quinta-feira, 26 de março de 2020

O ANO DE 1947

     Uma forma primitiva de combater uma doença de forte poder de contágio,   ocorreu por volta de 1947. Uma vizinha da minha mãe, foi contaminada pelo tifo. Essa doença na época significava uma condenação; quando o serviço público sanitário fez a primeira visita, já encontrou minha mãe cuidando de dona Dalva.
     Não havia nada à fazer, mas havia estoicismo e coragem tendo pela frente a falta de rede de água potável, esgoto, gás, luz, telefone, remédio, vacina e transporte. O que salvou dona Dalva foi o espírito voluntário, solidário e uma extraordinária noção da prática empírica de higiene e prevenção. Essa condição de tratamento permitiu aos técnicos a aprovação para o modelo doméstico de tratamento usado na  dona Dalva. Como banhos de bacias, lençóis fervidos e a dedicação incansável da dona Elvira, minha mãe.
     Essa história e sua dramaticidade, só conhece quem viveu. Contudo, hoje o mundo se tornou globalizado mas continua estranho. Como é possível explicar tanto medo, diante da capacidade científica e econômica, ainda que estejamos vivendo o ano de 2020??? Realizamos desafios e sonhos e ao menor sinal de perigo, somos dominados pela incapacidade. Diferente porquê do ano de 1947??.

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