segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A LONGA BATALHA CONTRA O PETRÓLEO

     Ainda como professor na década de 70, usava de uma forma diferente, para expressar a ideia sobre o futuro dos países produtores de petróleo, eles irão "beber petróleo de caneca ". Pretendia então, alertar para uma mudança no comércio internacional, provocada pelo aumento da oferta e das novas reservas fora do cartel. Naquela época, o mundo não tinha as vistas voltadas para os problemas advindos do aquecimento global e que seriam determinantes para começar o debate sobre a utilização do petróleo como fonte de energia. e o que fazer para nos livrarmos dos estoques em dezenas de trilhões de barris a serem queimados.
     A cotação do barril está abaixo dos 30 dólares e indica que poderá recuar ainda mais, se isso vier acontecer, dificilmente esse combustível perderá importância na economia mundial. Esse é o grande problema a ser resolvido, combater o aquecimento com os produtores de petróleo colocando os preços em patamares motivadores de consumo. A redução da atividade econômica nos países emergentes não é suficiente para conter a redução da cotação do barril, notá-se um elevado aumento de estoques estratégicos, usando-se para isso até os tanques dos cargueiros em alto mar.                            O atual quadro entre a oferta e a procura, no meu entendimento, não está apenas relacionado às crises econômicas, existe uma transição de hábitos da humanidade, todavia, a consciência mundial repudia o petróleo, mas não pode dispensá-lo por enquanto, principalmente os emergentes em tocar seus desenvolvimentos.
     Somente A Aramco, empresa estatal da Arábia Saudita dispõe de um estoque de quase 300 bilhões de barris, e o Irã ainda não retornou ao mercado. A Aramco tem um valor patrimonial estimado em mais de 11 trilhões de dólares e como tal devemos convir que os negócios desse mercado estão muito longe de acabar, sequer de enfraquecer. A Petrobrás, empresa estatal do Brasil, anuncia que o custo do barril no pré-sal saí por 8 dólares, mas que seu ponto de equilíbrio ideal, nos projetos em águas profundas seria de 50 dólares, são informações incompatíveis com as cotações atuais no mercado mundial, se o preço do barril chegar a 20 dólares, qual deverá ser o custo de produção para as grandes potências do petróleo ? A empresa brasileira, por seu lado, não deixa claro se outros custos como royalties e seguro de acidentes ambientais são considerados.
     A guerra contra o petróleo, a meu ver, só será vencida quando houver outras fontes de energia em condições de atender a demanda mundial ao custo e eficiência que até hoje o petróleo oferece.


   

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A TEORIA DA MÃO OCULTA

     Em tudo que planejamos nas nossas vidas, existe um elemento imponderável, que por mais cuidados e estudos efetuados na construção de um projeto, não poderemos afirmar que o resultado final será plenamente alcançado.
     A literatura tem fornecido importantes interpretações sobre a " Teoria da mão oculta ", na tentativa de explicar porque projetos de baixa confiabilidade produzem excelentes resultados, enquanto outros com grandes orçamentos despendidos, mal conseguem sair do papel. John Nash, notável prêmio Nobel de matemática, usou a teoria dos jogos para entender por que agimos de forma irracional na busca de objetivos quando encontramos pela frente normas sociais.
     Quantos projetos adiamos ou cancelamos por motivos  inexplicáveis, como evitar que uma piscina construída fique condenada pela seca provocada por uma estiagem e pelo aquecimento global, que jamais seria previsto a 30 anos atras. Quando iniciamos a leitura de um livro, não imaginamos que tipo de mão oculta encontraremos na emoção do conteúdo, capaz de fazer com que abandonemos a leitura, ou que a devoremos com entusiasmo.
     É o segredo da viagem da vida, para as equações matemáticas, ela é chamada de " resíduo aleatório ", para os leigos é chamada de " azar ou sorte ", e para os pensadores, a mão oculta é a eterna incerteza dentro da certeza, que tanto ajuda os céticos como derrota os otimistas.

domingo, 10 de janeiro de 2016

OS CAMINHOS NA FORMAÇÃO DOS PREÇOS

    Na formação dos preços de determinados produtos ou serviços é aonde está localizado o verdadeiro retrato da estrutura econômica de um país. Essa estrutura pode ser liberal ou não liberal, e ambas podem produzir irregularidades. O liberalismo cerceia a participação do Estado na economia, mas essa liberdade premia uns e penaliza outros, na prática da doutrina " cada um por sí ". É verdade que esse sistema propicia enorme abertura para o Setor Privado tomar as mais arrojadas iniciativas em projetos sem o controle estatal, suas principais ferramentas são a livre concorrência, um menor efeito dos preços administrados e a eficiência na gestão e com isso poder construir um padrão de formação de preços.
     O preço nasce no momento em que alguém resolve produzir um bem ou serviço, para tanto tem que ir ao mercado em busca de fatores de produção. Inicia-se então a formação do valor agregado na cadeia produtiva. Como não existe nenhum sistema perfeito, no percurso a ser feito por esse produto, serão encontrados todos os tipos de ganâncias, carga tributária, especulações, problemas políticos, problemas logísticos, movimentos sindicais, fenômenos climáticos, crises financeiras e corrupções. Como se pode imaginar, o valor agregado primário, sofrerá um crescimento nominal tão irreal que será engordado por excessos de custeio e inevitavelmente repassado até chegar às mãos do consumidor final. Fora, os aproveitadores, a inflação duradoura no processo produtivo, mina a resistência da renda pessoal e empurra a economia para uma recessão crônica.
     Enfim, a formação de preços não depende de modelos estruturados tão somente, mas fundamentalmente das pessoas que fazem as gestões desses modelos. Existe um texto acadêmico que ajuda a explicar a variação dos preços, conhecida como a " mão oculta ", sobre a qual abordaremos mais adiante.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O CUSTO ESTÁ SEMPRE PRESENTE EM NOSSAS VIDAS

     Desde que nascemos somos representados por custos, mesmo aqueles que vivem afastados da civilização tem um custo, só que não possuem a contra partida da moeda. Vivemos em um mundo que basta dar um passo para ser medido em custo financeiro, ou será que o calçado não tem depreciação por uso ? Tudo é medido em dinheiro, em todas as áreas da atividade humana. O mundo tem uma medida financeira, por isso distinguimos ricos e pobres.
     Mas, será que todas as coisas são medidas corretamente, ou a avaliação de cada coisa obedece a critérios diferentes, conceitos culturais, ou pelo avanço ou pelo atraso tecnológico de cada produção ?
Muito antes da moeda, já havia o preço das coisas...a troca. As especiárias, o sal, uma ovelha ou até uma pessoa, eram moedas fortes no sistema de troca. Hoje, esse sistema adquiriu força pelas manobras políticas e principalmente, pela insegurança do mercado financeiro especulativo. Na troca está a única forma justa de se conseguir um bem, seja ele escasso ou não, posso trocar uma barra de ouro por um copo d'água, se eu estiver com sede no deserto do Saara. É bem verdade que a água é um bem escasso, mas a relação de troca entre dois bens está configurado pela medida de utilidade e necessidade. O ar atmosférico deixou para trás a ideia de que não tinha preço, por ser um bem livre para todos. O conceito da busca por uma melhor qualidade de vida tem como corolário, viver em lugares aonde o ar não seja poluído.
     Afinal, o que é mais importante, a necessidade ou a moeda ? O homem introduziu em sua cesta de necessidades, uma quantidade infinita de bens e serviços, e com isso, em verdade, a moeda perdeu o poder circunstancial e relativo perante um outro poder que domina as pessoas no dia a dia... a angústia e a ansiedade pelo consumismo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O VERDADEIRO PREÇO DE TUDO QUE PAGAMOS NÃO EXISTE

     A ideia é comentar durante algumas postagens, aspectos, que considero intangíveis na formação de preços, Por que achamos que determinado preço não é justo ? O preço é um dos três principais agentes da economia, deixo fora desse contexto a renda e a procura, para focalizar dois elementos que atuam como variáveis indeterminadas na variação dos níveis de preços. Em primeiro lugar é explicar como a inflação se movimenta por um gatilho emocional e em seguida o preço formado por uma cadeia de custos agregados durante um percurso no qual surge um dos mais intrigantes elementos no universo da discussão na economia, trata-se da Teoria da Mão Oculta, esse tema aborda a formação de determinado preço sem a especificação dos valores agregados, é quase possível dizer que o preço é emocional, intencional ou não, que pode até explicar os preços que em alguns casos escondem a corrupção. Considero como um fenômeno o valor físico do preço, porém seguirei os mestres como Adam Smith, Keynes e John Nash no sentido de nortear meus discípulos pensamentos.