, como nunca estiveram. O protecionismo da máquina industrial tem como base a segurança, em qualquer circunstância, do rigoroso fornecimento do petróleo que atualmente é transportado por 3.500 petroleiros em condições de movimentarem o consumo de 100 milhões de barris por dia.

Esse movimento tem como suporte a garantia ideológica das transações bancárias, capazes de fomentarem inexplicáveis crises nos mercados, e o êmulo que deveria combater essa sufocante dependência não passa de uma reação míope das políticas dos países que alimentam essa máquina.

Enquanto durar esse estado de coisas, os países industriais de economias desenvolvidas, estarão ditando as regras do jogo. Não importando para ninguém, sabedores que são, continuarão à sujar a atmosfera, o meio ambiente e depositar em outros países os contêineres de lixo nuclear, envolvendo as nações dos cinco continentes e cinicamente transferindo a culpa para os pobres.   

" O POVO DE UMA REGIÃO ESQUECIDA "

 O Brasil corre perigo por falta da compreensão do povo brasileiro de que a Amazônia não está localizada no litoral do Atlântico. Ela está mais próxima da Europa ou da Ásia do que da praia ensolarada de Copacabana. Em outras palavras : o mundo inteiro conhece mais a Amazônia de quem vive no sudeste brasileiro.

Essa região tem um território que corresponde a 45% do total nacional e tem aproximadamente 10% da população. A renda per capita observada sugere que mantida a estagnação do desenvolvimento o salário deixará de ser o indicador de prosperidade econômico e incapaz de mensurar objetivos futuros. A taxa de crescimento da renda em relação a taxa de crescimento da população revela um empobrecimento econômico comprovado tanto pelo elevado índice de Gini (0,65), como pela curva de Lorenz, com significado desvio da reta que mede a distribuição da renda.

Resta saber o que a sociedade brasileira quer e se manifeste com responsabilidade sobre o destino da Amazônia.

Ou a integramos com projetos e programas de desenvolvimento econômico e social, em condições de se reconhecer que os 25 milhões de habitantes daquela região fazem parte da realidade constitucional brasileira, mas para que isso aconteça, devemos ter o desprendimento nacional de interligarmos definitivamente por terra essa parte do Brasil. A omissão desse isolamento absurdo e irresponsável resultará na entrega do nosso destino aos interesses alheios.

   

" A PARTILHA DO BRASIL "

O mundo é outro ? Ninguém manda mais nesse mundo e o comércio não serve mais para criar colônias e impérios ???

O candidato democrata americano como vários líderes mundiais ainda pensam que estão no século XIX, e o restante do mundo apenas gentis servos.

Esse senhor, maior que a sua arrogância, é o seu juízo anacrônico em pensar que o Brasil fazia parte da Partilha da África realizada em 1884 na Conferência de Berlim. Vale ressaltar com desprezo que os 15 países que fizeram parte daquele evento são os mesmos que hoje avançam sobre a soberania brasileira na Amazônia. Esse ataque contra o território brasileiro tem sido comprovado por declarações públicas intimidadoras durante pelo menos os últimos 100 anos.

O que há de estranho na comparação com o domínio colonial africano feito pelos países europeus é a diferença de propósitos. Na África foi descaradamente a necessidade de salvaguardar o comércio exploratório das riquezas africanas. A França ocupou uma área denominada "África Ocidental Francesa", abrangendo quase 1/3 de todo o território africano !!!

A intenção atual vem com a narrativa da questão do aquecimento global, porém com o mesmo argumento ambicioso, encobertado pela hipocrisia de velhacos tiranetes da política mundial.

O candidato americano, por decência, deveria dizer que o seu país tem a obrigação de reduzir o prejuízo que causa ao clima mundial e não vincular a floresta amazônica para a manutenção do seu processo criminoso diante de uma região afastada até agora do poder e do processo político brasileiro, que será abordada mais adiante. 

ESTAMOS SEMPRE CONTRA NÓS !!

 Em outubro de 2016 abordava em meu blog O FUTURO DA ECONOMIA uma rápida visão da história da filosofia como fonte do poder.

Na Odisseia, Homero já dizia que o "senhor absoluto a todos prescreve leis", ele se referia evidentemente as hordas submissas. Os senhores nascem entre as gerações e formam famílias em grupos que representam a hegemonia burguesa. Era assim mesmo que Aristóteles denominava o nascimento do poder: "homogalactiens"... gerações do mesmo leite genético".

Por mais que isso possa representar uma digressão, o mundo moderno define governo e povo como sendo a mesma coisa. Se essa mera ilusão for verdade, quando estamos contra o governo, estamos então contra nós. Ser oposição é apenas uma mistura dogmática de poder e a ideia como o sentimento contrário sempre estará dentro de nós, o povo. Somos ainda segundo a escrita dos homens a fonte de todo o poder, porém, longe e destituído da equidade política.

Dizia-se na antiguidade que alguns deuses se submetiam ao rei??!!

Esse é o nosso fim!!! acreditando afinal que a humanidade está abaixo dos deuses, teremos que nos propor e organizarmos ainda que em pequenos burgos, para se obter uma vida mais feliz.

Não importará quem irá carregar o círio da liberdade à frente dos dominados.

A vida sempre seguirá o seu rumo!!! 

" A ONU ESQUECEU A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO MUNDIAL"

 Segundo estudo da Organização Mundial de Meteorologia OMM, a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera atingiu em 2018 novo recorde. Naquela oportunidade ressaltava que 12% das emissões eram produzidas pelos desmatamentos e queimadas de florestas e das mudanças no uso da terra. Acrescentava ainda a contribuição nesse quantitativo em percentual a atividade do campo na produção de alimentos e o uso excessivo de fertilizantes.

Com efeito, não se pode negar a essa verdade, contudo devemos entende-la como meia verdade : e os 88% que poluíram a atmosfera, qual é a origem e a sua causa ?

A partir do início do século XVII o mercantilismo europeu fazia a pilhagem de suas colônias nas Américas, na África e na Ásia. Esse sólido negócio era em verdade o pronunciamento do imperialismo dos países europeus na formação de riqueza e desenvolvimento, que resultaria nos primeiros sinais da atividade industrial e no consequente aumento da aceleração do consumo do carvão e do petróleo.

A Europa se tornou o centro econômico do mundo pelo desenvolvimento da política mercantilista colonial e com a Revolução Industrial, esse berço capitalista, mudou o perfil antropológico dos povos. Foi a indústria o vetor do crescimento exponencial das cidades e com elas a concentração irresponsável de problemas e demandas sociais que levaram o mundo a procurar a eterna promessa de felicidade, acreditando nos sentimentos escondidos do homem.   

O BRASIL DOMINA O MUNDO !!

 

O aquecimento global nos últimos 20 anos foi alimentado por 15 países e somente em 2016 aparece o Brasil em sétimo lugar, atrás da China, USA, Índia, Europa, Rússia e Japão. 

As informações sobre os dados de emissão de CO2 são absurdamente desonestas e de indisfarçável interesse político e comercial em relação ao Brasil. A Holanda tem um território que representa apenas 5% do estado do Mato Grosso brasileiro com 17 milhões de habitantes e emite 16,4 toneladas per capita/ano contra 7 toneladas per capita/ano mato-grossense. Se considerarmos a União Europeia serão 8 toneladas/ano por habitante contra 1,9 toneladas/ano por habitante brasileiro. 

