quarta-feira, 25 de março de 2015

O CIDADÃO ESTÁ ABAIXO DA LEI E A LEI ESTÁ ABAIXO DO POVO

        O principal pilar da nação é coberto pelo manto da justiça, o tronco maciço da honestidade, das virtudes milenares, da grande aptidão para separar o joio do trigo e da absoluta renúncia àquilo tudo que representa a sombra desumana das tiranias. O mundo deveria ter um único código de leis e disciplina, pois todos somos humanos e por isso não podemos discordar que temos as mesmas necessidades e sonhos por mais estranhos que sejam. O que se torna difícil é de como fazer diferentes culturas e diferentes níveis de desenvolvimento aceitarem com harmonia um mesmo código. É o caso do Brasil, que é um país muito jovem, e jovem é a sua consciência do direito do mérito e do mérito da justiça.
        Portanto, o problema não se refere ao pensamento da lei, mas como deve funcionar o poder judiciário, isto é, da forma como se julga ou como se deve julgar alguém ou aquilo independentemente da riqueza ou do poder. Na medida que o homem aumenta sua prole e ocupa cada vez mais os espaços, cada vez mais se agrupando e reagrupando, faz emergir do nada a necessidade de se respeitar mutuamente o mérito e a verdade de cada ato no convívio complexo entre as pessoas. Avançou tanto tudo isso que passou a ser uma contingência permanente a criação de novos tribunais A idéia mais preocupante é de quantas mãos e por quantos juízos de valores e de juízos sem valores uma efêmera questão deverá passar. A arte de se usar o bom senso na lapidação da lei não raras vezes sucumbe ante a insensatez, e, afinal, o tempo e as conveniências venham a ser as únicas correntes que levarão a justiça a ser inteligentemente guardada em cofres dos velhos piratas das sociedades elitistas e jogada nas profundezas das águas negras do esquecimento legal constituído.

Um comentário:

  1. Análise sensível para esclarecer uma questão que se faz tão complexa.

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