sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O DESENVOLVIMENTO DEPREDATÓRIO

     Realizei um pequeno projeto de reflorestamento de madeiras nobres em meu sítio em 1985, hoje as árvores daquele projeto estão, poderia dizer, adolescentes, e precisarão pelo menos de mais uns 30 anos para chegarem a um porte adulto. Muito mais longe de qualquer valor econômico é o humilde legado para a Mata Atlântica do Brasil, na qual faço parte como residente.
     Enfim, em nome da prosperidade e do desenvolvimento, chamado também de sustentável, derrubamos árvores bicentenárias, com 2 metros de diâmetro. Somente na Amazônia legal existem algo em torno de 80 bilhões de metros cúbicos de madeira tipo A para serem exploradas, o que representa 30% da madeira tropical existente no mundo. Em 1980 as madeiras retiradas das hidroelétricas inundadas na região amazônica por conta do crescimento energético do país, somaram 90 milhões de metros cúbicos, rendendo naquela época, mais de 40 bilhões de dólares. Para onde foi aquele dinheiro??, como também é assustador imaginar o volume de 1 metro cúbico multiplicado por 90 milhões.
     Existem no Brasil, códigos florestais e programas de regularização ambiental, todavia, em um único município localizado na estrada federal que liga a cidade de Brasília, capital do país, ao estado do Pará a presença das madeireiras dominam esse mercado milionário. Ora, a captura de CO2 da atmosfera é derrubada indiscriminadamente por uma simples conta : Em cada 10 mil metros quadrados de madeira nobre ainda de pé, pagá-se  200 dólares por cada 38 metros cúbicos do tipo A que agrega um acervo de 200 espécies de madeira.
     São informações preocupantes quando a FAO prevê um aumento de 13% na produção de carne nos próximos 10 anos, corre contra o tempo a necessidade de protegermos as fronteiras da agropecuária, sem avançarem nos limites atuais.
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário