sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A AMBIVALÊNCIA DA RECESSÃO

     Toda vez que o processo da recessão aparece na conjuntura que é movida pela economia, novas realidades são colocadas em prática pela sociedade consumidora. Como teoricamente a renda é igual ao que se consome mais a poupança disponível,  a flutuação dessas variáveis  determina os novos destinos dos investimentos, mas o fato é que após os conflitos e crises, sejam de natureza econômica ou não, a sociedade não será mais a mesma.
     Pode parecer um paradoxo, mas a recessão permite o realinhamento e equilíbrio dos agentes fundamentais da economia. Nessa fase as autoridades governamentais que são responsáveis pelas contas públicas, refazem suas previsões e controlam com rigor a realização das dotações orçamentarias. Os investidores aumentam a proteção do capital e avaliam e protelam novos projetos. As empresas criam novos sistemas e programas de custeio, melhoram os métodos operacionais, buscam maior produtividade na produção e fortalecem o relacionamento entre seus parceiros.
     A recessão encontra na família, o principal agente da ciência econômica, é ela que irá colocar os elementos financeiros de mercado, os níveis de oferta e demanda de bens e serviços em equilíbrio, e indicar mediante seu comportamento qual deve ser a real utilização do dinheiro na atividade econômica. Os conflitos e crises não surgem das empresas e muito menos das famílias, porém são os que sofrem na pele as consequências. Esse preço deve ser compensado com uma nova mentalidade nas relações dos mercados, da proteção da massa salarial, no maior sentido das políticas e diretrizes governamentais e nas instituições do país.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O MERCOSUL DEVE SE VALORIZAR MUNDIALMENTE

     O Mercosul é composto por países, de níveis sócio-econômico baixos e com grande falta de investimentos, é aí que aparece a dificuldade de se fazer considerações sobre a consistência do grupo. Qual o país sul-americano que dispõe de um desenvolvimento em condições de representar a locomotiva do crescimento regional ? Toda a América Latina tem sérios problemas de investimentos em infra-estrutura e essa questão dificulta acordos entre os blocos internacionais e a mesma questão não contribui para a formação de um fundo financeiro capaz de atender aos países consignados, pois é evidente a enorme necessidade de todos os países da região em gerar renda de curto prazo que alimente o consumo.
     Quando foi criado a União Europeia de Livre Comércio, haviam países lideres que representavam a força dessa união, principalmente a Alemanha, França e Itália. Esses países tem em suas economias a força de grandes multinacionais, empresas que exportam produtos de grande valor agregado, bens e serviços para o mundo todo. O mercado comum europeu já nasceu forte e com capacidade suficiente para ajudar aos parceiros do bloco menos desenvolvidos.
     Penso que a posição do Mercosul deveria se voltar para objetivo do fortalecimento do bloco, o único caminho, a meu ver, de se conseguir o desenvolvimento regional, na linha da teoria do economista brasileiro Celso Furtado. Os acordos bilaterais com outros blocos devem ser estratégicos com o foco visando a maior presença no mercado internacional, aumentando o poder de barganha entre as nossas matérias primas e os produtos industrializados.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

POLÍTICA ENTRAVA O DESENVOLVIMENTO

     O sonho de ver o Brasil nacionalista na sua cultura e dono do seu destino social, levou-me a interpretar quem somos e quem queremos ser. Depois de tantos anos acompanhando as mudanças políticas e regimes de governo me convenci que a vida do povo sempre foi motivo de conveniências políticas por causa da falta de uma real inteligência que surgisse do povo uma real inteligência para elaborar, segundo suas necessidades, os planos nacionais de desenvolvimento.
     A revolução da forma de pensar sobre o Brasil é muito importante, e que o povo aceite as ideias de comprometimento nas decisões do futuro que lhe resta e de seus descendentes. Em alguns momentos da vida nacional assistimos o enfraquecimento das instituições que formam o alicerce da nação e cabe apenas ao caráter do pensamento do povo a renovação e o fortalecimento da pátria mãe. Quem vive neste momento em algum lugar deste país, correndo em busca de uma melhor condição de vida, deve saber que não irá a lugar nenhum se não mudar a forma de pensar, pois vive dentro de um sistema fechado pela ganância dos planos daqueles que nunca se importaram com a esperança que habita no coração de uma nação tão cheia de condições e amantes da liberdade.