O Brasil, diferentemente dos 15 maiores poluidores atmosféricos é o único não considerado como potência industrial e é o menor queimador de combustível fóssil. Convém salientar que os países europeus  são basicamente dependentes do petróleo e do gás russo através de enormes gasodutos.

Necessariamente a abordagem da agricultura entra na questão como vilã do desastre do mundo a partir do momento em que sua dimensão econômica começa a competir com a agricultura de menor escala de produção. A discursão sobre a carne bovina extensiva brasileira é pela qualidade de sabor contra a carne estabulada europeia. A soja brasileira é reconhecidamente de maior grau de oleosidade no mercado internacional e leva enorme vantagem no manejo de irrigação, o que não mais acontece em relação à competição de mercado.

As queimadas de campos agricultáveis e o uso das reservas florestais de formas criminosas ocorrem no Brasil e no mundo inteiro. A Nação brasileira sofre por ter  dimensões continentais o que  torna muito mais difícil esse controle. Agora, o que é  estranho e  lamentável é o desencontro da opinião pública do país sobre um problema mundial ser tratado como se fosse exclusivamente uma ação intencional contra o mundo e que seu autor seja o Brasil.

 

" NA DINÂMICA DA VIDA, DE NADA VALE A DOUTRINAÇÃO "

 Como a dinâmica da vida é mais rápida que o pensamento, de nada valem os ensinamentos ou a ética em formular sugestões sobre linhas de condutas para se pensar qual melhor deve ser a forma de se conduzir o processo do desenvolvimento. E o mais difícil é transpor as barreiras e os enganos para que acima de tudo prevaleça a importância maior da justiça.

É, a meu ver, o maior desafio da humanidade. Se a sociedade precisa estar organizada para definir seu futuro, precisa também harmonizar os poderes que fazem parte da governabilidade com os ditames da sociedade. A ciência e a política econômica, até os dias de hoje, não conseguiram consagrar uma escola padronizada de pensamentos iguais para as necessidades peculiares e culturais de cada povo.

Não seria exagero afirmar que esse ideal jamais será alcançado. Todas as doutrinas, sejam liberais ou conservadoras esbarram na velocidade do tempo, e seus elementos não amadurecem para compor a base da satisfação plena do homem. Caem por terra. São intrinsecamente antagônicos !  

NO PALCO DO MUNDO NÃO HAVERÁ MAIS MONÓLOGO !!!

 Profetizar que o mundo não será mais o mesmo é repetir a história da humanidade.

A economia e a política seguirão preenchendo a vida das pessoas e o funcionamento dos mercados que estarão oscilando em função das cotações de produtos, serviços e cambiais. No palco da disputa de interesses entre as grandes potências econômicas entrarão outros países, não mais como meros coadjuvantes, mas como fieis da balança, em condições de mudarem o curso das estratégias e de um novo modelo de internacionalização de oportunidades.

O palco deverá ser invadido por atores que até agora serviram como fornecedores de receitas para países como a China com um mercado de 1,4 bilhão de consumidores. Mesmo o Brasil que lidera a exportação de frango e briga por outras lideranças como as commodities de grãos e minérios, sofrem com a falta de um maior poder político no barganhamento contra as barreiras protecionistas impostas unilateralmente.

Acredito também firmemente que o mercado mundial estará mais aquecido no setor de alimentos, é uma crença anterior da pandemia que não alterou em nada os impactos atmosféricos, as crises hídricas e ao crescimento da população urbana. Esses agentes estarão à frente das modificações das políticas e elas cederão diante da emergência social, empurrando as potências econômicas para uma divisão solidária ou acabarão como o Rei Midas, da mitologia grega.   

HOJE SE COMEMORA O DIA DA AMAZÔNIA

 Quase 100 anos atrás começava a era da moto serra, uma máquina inventada na Suíça, um país menor que um município do Estado do Pará. Hoje no mercado brasileiro de máquinas de serraria existem sabres que variam de 40 cm até 28 polegadas, ou 80 cm. Alguns chegam até 1,25 metros!!

Toda a tecnologia madeireira foi desenvolvida pelos países industrialmente desenvolvidos e a medida das madeiras serradas no Brasil ainda obedece o padrão inglês de polegada para atender o mercado internacional.

Até a década de 80 do século passado o mercado de madeira serrada era dominado pelos países asiáticos, colônias de países europeus, para onde se destinavam toda madeira. Como as florestas asiáticas não aguentaram, o destino da exploração desenfreada se deslocou para a Amazônia com uma área que representa metade da Europa.

Estimá-se mais de mil madeireiras em funcionamento no Estado do Pará no comércio de toras, e o destino consumidor continua sendo os países ricos!!!

O caminho é conhecido e certificado.

Um canteiro de enorme estoque de toras no meio da mata é legal e identificado absurdamente de safra anual !!! também chamada madeira certificada. O que ninguém ainda não deu conta é que o calibre das toras de madeira de lei leva cem anos para alcançar o porte comercial.

Finalmente, na Amazônia brasileira quem manda é o brasileiro !! sobre o debate e as manifestações do meio ambiente ou do desastre causado no mundo pelos países consumidores de todas as madeiras, sejam de que floresta tenham sido derrubadas, o mundo hipócrita está batendo em porta errada.   

  

" O RETORNO PARA A LUTA CONTRA UM ANTIGO FANTASMA "

 Quando zerar a curva da pandemia retornaremos para a luta contra um antigo e perigoso fantasma : O DESEMPREGO!!!! Convém lembrar que em 2018, o índice mundial de desempregados ultrapassava 13%, apenas na faixa de jovens entre 15 a 24 anos. Esse percentual traduz um quadro tão preocupante, quando em números absolutos, soma alguma coisa correspondente à população da China.

Em 1967 o Papa Paulo VI alertava em suas encíclicas essa questão social que se arrasta desde o século XVIII, e chamava a atenção para o desenvolvimento do homem dentro de uma economia solidária. Verdade se diga que os escritos papal em nada alteraram os  valores humanos na economia, necessários para a redução das diferenças dos níveis de vida. O significado do emprego sobrepõe ao pensamento católico-socialista, 

A perda acentuada do valor relativo do empregado é o gatilho para um mundo que está quase explodindo. O desemprego é uma catástrofe e o entendimento de que o desenvolvimento não significa a segurança social, fortalece a expectativa de que estamos sempre margeando uma recessão econômica.

Nada adianta a crença sobre doutrinas. Keynes no início do século passado propôs uma iniciativa intervencionista do governo americano como solução para a recessão, e funcionou. Essa mesma "teoria do arranco" está sendo usada pelo governo brasileiro na manutenção da renda mínima e nos meios de suporte à atividade econômica. 

A presença do Estado deve ser suficiente no manejo estratégico para a proteção dos agentes fatoriais da economia, sem que isso represente o aumento do tamanho do Estado e a diminuição consequente da democracia.  

     

NÓS, ESSA SOCIEDADE MAL ORGANIZADA !!

 Eu, apesar de velho, até hoje não consegui entender o que é sociedade organizada.

Se ela for um conjunto de leis escrita por nós, será sempre injusta.

Se for baseada em uma atividade econômica discorde, será exploratória.

Se for comandada por uma única pessoa, será tirana.

Se for comandada por muitas pessoas, será tumultuada.

Se for omissa na defesa do seu destino, será escrava.

O conflito entre essas alternativas da vida humana é o seu próprio caminho. É como um processo de tentativas em hipóteses infinitas que sustentam as colunas de um platonismo como que fugindo da organização da sociedade política irmanada, que constroem constituições viciosas e sistemas de governos combinados.

" EXISTE UM MAL MAIOR "???

