sexta-feira, 24 de abril de 2015

FALAR DA CIENCIA ECONÔMICA É FALAR DE MIM MESMO

      Pertenço a uma geração que pedia a benção aos pais, avós, tios e padrinhos e respeitava o irmão mais velho, era o arrimo, era aquele que substituía os pais na orfandade. Havia fartura e não existia o supermercado. Desde cedo se trabalhava ou tinha que ir pra escola, não havia outra opção. Não havia supermercado porque não havia a indústria que transforma os alimentos in natura em " coisas com sabor ". Os produtos eram vendidos em armazéns abertos ou diretos dos produtores. Não tínhamos os importados, mas o frango só era abatido após 4 meses, o boi não era chamado de precoce e o peixe era vendido na porta e o peixe não comia ração com corante. O leite era colocado na soleira, gordo e cheio de colesterol e como não havia geladeira se não fervesse azedava logo, não temos hoje mais esse tipo de problema, o leite hoje não precisa da geladeira e se conserva por 4 meses...milagre !
     Dinheiro ? Não havia cartões, cheques especiais, créditos rotativos. Só dinheiro em espécie e o crédito da pessoa que com o aperto de mão se substituía qualquer documento ou escritura. A renda total da família e as despesas eram administradas pela mãe, essa administração gerava poupança e então estudava-se os investimentos que se podia fazer conforme a visão de custo e benefício. Ora, o que ocorria é que o sentimento de " mais valia " do trabalho e salário podia ter previsões seguras de longo prazo. Essa administração doméstica não admitia irresponsabilidade.
     Esse modelo econômico ainda existe plenamente na essência, porém, manipulada e pedalada pelos governos, commodities, multinacionais, conglomerados bancários, e o corporativismo dos senhores feudais da humanidade que só não conseguem alcançar é esse meu patrimônio privado...a história que eu vivi.

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