domingo, 25 de outubro de 2015

O DRAMA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

     As baixas avaliações dadas pela UNESCO sobre a qualidade do ensino no Brasil, traduz a idéia que alguma medida estrutural deve ser adotada, ou melhor, aplicar de maneira radical e pragmática os recursos que são destinados para a educação, com distinção  ao ensino médio. Esses recursos, se olharmos os dados fornecidos pelo governo, existem constitucionalmente, tem dotação orçamentária da receita do Tesouro Nacional. O percentual de 5,7 do PIB significa em linhas gerais, algo acima de 100 bilhões de reais, percentual esse que está na média mundial, acima inclusive, do Canadá, Estados Unidos, Coréia do Sul e Rússia. Se a educação brasileira também tem uma destinação de 25% da receita federal, correspondente a 250 bilhões de reais, e,  se a fonte de informação é o próprio governo, esses dados se apresentam conflitantes.
     Está evidente que os recursos existem mais são aplicados inadequadamente e provocam as desigualdades nas avaliações. Entendo que só teremos a melhora com o envolvimento nacional, quando os recursos forem priorizados para o ensino médio, aonde está a base da qualificação, ajudando com mais atenção aos jovens das cidades do interior,que são regiões de maiores dificuldades para a  frequência as  escolas. A educação do futuro depende da capacitação no ensino médio, alunos motivados e professores valorizados, salas de aulas cheias e as lousas ilustrando os diagramas da vida, acabando para sempre a explicação infeliz de que os alunos vão as escolas para fingirem que aprendem e que os professores estão lá fingindo que ensinam.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O DIAGNÓSTICO DE UMA ESTRATÉGIA MEDROSA

     O Brasil perdeu a oportunidade de hoje estar livre das incertezas externas e das turbulências do câmbio e da pressão inflacionária. Nos 8 primeiros anos depois de 2000, o consumo das famílias esteve aquecido devido ao bom desempenho do PIB, foi também o que levou ao crescimento da arrecadação e dos gastos públicos. Nesse período a arrecadação federal subiu mais de 90 %, é importante frisar que 1/3 do valor do PIB é representado pela carga tributária injetada nos custos de fatores. Esse quadro de euforia não tinha a segurança da produção nacional, as reclamações sempre recaíram na falta de competividade com o setor externo. Convém lembrar que na época quando o câmbio se mantida estável abaixo de 2 reais era o momento crucial para a importação de bens de capital fixo pelas empresas nacionais, trazendo novas tecnologias e qualidade. O governo não tomou a frente nessa estratégia, e a partir de 2008 com a queda do consumo das famílias, fator alimentado pelo desemprego, a produção nacional para exportação que é basicamente   formada por manufaturados não teve capacidade de competir no mercado externo. Para se ter uma idéia, a produção nacional ocupa o lugar de número 75 em competividade no ranking mundial, o que, a meu ver, é uma contradição com a posição de sétima economia mundial. Os entraves domésticos são significativos nesse sentido, não se desenvolve a economia produtiva com a pressão de uma matriz de impostos opressora, com a infraestrutura de mobilidade atrasada e principalmente a dificuldade com a ineficiência e a burocracia estatal.
     Contudo, a diminuição da demanda externa abriu espaço para o consumo interno, o câmbio elevado forçou a seletividade na escala de preferência do consumidor, e o efeito substituição, afinal de contas, permitiu a melhora de alguns segmentos da produção nacional de bens e serviços. Com a dificuldade atual do custo do dinheiro e a ausência dos investimentos diretos do exterior a fase de recuperação só terá início no momento em que os empresários se tranquilizarem com o futuro de seus negócios.