     O momento dramático da humanidade não será suficiente para modificar a ordem das coisas. Os pilares que sustentam a economia, como sempre foi em todos os episódios que abalaram o mundo, farão oscilar momentaneamente o sistema econômico no movimento de mercado. O que importa afinal de contas, é o movimento autônomo impulsionado pelas suas leis, necessariamente represadas. O consumo não demora a impulsionar a retomada da produção e a normalidade dos níveis da renda.

     O mundo continuará sendo o  mesmo!!!

     A desigualdade da propriedade do capital continuará sendo a principal questão do desenvolvimento e dos conflitos sociais. Os 10% das classes superiores que em condições ideais seriam donos de apenas 30% da riqueza mundial, são donos de mais de 70%. No outro lado da balança, as classes mais pobres, que em condições ideais, teriam 25% dessa riqueza, não conseguem passar dos 5%.

     

     

        

A FRONTEIRA DA CAPACIDADE ECONÔMICA

     Como não dá mais para seguir com o atual modelo econômico até hoje praticado pelos países desenvolvidos, a alternativa lógica é o decrescimento econômico, ou como sempre defendi, o retrocesso econômico. Essa nova ordem derrubaria por terra, logo na frente, a teoria da sustentabilidade que é uma ideia comprometedora para uma realidade acadêmica dos primeiros anos de escola : "Os recursos são escassos " !!
     Parece entretanto, que as informações com dados macroeconômicos não são confiáveis ou insuficientes. A mais importante notícia nesse sentido, prevê que em 2050 a economia mundial, com o atual modelo, precisará aumentar em 5 vezes  a produção de energia. Países como a China que hoje tem uma população urbana em torno de 850 milhões de pessoas, necessitará de uma matriz energética nada sustentável e que atualmente a Europa já tem 77% do consumo de energia produzida pelo petróleo, gás e carvão. 

    Exatamente neste mês a 40 anos chegava ao Brasil uma delegação de vinte empresários europeus, chefiada pela Associação de Madeireiros da Suécia com objetivo da exploração de 5,6 milhões de metros cúbicos de madeira de primeira qualidade, que seria inundada pela represa de Tucuruí. A intenção de lembrar esse fato se refere à indústria de equipamentos destinados ao fomento da atividade madeireira, que está nas mãos das grandes multinacionais pertencentes aos países desenvolvidos.

     Se os países industriais avançados precisam conter o crescimento, em que condições os países em desenvolvimentos poderão projetar a trajetória da economia sem poder contar com o modelo que durante a vida toda serviu apenas aos países ricos, ficarem mais ricos.  

     

A MEIA VERDADE DA AMAZÔNIA

   A meia verdade da Amazônia  obriga ao povo brasileiro considerar que a outra metade é uma mentira evitada de forma ardilosa pelos países ricos. Neles habitam 0,7% da população mundial que detêm 45% de toda a riqueza, e são exatamente eles que se levantam à frente das manifestações políticas com a aproximação do período das queimadas na Amazônia brasileira.
     Será por acaso a Amazônia  responsável por neutralizar os danos atmosféricos causados pela queima de carvão mundial??? recurso que o Brasil não utiliza. O carvão tem uma participação estimada de 40% na matriz energética global, com um estoque capaz de abastecer o consumo por 130 anos e um potencial de 7 trilhões de toneladas guardadas na terra para os próximos mil anos. Esse combustível tem a preferência de consumo da China, USA, União Europeia e Rússia.
     O petróleo lança na atmosfera os gases produzidos pelos 90 milhões de barris/dia consumidos no mundo. Vale ressaltar que os 3 milhões de barris/dia consumidos pelo Brasil corresponde a metade do que é consumido em conjunto pela Alemanha, França e Reino Unido, sobretudo se considerarmos que esses países somam a mesma população do Brasil e dispõem de um sistema de transporte público desenvolvido.
     Quanto ao desmatamento , os países ricos  evitam comentar que os maiores importadores de madeira tropical serrada são a China, Itália, Canada, Alemanha, Bélgica, Holanda, França, México, Dinamarca e Japão.
     Todas essas informações são públicas como são públicas os debates nos fóruns sobre sustentabilidade, e neles discutem-se o direito de poluir, o comércio de carbono e a internacionalização da Amazônia, usando de eufemismo, mas sem a imaginação suficiente para tratar da sustentabilidade com redução do consumo.
     Segundo o provérbio chinês UMA MEIA VERDADE É UMA MENTIRA INTEIRA!!!!

AS FONTES DOS RICOS

     Entre as guerras e a paz estão os caminhos para se ganhar dinheiro. Assim pensam os países líderes da economia mundial, juntos detêm mais de 6 milhões de patentes em inovações tecnológicas. Esse grupo nos últimos 5 anos tem registrado um PIB acima de 40 trilhões de dólares, sendo que dentro dessa grandeza estão embutidos mais de 160 mil patentes em inovações tecnológicas destinadas à produção de armas.
     Algumas diferenças na divisão do mundo econômico retratam a real distância entre o grupo dos 7 com o retante em desenvolvimento. O PIB brasileiro, isto é, tudo o que é produzido no Brasil em um ano corresponde em dólares a produção  de armas americanas. Uma única empresa produtora de armas  emprega mais gente do que a Petrobras.
     A inteligência científica não precisa dos horrores das guerras para imaginar e inventar qualquer coisa, mas como no velho pensamento : a necessidade é a mãe de todas as coisas, é na presença da dramaticidade da realidade que em algum momento de nossas vidas seremos mais hábeis, pragmáticos e intuitivos na busca de soluções.
     Essa é a jornada da humanidade. Caminha entre a tormenta e a tranquilidade. Repudia a violência, mas ao mesmo tempo sua hipocrisia trabalha para ela e tem por atrás da máscara a verdade de não saber viver sem ela.

"A MANIPULAÇÃO DAS VERDADES "

     A Amazônia é mantida propositalmente no noticiário político mundial sem a presença da opinião pública brasileira. A opinião do povo!!! E é ele que deve se manifestar sobre as questões que estão "por atrás dos panos", começando pelo grupo do G-8. Esses países são consumidores de ouro, prata, platina, bronze, cobre, níquel, paládio, alumínio, amianto, etc.. Com essas matérias primas sustentam suas economias altamente desenvolvidas de elevados padrões salariais em contraste com as regiões desprotegidas de onde são extraídas essas riquezas.
     Existem casos, como da Eritréia país africano, que fornece esses minérios e assim mesmo contabiliza em PIB per capita abaixo de 200 dólares. Casos como esse são motivos mais que suficientes para cuidarmos dos caminhos tortuosos que escondem os segredos nos textos acordados nos pactos comerciais.
     Atualmente está sendo implantado uma rede de internet na Amazônia, ligando a cidade de Tabatinga até Belém com uma distância de 3200 quilômetros com a utilização de 10 embarcações que transportam 10 mil pessoas por dia. Os equipamentos são subsidiados por um fabricante dinamarquês. Essa notícia publicada pelo jornal" O Valor " no último dia 3, tem um enorme e inegável significado social. No entanto, o desdobramento desse avanço tecnológico no coração da Amazônia é incalculável pelos aspectos políticos, econômicos constitucionais, ambientais e turismo internacional, sobretudo  no que se refere à tão proclamada proteção dos hábitos culturais dos povos indígenas.
     Fiquemos atentos !!!
   

