quinta-feira, 12 de maio de 2016

O MEDO DO DESENVOLVIMENTO

     Tenho medo das certezas da vida, muito mais do que das incertezas.
     Viajava dentro de um ônibus,  passando por uma estrada que interliga duas grandes cidades no Brasil, e comecei a observar uma enorme área de constatada baixa qualidade de vida, aonde estão sendo levantadas instalações de grandes projetos de depósitos logísticos, transportadoras, instalações industriais de reconhecidas multinacionais, gigantescos galpões modernamente construídos. É visível o nível tecnológico nas plantas de engenharia adotada naquelas construções, e, consequentemente as inovações técnicas utilizadas no funcionamento das operações a que se destinam. São os computadores e os sofisticados robôs, de inteligências avançadas, que substituem com vantagens o manuseio e a presença humana.
     O medo estava ali, diante dos meus olhos... uma grande e assustadora verdade. Qual é a contribuição direta e imediata que aquele moderno complexo tecno-industrial pode oferecer ao mar da pobreza em torno ! Uma região sem recursos adequados e suficientes de educação, discutíveis redes sanitárias, condições ambientais agressivas e uma renda média de 300 dólares que indica um baixo índice de desenvolvimento humano.
     É o medo de que o mundo pobre não possa conviver com o atropelamento que a tecnologia aplica sobre as "castas" menos favorecidas, e não se podendo conviver com essa diferença cada vez maior, em algum dia não muito distante, possa emergir uma nova revolução mundial, para voltarmos a uma condição de pelo menos podermos coar o café de nossas manhãs.

2 comentários:

  1. O grau de sensibilidade, pela visão humana da economia, é emocionante, e ao mesmo tempo a triste constatação é assustadora.

    ResponderExcluir
  2. O grau de sensibilidade, pela visão humana da economia, é emocionante, e ao mesmo tempo a triste constatação é assustadora.

    ResponderExcluir