sábado, 17 de outubro de 2015

OS NÚMEROS EM 60 ANOS NÃO REDUZIRAM A POBREZA

   Até hoje não conseguimos explicar a distribuição da renda mundial com mais de 7 bilhões de habitantes. Atualmente os 10 países mais pobres do mundo só conseguem contabilizar um PIB de 9 bilhões de dólares. Esse valor revela a total falta de solidariedade da comunidade internacional para o desenvolvimento. A prova dessa minha colocação é o PIB dos 10 maiores países do mundo, eles contabilizam um total de 51 trilhões de dólares. Uma outra informação sobre as desigualdades de renda, é que apenas 0,7 % , algo em torno de 50 milhões de pessoas detém mais da metade de toda a riqueza do planeta. Entre 1950 e 2012 a população mundial teve um  crescimento de 3 vezes, passando de 2,5 para 7 bilhões de pessoas e o PIB no mesmo período teve uma variação de 15,5 vezes, isto é, passou de um valor de 5,37 trilhões de dólares para 82.762 trilhões de dólares.
     Desde a década de 40, no sentido de se resolver essa tragédia mundial, já foram criadas entidades como a ONU, UNESCO, FAO, BID, UNCTAD, GATT, BIRD, OCDE, CEPAL, OIT, FMI, ONGs, todas voltadas para combater e eliminar a fome, a pobreza e a desigualdade entre os povos.
     Porém, a história mantem a mesma conclusão : Os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O PEJO DE UMA NAÇÃO CANSADA

     Depois de 25 anos praticando uma nova vida nacional de pensamento e iniciativa livres, tenho a impressão de que o povo brasileiro abriu mão da segurança na proteção de sua liberdade. Aqueles que se apresentaram como novos lideres e paladinos da democracia, nada mais eram do que as famintas hienas a espera das sobras nas carcaças que os abutres abandonam. O Brasil é rico em sua natureza, em seus abundantes recursos naturais e tem uma população gentil em mais de 204 milhões, e, entretanto essa população vem carregando nesse período um fardo pesado com falsas promessas, pegajosas mentiras e a permanente dilapidação do patrimônio público.
     Poderia ainda mais desabafar a minha revolta e o meu desprezo, ocorre que ainda me resta a memória dos nossos heróis do passado, cidadãos brasileiros de ilibada passagem pela vida, e por eles me curvo solene ao mencionar o pátrio pensamento de RUI BARBOSA ;

   "  DE TANTO VER TRIUNFAR AS NULIDADES, DE TANTO VER PROSPERAR A DESONRA, DE TANTO VER CRESCER A INJUSTIÇA, DE TANTO VER AGIGANTAREM-SE OS PODERES NAS MÃOS DOS MAUS, O HOMEM CHEGA A DESANIMAR DA VIRTUDE, A RIR-SE DA HONRA, A TER VERGONHA DE SER HONESTO. "

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A CARRUAGEM PASSA E O POVO BATE PALMAS

Época após época, a civilização se movimenta alterando seus hábitos e costumes. Essa movimentação tem um ritmo e direção que também podemos classificar em ciclos ou eras. Seus protagonistas são sempre os mesmos: o capitalista, o empresário, o povo e o governo. O domínio e o poder é o objetivo de vida do qual não faz parte o povo, como não faz parte na disputa pela conquista do dinheiro, da matéria prima, dos recursos naturais e principalmente da lei. O sentimento e o pensamento que os impele é a ganância farta e disposta no meio da soberania, é o prêmio natural de quem é herdeiro dos grandes impérios, senhores donos do dinheiro do mundo. Esses senhores siquer interferem nos meios circulantes da moeda, apenas articulam as tendências dos mercados e eles são os mesmos que em nome dos direitos, dos princípios e conceitos de democracia redigem as leis e formalizam a política para o povo respeitar. Entretanto, é essa figura ancestral do povo, que tem no seu núcleo a instituição da família e ali que fica guardada a chave que muda a direção da vida.
     Todo o pensamento da construção da teoria econômica tem como matriz nuclear a família, a capacidade de equilibrar as necessidades fundamentais como: produzir, consumir, progredir, poupar e defender a liberdade. Portanto, nesse velho juízo, repousa a afirmação de que está na mão da família a chave mestra do mundo. Sempre haverão os conflitos beligerantes ou políticos que jogam pelos ralos em indústrias de armamentos ou por gestões públicas feitas por alquimistas o dinheiro suficiente para acabar com a miséria humana. A chave está girando e pode desconectar a ordem do sistema.  