A TEORIA DA MÃO OCULTA

A TEORIA DA MÃO OCULTA

     Em tudo que planejamos nas nossas vidas, existe um elemento imponderável, que por mais cuidados e estudos efetuados na construção de um projeto, não poderemos afirmar que o resultado final será plenamente alcançado.
     A literatura tem fornecido importantes interpretações sobre a " Teoria da mão oculta ", na tentativa de explicar porque projetos de baixa confiabilidade produzem excelentes resultados, enquanto outros com grandes orçamentos despendidos, mal conseguem sair do papel. John Nash, notável prêmio Nobel de matemática, usou a teoria dos jogos para entender por que agimos de forma irracional na busca de objetivos quando encontramos pela frente normas sociais.
     Quantos projetos adiamos ou cancelamos por motivos  inexplicáveis, como evitar que uma piscina construída fique condenada pela seca provocada por uma estiagem e pelo aquecimento global, que jamais seria previsto a 30 anos atras. Quando iniciamos a leitura de um livro, não imaginamos que tipo de mão oculta encontraremos na emoção do conteúdo, capaz de fazer com que abandonemos a leitura, ou que a devoremos com entusiasmo.
     É o segredo da viagem da vida, para as equações matemáticas, ela é chamada de " resíduo aleatório ", para os leigos é chamada de " azar ou sorte ", e para os pensadores, a mão oculta é a eterna incerteza dentro da certeza, que tanto ajuda os céticos como derrota os otimistas.

" UMA MEIA VERDADE, VIRA UMA VERDADE INTEIRA"

     O noticiário que aborda o crime ambiental diretamente nocivo ao ser humano, colocou o Brasil como vilão do fracasso da humanidade na destruição da natureza. Pouco interessará se nesse momento considerarmos que desde a primeira revolução industrial no século XVIII as principais nações mais desenvolvidas partiram para a exploração desenfreada de suas colonias. A industrialização do mundo desenvolvido não parou mais e com ela a emissão de gases na atmosfera e a qualidade do ar pela queima de combustíveis fósseis.
     A perda de 1/3 das florestas mundiais em 2019 contabilizadas contra o Brasil não tem em seu conteúdo a isenção qualitativa. É sabido que apenas alguns países ainda tem florestas nativas e virgens. O número apresentado significaria que ainda haveria um provável acervo de 20 milhões de quilômetros quadrados de matas espalhadas pelo mundo, com a devida menção otimista, visto que também é sabido que entre as dez maiores florestas são consideradas monoculturas em sua maioria.
     É por isso que a repercussão da Amazônia domina o noticiário mundial, mesmo dentro da região em 2019, a soma das perdas florestais de 3 países, no total de 9, representou 42%  da perda atribuída ao Brasil. Vale ressaltar que a população da região gira em torno de 165 milhões de habitantes, da qual o Brasil participa com 25 milhões. Proporcionalmente, a incidência populacional deve ser considerada, para que o problema seja dimensionado, levando-se em conta outros fatores de fora que pesam na vida da Amazônia.
     E isso é uma verdade inteira!!! 

" O CAPITALISTA, O INJUSTIÇADO "

     A defesa do socialismo contra a injustiça que o capitalismo e o dono do capital protagonizam, deve nesse momento passar por uma reflexão desprovida de lógica fundamentalista.Ainda que eu mesmo, desde muito tempo, sempre me mantive com um passo a traz ao tratar do papel do capital no contexto econômico.
     Cabe muito bem ao caso a crítica sobre a premissa de que o dinheiro só serve para a troca. Como poderia existir tal pequena sugestão se não houvesse dentro dela um paradoxo embutido que também diz que o dinheiro acumulado deve servir para a sustentação da economia produtiva, quando ocorrer no espaço temporal o movimento anti-cíclico do trabalho. Ora!!! quando colocamos o capital como mera ferramenta entre o trabalhador e o seu produto, estamos em verdade, cometendo injustiça contra o seu proprietário. Assim como, é claro e verdade, quando esse comete a mesma injustiça contra o dono da mão de obra, em gerar lucro para outrem.
     Melhor nesse momento é ficar com a ponderação necessária e real diante de duas injustiças, ou caso contrário serão duas justiças. Resta compreender que só haverá justiça quando ocorrer em apenas um dos casos.
   
     

MEDIDAS AMARGAS E URGENTES

     A retomada da atividade econômica deverá utilizar ferramentas nada convencionais após o tranco e o colapso da paralisação, sobretudo se considerarmos que as economias serão forçadas à abrirem maiores espaços para a presença estatal. Quanto a segurança das relações comerciais, a questão à ser resolvida por ser inédita nos últimos 100 anos, é colocar ordem na situação caótica no perfil do quadro de reivindicações.
     Entendo que o protecionismo estará em todas as pautas, sem que no entanto possa determinar nenhuma ruptura de contratos e que se estenda desse modo os entendimentos de ajustes de medidas tarifárias e ainda, em menor número, a formação de preços desvantajosos, utilizando-se "dumping" como estratégia de aumento de vendas objetivando tornar a economia mais elástica com a volta da intensidade dos negócios.
     Como complicador entretanto, dificilmente os políticos e estadistas, desacostumados com a atual situação, possam restaurar suas velhas opiniões na hora do sentimento solidário.
   

"A NATUREZA POLÍTICA"

     O tempo por ser o centro de todo debate político, arquiva no esquecimento o processo descontínuo das ideologias e de todas as suas formas visionárias. Essa é a fórmula e a forma de se transferir  para o amanhã a prosperidade e a felicidade da humanidade.
     Aquilo que a globalização poderia ser um gigantesco passo para se alcançar, pelo menos, um degrau acima do estágio de pobreza que os povos das nações subdesenvolvidas foram deixados e ficaram à sua própria sorte, não aconteceu !
     A natureza política tem como essência o traço paralelo com o passado enquanto se sustenta nas controvérsias contemporâneas, sugerindo ao mesmo tempo a compreensão da importância do pensamento de "tapa buracos", como solução das questões sociais e na justiça da construção de um sistema econômico democrático.

" A FRAQUEZA EXPOSTA AO MUNDO "

     A sociedade moderna está vivenciando a medida certa da sua fraqueza. Nesse momento não existe nenhum "Plano Marshall" para salvar novamente a Europa, nem algum órgão internacional disposto a defender uma certa inspiração humanitária. Estamos diante do desmouramento das estruturas ideológicas e de todas as forças de cobiça por poder.
     O FMI, o Banco Mundial e os bancos comerciais não colocarão em risco o dinheiro de seus mantenedores. Mesmo para os blocos industrializados, que tiveram de enfrentar a perda de arrecadação em função da inércia da atividade econômica e os efeitos imediatos do desemprego e do consumo.
     Esse impacto pegou em cheio todas as contas públicas deficitárias do planeta, e convém salientar que são quase todas. Qualquer empréstimo bancário será de alto risco para devedores duvidosos, e como os caixas dos governos estão secos, só nos resta uma tomada de posição cautelosa no manejo da renda e do consumo, para que haja a pressão necessária nos níveis de preços das commodities, com principal importância para o preço do petróleo como gatilho na recondução do reaquecimento da economia mundial.

" OS DESLOCAMENTOS DAS CURVAS DA VIDA!!!!"

