quinta-feira, 31 de agosto de 2017

VIVEMOS POR UMA IDEOLOGIA QUE NÃO EXISTE

     Em 1867 Karl Mark proferiu a sentença de morte ao capitalismo.
     A teoria dos ciclos não permitiu que se concretizasse aquela profecia. O capitalismo nunca esteve tão vivo, por isso inventamos a produtividade que remunera o capital com melhores rendas, enquanto despreza o salário e alarga cada vez mais a distância entre a riqueza e a pobreza. Devemos lembrar que esse sistema avançou sobre todas a fronteiras ideológicas, a ponto de transformar a maior Nação comunista na maior máquina consumidora  de fatores econômicos mundial, ademais, foi capaz de entesourar 4 trilhões de dólares em divisas produzidas exclusivamente pela atividade capitalista.
     A visão capitalista e a socialista sempre estiveram em confronto, o que sempre foi colocado à margem do debate, no entanto, é a figura do empresário; aquele gerador de emprego e renda, uma das  colunas do pensamento econômico. E, quanto a nós, não nos damos conta ou não queremos dar quanto a nossa parcela de culpa na filosofia ou no fundamento de desenvolvimento, seja do ponto de vista capitalista, socialista ou de ambos.
     O ciclo pode avançar numa trajetória logarítmica ou temporal, e as vontades e culturas vão se formando ou transformando-se. Vivemos a cultura da abdicação da poupança pelo consumo irresponsável que endivida o futuro e compromete a prosperidade. Acho mesmo impossível que possamos dar um passo atras sem passar por uma era perigosamente pobre, e aí sim, redirecionarmos nossas vidas de uma forma mais plausível e previsível quanto a segurança de um futuro que venha a valer para todos nós.  

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A DEMOCRACIA CONFIGURADA

     Está acontecendo no Brasil o debate por uma reforma política no Congresso Nacional. Nesse debate percebemos a preocupação dos congressistas em manter de fora a opinião popular, justamente a parte de causa e efeito da existência de uma República, se entre esses congressistas estivesse presente Aristóteles, filósofo grego, nascido em 384 antes da era cristã, estaríamos provavelmente tranquilos sobre a salvaguarda da nossa democracia. Chamaria ele, as hordas políticas de aproveitadores do poder que lhes foram cedidas eventualmente pelo desejo de um povo. Descontentes ainda assim, os políticos se lançam a uma reforma autocrática para mudar a forma da Constituição estabelecida.
      Como o filósofo acreditava em vários tipos de democracia, ficamos a pensar que a nossa tem a presença da existência do poder de um arconte, aquele cargo que perpetua a desigualdade embebecida pelo poder. Aquece, porém, o sentimento da revolução pela liberdade do povo refém. Este sim, não se envolverá em querelas, pois jamais se insurgirá contra si mesmo.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A HISTÓRIA DA LUTA PELO SALÁRIO

    Nas décadas de 20 e 30 do século passado havia melhor compreensão das autoridades pelo equilíbrio da atividade econômica na sustentação do emprego e além disso os processos da produção abriam imenso leque de tarefas para um consumo baseado em bens e serviços de primeira necessidade. Era um contexto que permitia a conquista salarial pelo resultado da valorização individual com a formação do trabalhador  especializado.  A historia mostrou que a figura do especialista perdeu significado e se tornou um alerta para a situação do trabalhador de hoje em dia, ele hoje tem o anonimato daquilo que produz, contrariando o pensamento de Adam Smith de que "todo o produto do trabalho pertence ao trabalhador".
     Isso mudou !
     A população do século XVIII de 1 bilhão de pessoas não consumia com a mesma intensidade e descartabilidade como existe hoje. A diferença histórica, a meu ver, são as dimensões e volumes da produção e do consumo, mas, o mais importante são as formas morais de produção e as características psicológicas do consumo atualmente. O sistema produtivo teve que buscar no desenvolvimento tecnológico a velocidade necessária capaz de atender ao mercado consumidor com mais de 7 bilhões, com efeito, a consequência inevitável recaiu na oferta de emprego, e daqui para a frente o mundo econômico terá que solucionar ou conviver com o estado de desemprego mundial e seus desdobramentos.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A RECICLAGEM DE UM FUNDAMENTO

     O trabalhador só pode revindicar o resíduo do resultado da produção, segundo o pensamento da Escola Clássica da economia. Se esse resíduo é compartilhado hoje com a mão de obra robótica, poderemos entender que pouco sobrará para remunerar o trabalhador humano, como também não haverá condições para se alcançar o pleno emprego, mesmo que haja uma migração da força de trabalho entre os setores da economia a concorrência da tecnologia cada vez mais afastará a mão de obra humana da atividade produtiva. Resta então saber, como ficará no futuro, não muito longe, a formação da renda de origem salarial, responsável direta pelo nível do consumo e da produção.
     Os socialistas e os capitalistas jamais consideraram que um dia o emprego poderia mudar de mão, que o trabalhador pudesse ser substituído por uma inteligência fria e sem sentimentos, incessante e sem incontestabilidade sobre a sua jornada incontinenti. Mestres como Smith, Ricardo e Mark não saberiam hoje entender o "estado original das coisas" porque, segundo meu pensamento humildoso, o trabalhador não faz mais parte do conjunto fundamental das coisas "petras" do trabalho, da terra e do capital. Os índices de desemprego pelas economias do mundo econômico mantém-se de maneira resistente diante do desinteresse dos políticos de elaborarem políticas de proteção da presença do trabalhador na oferta de emprego, e que a tecnologia seja sua ferramenta e não o inverso.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

O DESENVOLVIMENTO SEM A GANÂNCIA

     Existem duas questões no rumo para se chegar ao desenvolvimento global. A mudança do clima e a utilização em grande escala da tecnologia robótica na indústria, são dois fatores que convergem em causa e efeito naturalmente. Mas, o motivo vetor de toda essa história é a necessidade do lucro pelo menor esfôrço. Quando o setor do agronegócio se torna a locomotiva da arrecadação de divisas para um país, as medidas de proteção ambiental passam a serem negociadas pelo entendimento falacioso do custo-benefício, e quando se introduz numa fábrica a máquina inteligente capaz de dispensar a carga de compromissos financeiros de contribuições previdenciárias com a presença de empregados, a produtividade se apresenta como o argumento para rebocar a expectativa de mais lucros e arrecadação de impostos. A sustentabilidade e o desenvolvimento precisarão de novos padrões éticos de produção e consumo para podermos seguir em frente.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O DESENVOLVIMENTO DEPREDATÓRIO

     Realizei um pequeno projeto de reflorestamento de madeiras nobres em meu sítio em 1985, hoje as árvores daquele projeto estão, poderia dizer, adolescentes, e precisarão pelo menos de mais uns 30 anos para chegarem a um porte adulto. Muito mais longe de qualquer valor econômico é o humilde legado para a Mata Atlântica do Brasil, na qual faço parte como residente.
     Enfim, em nome da prosperidade e do desenvolvimento, chamado também de sustentável, derrubamos árvores bicentenárias, com 2 metros de diâmetro. Somente na Amazônia legal existem algo em torno de 80 bilhões de metros cúbicos de madeira tipo A para serem exploradas, o que representa 30% da madeira tropical existente no mundo. Em 1980 as madeiras retiradas das hidroelétricas inundadas na região amazônica por conta do crescimento energético do país, somaram 90 milhões de metros cúbicos, rendendo naquela época, mais de 40 bilhões de dólares. Para onde foi aquele dinheiro??, como também é assustador imaginar o volume de 1 metro cúbico multiplicado por 90 milhões.
     Existem no Brasil, códigos florestais e programas de regularização ambiental, todavia, em um único município localizado na estrada federal que liga a cidade de Brasília, capital do país, ao estado do Pará a presença das madeireiras dominam esse mercado milionário. Ora, a captura de CO2 da atmosfera é derrubada indiscriminadamente por uma simples conta : Em cada 10 mil metros quadrados de madeira nobre ainda de pé, pagá-se  200 dólares por cada 38 metros cúbicos do tipo A que agrega um acervo de 200 espécies de madeira.
     São informações preocupantes quando a FAO prevê um aumento de 13% na produção de carne nos próximos 10 anos, corre contra o tempo a necessidade de protegermos as fronteiras da agropecuária, sem avançarem nos limites atuais.