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A DEMOCRACIA AINDA ESTÁ LONGE

     A impressão hoje é de que os ideais da redemocratização do Brasil foram abandonados. Pedimos desde o início os avanços sociais e o afastamento do sub desenvolvimento, porém, ao listarmos os principais temas noticiados pela imprensa brasileira nos últimos anos, descobrimos, em verdade, que a democracia sonhada, parece estar mais distante do que imaginamos, e para alcançarmos esse facho dourado teremos primeiro que eliminar nossos entraves:
   1-Aumento do lucro oportunista dos bancos
   2-Aumento para 39 ministérios da máquina estatal
   3-Aumento para 35 partidos político
   4-Aumento da má distribuição de renda
   5-Aumento das periferias nas capitais brasileiras
   6-A perda do aproveitamento no ensino fundamental
   7-A realidade difícil da saúde pública
   8-Aumento da insegurança pública
   9-Perda do poder aquisitivo da classe média
  10-A interdependência política nos 3 poderes da Nação
  11-Institucionalização da corrupção
  12-Desinteresse pelas reformas
  13-A carga tributária não é traduzida em desenvolvimento
  14-A capitalização da classe pobre não tirou a condição de pobre
  15-O pensamento ideológico na sustentação do poder
  16-Perda da confiança no sistema político
  17-A centralização e regulamentação da economia
  18-O poder da impunidade dos poderosos
     A paz social, a esperança em progredir, o respeito por todas as leis e o sentimento de patriotismo é a essência do nosso ideal. O conjunto das citações acima, não rara vezes, aparecem para o nosso conhecimento revestidas da comédia ou da tragédia, assim como era descrita na arte grega.

domingo, 4 de outubro de 2015

O MOVIMENTO DO MERCADO DO PETRÓLEO

    Não existe dúvidas de que a OPEP ainda dominará esse mercado por muito tempo. Para esse grupo, o custo de produção do barril varia em torno de 25 dólares e entre  os 15 maiores países consumidores tem apenas 2 de seus integrantes, basicamente exportam toda a sua produção, e na comparação com os 15 maiores países exportadores, tem 11 integrantes. Como possuem um baixo nível de custeio, sustentam uma rentabilidade operacional equilibrada com uma gerência do fator de reposição de reservas, isto é, é a variação dos preços somados entre as compras de reservas de outros produtores com a produção do próprio grupo. Podemos avaliar também da seguinte forma: mantemos guardada a nossa produção e compramos a de terceiros, com preços inferiores ao que vendemos. Isso garante a sustentação da produção estratégica e a manipulação dos preços no mercado.
     Existe um ponto de estrangulamento na produção rentável do petróleo, tratá-se do refino e aí também podemos notar que no ranking dos 10 maiores refinadores, a liderança é mantida pelos Estados Unidos, seguem a Rússia, China, Ìndia, os países europeus e a Arábia Saudita como a principal representante da OPEP. Para os países que apenas exportam o petróleo crú e são obrigados a importar seus derivados, estão, em verdade, beneficiando a rentabilidade daqueles que tem a capacidade  do refino. Essa é uma condição longa e de difícil mudança e que pesa negativamente na conta da balança comercial. O refino é a parte boa do negócio, como em todo o negócio na história da humanidade é o  atravessador quem mais saí ganhando.