     As previsões ainda ficarão por algum tempo no mar das incertezas. É possível também ocorrer o nascimento de uma nova mentalidade, baseada sobretudo pelo ataque atual extraído de um filme de ficção. Não basta o debate rebuscado pelo noticiário que bloqueia nossas vidas. Entendo haver uma forma desobstrutiva para entendermos esse problema. O sistema que movimenta a economia das pessoas ou das famílias; das empresas  e dos governos, tem como fonte exclusiva de energia o núcleo onde se concentram todos os sentimentos humanos. Sejam férteis ou desérticos, aventureiros ou ditosos.
     Portanto, as curvas do comportamento econômico da sociedade, apenas sofrerão alterações nos valores calculados de suas equações. Como exemplo, a variação da renda mudou significativamente a curva do efeito substituição e de todos os fatores da elasticidade do preço e da procura. O coeficiente que mede a relação da variação da procura, a  variação do preço deverá se manter decrescente até que o comportamento do consumidor volte à normalidade.
     Não me lembro de um momento em que a teoria fosse tão ilustrada.
     Quanto ao dinheiro, ele não foi queimado por essa fogueira, toda a massa de moeda mundial está realocada com segurança em operações de curto prazo, sustentando seus preços até que um novo "start" seja dado, e a vida seguirá em frente.

" SEGUINDO AOS TRANCOS E BARRANCOS "

     Neste século mal começado, só enfrentamos as crises e sem tempo suficiente entre uma e outra, para que o mundo e sua economia pudesse respirar. Diante dessa situação, a pergunta que se faz é quando poderemos ter um desfecho dessas ameaças molduradas por síndromes do medo???
     Essas ameaças, é bom que se diga, percorrem o mundo desde longa data, e sobretudo, se levarmos em conta que elas encontram sempre um campo propício para se fortalecerem. O protecionismo tem marcado os conflitos comerciais e tanto os governos como as famílias arrastam suas dívidas com tomadas de novos créditos de longo prazo, o resultado é elementar : se não existisse a poupança não existiria o investimento.
     O mundo  empobrece e os ricos não ficarão isentos!!! É uma questão de tempo.
     A questão é se não teremos novos medos acrescentados ao nosso mar das incertezas, após o advento perigoso deste momento. Como positivo, só nos resta a esperança de que finalmente as Organizações Internacionais assumam o leme e um rumo impositivo, destinado à segurança econômica e social e que daqui para a frente os fóruns não sejam mais identificados como " Encontros de Coquetéis". 

O DESENVOLVIMENTO SUBTERRÂNEO

     Se existe um indicador capaz de retratar a realidade do desenvolvimento do Brasil é o serviço de saneamento básico das famílias. Na qualidade de saúde sanitária das residências está a base do conforto elementar para o desenvolvimento social,e sem essa condição, entendo que o núcleo familiar perde todas as condições de qualificação, dentro das oportunidades para uma vida melhor.
     A lei do saneamento básico nº 11445 de 2007 é um marco da regulamentação do dever do Estado. Sobretudo quanto a prestação de serviços e o controle dos investimentos do setor é necessário que se diga que até o início deste século, as residências brasileiras dependiam de 2 agências reguladoras para 200 empresas prestadoras desse serviço.
     Segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em 2015 o número dessas empresas saneadoras somavam 1500, sendo que ,1438 pertenciam ao setor público, e as agências reguladoras aumentaram de 2 para 50. Contudo, ainda nesses dados, em 15 anos o crescimento do atendimento em domicílios permanentes de água e esgoto sanitário teve uma variação de apenas 13 pontos percentuais, (45/58%).
     Ainda em 2007, o PLANSAB estimava um investimento de 400 bilhões de reais em 26 anos, mas que no entanto, pelo ritmo dos recursos aplicados seriam necessários 40 anos. O PAC I disponibilizou 35 bilhões de reais pelo programa Cidade Melhor e Água e luz para todos entre 2007/2009 e o PAC II no mesmo programa destinou 57 bilhões de reais.
     O atual governo brasileiro anunciou para os próximos 10 anos um investimento de 600 bilhões de reais no saneamento básico nacional. A experiência do passado não habilita o governo à credibilidade desse objetivo. Por maior que seja o tamanho político de se ultrapassar esse gargalo histórico do desenvolvimento, o Brasil e a opinião pública devem se levantar para não mais serem acenados com metas demagogas e ver mais uma vez, o dinheiro correndo pelo esgoto da corrupção.
   
   
   

UM HORIZONTE INDEFINIDO

     Depois da passagem do período conturbador, será provável que surjam algumas ideias que tragam de volta o debate dos princípios de Malthus, economista inglês do século XVIII.
     Sempre que ocorrem as crises, sejam elas econômicas, sociais ou de eventos imprevisíveis catastróficos, o afloramento de novas ideias se chocam com o "Ensaio sobre a população" de Malthus. Dizia ele que o equilíbrio da economia depende de um acordo permanente de responsabilidade entre o Estado e a sociedade, e entendo dessa forma, que a catástrofe atual tem como raiz justamente o desacordo entre o que pensa o Estado e a sociedade imprudente.
     A partir de agora o desenvolvimento social terá pela frente a fronteira  de dois óbices opostos : ou seremos  repressivos na organização geral da população ou assumiremos compulsoriamente o comportamento preventivo do consumo e da produção.
     É necessário entendermos,ajuizadamente, que o crescimento indefinitivo do homem é imprevisível.
   
   

O PENSAMENTO NÃO SE CONFIGURA

   À " Cezar, " Marco Aurélio, nascido em abril do ano 121 da era cristã, é atribuída a frase : "Os homens não deixarão de fazer exatamente o que fazem, ainda que te arrebentes pregando o contrário ".
     Na minha elevada velhice não há mais espaço para a chatice de doutrinas políticas, próprias de sociedades chauvinistas. Sou livre do pensamento indutivo alheio. Quando nascemos, a natureza nos acolhe para vivermos tão somente, e porque então, tendo percorrido todas as eras da inteligência ainda vivemos em conflito com a nossa identidade???
     Churchill dizia: "  O homem que não muda nunca, não anda." É preferir imaginar que seria feliz de outra forma, do que pensar que nunca tive outra forma, a sociedade livre não se baseia em arcaicos pensamentos de como deveríamos ser, como o conhecimento da igualdade fosse próprio de alguma genialidade.
     Somos livres mas não anárquicos, amantes e irmãos da solidariedade, da coisa boa e da prevalência dos princípios da igualdade. Ficamos à pensar que a nossa democracia tem a presença da existência do poder de um arconte, e a perpétua desigualdade estabelecida pelo poder. Não está escrito assim, pois o sentimento da revolução pela liberdade não é refém, ele é livre e jamais se envolverá em  querelas.
     Não se insurgirá contra si mesmo !

" A REALIDADE MATEMÁTICA "

     A interpretação dos números da conjuntura brasileira vai mais longe do que imaginamos. A derivada resultante da tragédia epidêmica será principalmente a pressão nos orçamentos dos estados da federação.
     Segundo informações do Tesouro Nacional, no segundo quadrimestre de 2018, todos os estados registravam a despesa com pessoal maior que a receita. sobretudo se levarmos em conta que em valores médio, o total das despesas estaduais com pessoal ultrapassava 70% das despesas totais naquele período.
     O contingente de pessoas fora do trabalho, além da disparada do seu tamanho, é a perda substancial da massa salarial que movimenta o consumo e a liquidez do sistema. Em todos os casos o Tesouro Nacional é obrigado a manter, pelo menos, o terço inferior da liquidez do mercado financeiro. Como as contas nacionais ainda são deficitárias, é possível que haja a injeção através de emissão de novas moedas em uma fase sem a reposição da contra partida econômica.
     As dívidas em moeda estrangeira das empresas não financeiras tem elevado nível de vulnerabilidade, dada a alta dependência do seu permanente endividamento. A ajuda federal não terá o fôlego necessário para o reaquecimento da capacidade produtiva empresarial no Brasil.
     Não está descartada assim, a possibilidade de se bater às portas do FMI, correndo o risco de ser o último da fila.
   

" ATÉ ONDE CHEGAMOS???

     Os desamparados no mundo somam quase a metade do todo!!!  é uma sociedade de penuriosos, levas de refugiados, desempregados, encarcerados e apátridas eternos.
     Indagar à quem??? sobre esse estágio de desenvolvimento da humanidade. Se a metade está perdida, de nada valeu o transcurso das eras da inteligência e da imaginação, mesmo concordando que essa última seja a oficina da alma e lugar da fonte de toda a construção da ciência.
     Sobre o restante, nada mudou com a evolução do pensamento, o Homem continua e não passa de um reles indivíduo, a sua sorte está dentro do seu conflito e a gestão através do tempo dessa obra em nada favoreceu à sua felicidade, ao contrário, ela continua entregue aos seus superiores líderes, heróis cobertos pelas luzes e acima dos degraus cobertos por tapetes, uma linda urdidura descarada pela vaidade e arrogância.

" A MORTE VISTA DE DOIS ÂNGULOS " '

     Como é difícil para um país ser pobre!!! E quando essa condição é alheada por seu povo, mais pobre ele é.
     O momento que vivemos sob uma catástrofe deveria valer para avaliação do caráter desartificioso do brasileiro. Enquanto o mundo altera o ritmo da economia e da política fiscal no confronto da pandemia, a sociedade do Brasil dá relevância ao confronto entre as ideias postuladas desde 300 anos atrás, muitas delas sem os fundamentos concernentes e inoportunas.
     Essa pandemia está sendo combatida pelos países ricos com uma despesa que se aproxima   aos 7% do PIB, enquanto os países pobres da América Latina já dispendeu um valor de apenas 2,4% do PIB. Ou seja, os ricos podem gastar 3 vezes mais. O Brasil estima um valor da ordem de 1,1 trilhões de reais para um universo de 212 milhões de pessoas, contra 5 trilhões de reais gastos pelas 4 principais economias da Europa cujas populações somadas chegam aos 273 milhões.
     A união da sociedade brasileira precisa estar disposta e atenta para o fato ainda por vir de que não teremos em 2020 os 7 trilhões de reais conquistados em apenas 1,1% do crescimento da economia nacional em 2019. Haverá uma perda sobre aquele valor de aproximadamente -5% na atividade econômica, a única capaz de gerar renda e riqueza!!!
   

A MUDANÇA DE RUMO

     Desde muito tempo tenho sugerido a mudança de hábitos e costumes como uma maneira de retrocedermos no avanço desequilibrado na forma atual de vida adotada. Nada mais é tão preocupante quanto a necessidade de alguma coisa de forma patológica ao ponto de se posicionar indiferente diante de uma pesquisa de que 80% de tudo que é consumido não presta ! E, é o lixo que deixaremos como legado do nosso tempo, se houver.
     Não sei quantas pandemias serão necessárias, mas a consciência mundial terá que seguir novos padrões de consumo de bens, de locomoção, de habitação e prevenção.
     Melhor é compreender e seguir, ao juízo de cada um, as palavras do jurista e filósofo sergipano Tobias Barreto, ainda no século XIX ; " Não se crava o ferro no âmago do madeiro com uma só pancada do martelo, é preciso bater, bater cem vezes, e cem vezes repetir ".

COMO SERÁ O MUNDO SEM EMPREGO

     A marcha do pragmatismo de toda política do emprego tem como destino o desemprego ! Basta se conhecer as opiniões como do World Economic Outlook (WEO) de que uma redução do emprego industrial não causa preocupação, como se isso não fosse uma tendência mundial e antiga. Em 1970 o trabalhador da indústria era responsável por 25% da produção da economia, hoje essa participação rodeia os 10%.
     Esse movimento tem alterado diretamente a desigualdade da renda do salário com a expectativa de uma migração entre os setores produtivos e os consequentes questionamentos de isonomias salariais.
     Caminhamos assim para o achatamento da massa salarial na renda nacional, sem que até agora ainda não se fale de como será a forma de condição de vida do trabalhador sem emprego. Sua esperança escorrerá por entre os dedos, seja ele das economias desenvolvidas, em desenvolvimento ou um trabalhador rural da África Subsaariana.   

UM MUNDO ABSTRAÍDO DE SI

     Desde o início do século XX o mundo entrou em um processo anti-harmônico composto pelos ideólogos, os políticos e a estrutura evolutiva da economia e da sociedade. Não que essa questão fosse inédita, muito pelo contrário, após a primeira revolução industrial os conflitos de caráter econômicos-sociais permaneceram atuantes até os dias de hoje.
     Cremos que pouco adianta alimentar a esperança de soluções produzidas por atitudes e práticas prevalecentes em determinada época. Isso já era ! Se isso fosse verdade, não haveria tantas organizações multinacionais que proliferaram desde o início do século passado.
     O que continua prevalecendo são as dificuldades inconquistáveis, oriundas da desarmonia de pensamentos frente às realidades. O crescimento populacional urbano, por exemplo, nasceu com a industrialização e o significado essencial  da cobrança de impostos, para a manutenção do equilíbrio ponderado entre as taxas de concentração urbana com a produção de alimentos e a assistência social.
     Realidade essa que se tornou o cerne da conjuntura política, muito mais do que econômica, o espírito absenteísta da realidade tem sido a causa do auto-conflito social em todos os segmentos ideológicos.
     A realidade sempre será relatada por números mais do que por palavras : atualmente apenas o Japão devolve para a sociedade 0,92 centavos de dólar do imposto arrecadado, enquanto o Brasil devolve 0,13 e a média mundial é estimada em 0,34 centavos. Nesse indicador está a verdade em números, a moral, a justiça, a indiferença, o preconceito e a hipocrisia !  Nele começa e termina as razões de cada um. Além disso, só restam os pronunciamentos oficiais.

"TUDO O QUE SEI É QUE NADA SEI "

     A história da humanidade ao mesmo tempo que se desenrola, trás à luz da razão os acontecimentos que retiram do nosso pensamento as utopias e as profecias.
     Arrisco propor ao juízo de cada um se não é verdade que desde a metade do século XIX até hoje, todos os pensadores da área humana, em que pese o magnífico acervo de teorias e doutrinas, não foram suficientes e capazes em criarem uma compreensão global do destino equilibrado da sociedade mundial.
     A minha crítica sobre a forma desnatural que o mundo moderno adotou para adquirir a prosperidade, está na incapacidade moral de todos os governos na administração do dinheiro público, diante da insolvência da dívida às custas do financiamento privado. Gasta-se mais dinheiro em armas do que o total da produção econômica mundial destinada ao abastecimento essencial dos povos.
     Vale a pena lembrar dentro desse propósito as Doze Tábuas que inspiraram os principais fundamentos do direito romano. Delas, acreditá-se que ainda hoje norteiam dois terços da justiça no mundo, e no entanto ao que parece, estamos longe demais das utopias platônicas do que das profecias nostradâmicas.

A ONDA FINAL

     Existe um medo em dois capítulos, o medo final será provocado pelo rescaldo após vaporação do vírus chines que exigirá de cada país medidas corajosas de sacrifício.
     Mais do que nunca, estarão em jogo as diferenças econômicas e sociais na retomada da normalidade. Vivemos uma semelhança do após segunda guerra mundial quando morreram 85 milhões de pessoas, com 50 milhões de civis. Além dessa perda, convém salientar, que a destruição de toda a infra-estrutura deixou o continente europeu sem poder de recuperação econômico-social.
     A recuperação foi alcançada com a ajuda substancial do Plano Marshall para a Europa.
     O sacrifício atual não terá compartilhamento entre países, cada qual alcançará a recuperação da atividade econômica com o patrocínio necessário do governo no gerenciamento da oferta de crédito no mercado. Esse é o principal arranco para a reintegração dos empregos na geração de renda e consumo.
     O pior de tudo está no efeito marginal do desemprego, na comparação entre diferentes níveis de economia. Um trabalhador desempregado em uma economia desenvolvida sustenta em média mais 1,5 pessoas, outro nas mesmas condições, mais pobre, que sustenta mais 3,5 pessoas.
     Assim posto, imagino diferentes e corajosas medidas governamentais, que não poderão contar com planos beneficentes vindo de fora. A pedra jogada no meio da lagoa causará ondas, que mais cedo ou mais tarde, alcançarão a praia por mais longe que esteja. Isto é, todos serão alcançados.

UMA ESCADA SEM EQUILÍBRIO

     Não há mínima possibilidade de que o mundo possa sobreviver sem a correlação formada pelo grupo das famílias detentoras da capacidade de trabalho  com o espírito empreendedor das famílias detentoras do capital. É uma regra formada para substituir, assim podemos dizer, a era da pedra. Os protocolos naturais desse processo, emergiram pelas necessidades individuais e coletivas diante das adversidades que sempre estiveram presentes na vida da civilização.
     As desigualdades, as injustiças e as diferenças das formas de ser e de pensar, foram as causas de todos os conflitos da humanidade, entretanto, pouco nos damos conta que somos apenas mais uma espécie de animal. Todas as outras, sobrevivem em equilíbrio porque alguns dependem de muitos e muitos dependem de alguns.
     No meu pequenino sentimento da vida, penso que é nisso que consiste o equilíbrio. E para entendermos esse equilíbrio é necessário a calma que nos faz parar no meio da escada e contemplarmos o quanto alto já chegamos.

O CRUZAMENTO DE DUAS VERTENTES

A movimentação emigratória do capital e a abertura para uma economia liberal, deverão servir provavelmente ao alinhamento do pensamento de todos os governos. Talvez ocorra um marco histórico, identificado como o último ponto de apoio para o definitivo ancoradouro harmônico entre a economia, a sociedade e o governo, objetivando a construção de um arcabouço estrutural da nova ordem mundial.                                                                                                                 Contanto que deixe de existir o jogo da segurança dos mercados dominados pelos carteis especulativos, que se articulam por caminhos do capital que alimenta as commodities, será possível entender que daqui para a frente, o fluxo do dinheiro se verterá para novas áreas, cujos riscos deverão estar compartilhados com a míngua dos orçamentos públicos e a virtual ilação para o liberalismo das políticas econômicas. Isso quer dizer em poucas palavras, que o setor público terá que pedir socorro à poupança privada e renunciar parte do espaço público.
     
   

A JUSTIÇA ENTRE OS DESIGUAIS

     A variação da imagem da pirâmide demográfica não é um indicador suficiente para a adaptação do sistema econômico. O fato de que a Ásia tenha aumentado nos últimos 50 anos a sua população em mais de 2,5 bilhões de pessoas não valeu para que o poder político tenha se preocupado com as necessidades mais importantes no desenvolvimento.
     Não existe justiça na miséria!!! O conceito de desemprego disfarçado e subemprego em meados do século passado era desprezado, porque então atualmente, as elevadas taxas de crescimento da população apenas servem para a entrada de capital externo em busca de custo social zero??? Essa verdade por mais que sempre estivesse em debate, nunca representou uma elevação no nível de renda per capita nos países superpopulosos e pobres. Ao contrário.
     O capital agregado à economia mundial tem a atratividade de lucro na produção da indústria bélica. A taxa de crescimento anual desse setor na produção mundial é igual à todos os setores da economia essencial para a sociedade, segundo a OMC.
     Portanto, o subdesenvolvimento global constante, continua retratando a ineficácia da teoria do crescimento equilibrado quando comparamos a distribuição de renda e riqueza com o perfil do fluxo de capital.
     " Por acaso, qual é a justiça de que se  estão falando ??? " (Jeremias 22.13)

APÓS A TORMENTA, A REFLEXÃO

     É claro que sabemos e sempre soubemos que tínhamos limitações, mas que entretanto, sabíamos também que o irracional sobrepujaria o senso da razoabilidade e cometeríamos o suicídio da obra perfeita que já estava em nossas mãos : a inteligência !
     Afinal, para que tem servido então a formação das elites técnicas e de cientistas, se estamos assistindo uma reversão na expectativa mundial da vida. Se misturarmos os problemas que afetam a sociedade em um só recipiente teremos  diante de nós, um cálice envenenado pela excreção da nossa "genialidade" !
     Esse é o nosso mundo vivente, alheio à qualquer coisa fora de si, como se estivesse em outra natureza. E o que fazemos tem sempre a vinculação de algum valor duvidoso ou não. Fomos até capazes de dividir o mundo entre ricos e pobres, super potências e subdesenvolvidos.
     Mundo hipócrita ! preconceituoso e não poucas vezes : arrogante !

O ANO DE 1947

     Uma forma primitiva de combater uma doença de forte poder de contágio,   ocorreu por volta de 1947. Uma vizinha da minha mãe, foi contaminada pelo tifo. Essa doença na época significava uma condenação; quando o serviço público sanitário fez a primeira visita, já encontrou minha mãe cuidando de dona Dalva.
     Não havia nada à fazer, mas havia estoicismo e coragem tendo pela frente a falta de rede de água potável, esgoto, gás, luz, telefone, remédio, vacina e transporte. O que salvou dona Dalva foi o espírito voluntário, solidário e uma extraordinária noção da prática empírica de higiene e prevenção. Essa condição de tratamento permitiu aos técnicos a aprovação para o modelo doméstico de tratamento usado na  dona Dalva. Como banhos de bacias, lençóis fervidos e a dedicação incansável da dona Elvira, minha mãe.
     Essa história e sua dramaticidade, só conhece quem viveu. Contudo, hoje o mundo se tornou globalizado mas continua estranho. Como é possível explicar tanto medo, diante da capacidade científica e econômica, ainda que estejamos vivendo o ano de 2020??? Realizamos desafios e sonhos e ao menor sinal de perigo, somos dominados pela incapacidade. Diferente porquê do ano de 1947??.

CUIDEMOS DOS IDOSOS E DOS BANCOS !!!

     A crise perigosa para a saúde pública imposta por uma doença altamente contagiosa, tem sido alimentada por uma ameaça direta contra a população idosa do mundo todo. Deixa de ser relevante qualquer motivo de sua origem diante da emergência que desestabiliza os serviços públicos e de forma mais impactante o nível de equilíbrio da correlação do  sistema produtivo e a segurança financeira dos orçamentos públicos e privados.
     O governo brasileiro foi pego quando se preparava em equilibrar suas contas e engendrar medidas de "arranco" na economia. Uma tendência de diminuição sistemática dos juros tirava uma fatia da receita bancária e transferia para a amortização da despesas de juros da dívida pública.
     Acredito que ocorre um acidente de percurso classificado como "a mão oculta", chega com total imprevisibilidade quando os bancos são credores da dívida pública em mais de 50% por intermédio dos fundos de investimentos de previdência e privados e precisando honrar a remuneração dos cotistas.
     A grande dificuldade da programação financeira em situações inéditas é em ajudar mais o sistema do que o particular. Porque é através dos bancos que os poupadores do exterior depositam suas poupanças e a vida empresarial se sustenta para gerar empregos e arrecadação fiscal e por desdobramento fortalecer as contas da previdência.
     Se em uma crise de repercussão mundial, o sistema bancário quebrar, quebrará a espinha dorsal da economia. O banco é a coronária que alimenta tudo o que produzimos e consumimos.
   

UM AVISO DADO PELA MISÉRIA !!!!

     A literatura sobre a teoria do desenvolvimento foi montada basicamente na formação, distribuição e acumulação de capital. Até hoje ainda são as ideologias econômicas as responsáveis por todos os fracassos das políticas de desenvolvimento.
     A antiga "Lei do Pobre" defini bem a pobreza no momento da análise entre o crescimento da população e a distribuição de alimentos, a harmonia das suas taxas revelam o sentido harmônico do papel da economia para a sociedade que à explora.
     Na virada dos séculos 18/19 a Revolução Industrial criou a base da teoria econômica para o desenvolvimento tecnológico, contudo não soube como evitar a protelação de suas consequências. As mudanças de estilos e padrões dentro de uma realidade urbana passariam a depender da lei dos rendimentos, a flutuação do equilíbrio econômico e dos salários movimentariam também a capacidade de poupar de forma crescente ou decrescente.
     Isso quer dizer afinal, que a sociedade urbana passaria dai para sempre a ter o espectro do desemprego e da pobreza. A ilusão da perfectibilidade humana se tornou um pensamento fora do alcance racional, entretanto seus males estão presentes em nossas vidas, como assistimos vez em quando.

MEDRAMOS DIANTE DAS PROFECIAS

     Somos vestidos e revestidos pelo convencimento de que a formação científica deve ter como doutrina a felicidade fanal da humanidade, e não parte dela. Também deve ter o seu caminho iluminado pela temperança, para não sermos no final pichados como uma espécie soberba pela vaidade de achar que é superior, capaz de usar prodigamente a inteligência auto-destrutiva, deuses olimpianos e não servos mortais da imutabilidade do destino de cada um de nós.
     Como o tempo é infinito e a obra humana não, tudo que é criado pelo homem tem prazo de validade. Os exemplos do passado não são mais levados em conta pelas absurdas condições de vida, sem a certeza do presente e o pior ainda não percebermos que o que está aí é o futuro !!!!
     Poderemos estar vivendo a transição entre a soberbia e o salvamento. Só nos resta entendermos isso.

AS CRISES PELA GANÂNCIA !!!!

     Os bancos por causa das crises aumentam seus dividendos, tripudiam sobre os juros negativos que oferecem aos seus clientes e com isso marcam a inauguração de uma nova época de exploração entre todos os impérios na história da civilização.
     No momento, o petróleo de duas únicas fontes produtoras colocam sobre as cordas a economia mundial sem a mínima preocupação dos danos sociais colaterais. Momento esse em que o mundo sofre com as dívidas públicas e luta por colocar a sociedade dentro da margem de segurança econômica aceitável.
     Os bancos são cúmplices das crises econômicas!!! Promovem a poupança e dão vivas ao consumismo. Para os bancos: o futuro que espere!!!  pois o presente  é o presente das multinacionais, e a valorização do dinheiro anda atras da valorização de qualquer coisa.
     Esse é o lado negro do capitalismo na forma prática executada pelos capitalistas. O capitalismo, em seu pensamento, é a forma mais inteligente de se desenvolver socialmente.O difícil ou o compreensível para os gananciosos, qualquer que seja a ideologia, é ser justo.
   

A AMAZÔNIA E A SUA VERDADE

     O jornal Valor Econômico do Brasil, no dia 4 deste mês publicou um comentário do embaixador da Alemanha no Brasil, senhor Georg Witschel, de que a Noruega e a sociedade europeia estariam " de saco cheio " sobre o desmatamento da Amazônia brasileira, e que o acordo entre os dois blocos poderia ser revisto.
     Essa é a grande verdade da ignorância da sociedade europeia em relação ao Brasil: suas multinacionais transferem riquezas naturais e dinheiro produzidos pelo solo brasileiro para a Europa Quando o agro-negócio do Brasil descobre e moderniza o caminho para escoamento da sua produção através da Amazônia, com redução substancial de custo de transporte, encurtando a distância marítima dos portos de Santarém e Belém para a Europa, ligados por uma logística avançada de transporte fluvial dos rios Tapajós, Madeira e Amazonas, naturalmente o "saco" de receber dinheiro dos agricultores europeus começou a esvaziar.
     Esquece ou finge não saber o embaixador alemão que as multinacionais alemães do setor químico em defensivos estão no Brasil desde pelo menos a década de 50 do século passado. Porque não reclamar do governo americano sobre as empresas Alcoa de alumínio na exploração de bauxita em plena Amazônia desde aquela mesma época, beneficiando a indústria europeia, ou a  Cargill, no fornecimento de grãos. No caso da Alcoa brasileira, ela fatura mais de 3 bilhões de reais anuais e repassa para o município de Juriti onde está localizada, 500 mil reais mensais como reparação de danos ambientais.
     É assim que funciona senhor embaixador: o mundo explora a Amazônia há muito tempo, dá uma "gorjeta de pinga" desde que não possamos competir na região que é nossa." Brasileira "!!!!!

A CEGUEIRA BRASILEIRA

   
     
A  Amazônia não pode ser vista pelos brasileiros através dos olhos estrangeiros, a nossa realidade está comprometida com o nosso futuro e nessa compreensão devemos entender também a necessidade de estudarmos o que representa aquela região para o país e não para o mundo.Diz um velho ditado que " a pior cegueira é daquele que não quer ver".
     Itaituba, também chamada cidade pepita, na margem do rio Tapajós tem mais de 102 mil habitantes com uma renda per capita de 18 mil reais. Alta Floresta é um de seus distritos, com uma população de 52 mil habitantes e uma renda per capita em torno de 30 mil reis. Vale registrar que Macaé no Rio de Janeiro, é um município considerado como um grande polo petrolífero, abrigando uma população de 257 mil habitantes e que no entanto registra uma renda per capita de apenas mil e duzentos reais
     A distância de mil e quinhentos quilômetros entre Cuiba no Mato Grosso e Itaituba no oeste do Pará, tem em suas margens várias cidades com mais de 30 mil habitantes cada. Duas delas, Moraes de Almeida e Jardim do Ouro, são ligadas pela estrada Transgarimpeira, cuja manutenção é feita permanentemente para atender o movimento do garimpo.
   

O LIMBO DOS HUMANOS

     A principal vítima da história da civilização é ela mesma por não saber como encontrar a razão das coisas e então se prevenir diante das mudanças. O avanço das mudanças definha as vantagens da lei da perfectibilidade que permeia a forma indisfarçável da natureza humana.
     Participamos de um jogo sem regras, apesar de estarmos todo o tempo postulando e postergando o cumprimento de tudo que nos conforta exclusivamente. Nada é tão bom ou ruim que não passe e essa ópera da vida ocorre no intervalo entre os dois momentos.
    Saber se desembaraçar e avançar significa uma troca do poder e da realidade, e fazer afinal a diferença entre os valores antagônicos sem conflitar nunca com a perfectibilidade humana e não nos vitimarmos para ter que viver condenados no pré-purgatório da nossa existência.