terça-feira, 23 de agosto de 2016

A FRONTEIRA ENTRE O IDH E A ESCRAVIDÃO

     Sempre fui desconcordante quando a prosperidade e o desenvolvimento é realizada com a utilização de meios desumanos. As consequências são embaçadas pelas pesquisas referentes a medida verdadeira e real da qualidade de vida.
     Como correlacionar o tamanho do PIB com o resultado do IDH ? Por menor que seja a economia de um país, o valor do PIB, tem sempre uma redução de 10% relativo a depreciação, nesse percentual deveria fazer parte outros fatores, além dos contábeis, de complicada configuração, mas que estão afetando e mudando a vida. Esses fatores são produzidos pelos meios de produção da qual a própria sociedade mundial participa e alavanca pelo consumo. Se levarmos em conta também, que o movimento de negócios das 15 maiores bolsas de valores do mundo alcança 50 trilhões de dólares anuais, o quanto desse valor não entra no PIB mundial? O que pretendo dizer, é o prejuízo que a especulação dos mercados financeiros causam, pelo desvio criminoso de recursos, destinados ao desenvolvimento social no mundo.
     Na depreciação do PIB brasileiro, não consta, como exemplo, o prejuízo causado pelo uso de agrotóxicos derramado no solo, e os 120 trilhões de litros de água exportada no grão de soja anualmente pelo Brasil. Também, a política de reflorestamento com eucalipto, que favorece o mercado de crédito de carbono (CO2), faz parte do PIB, mas não se reduz a retirada das campinas naturais para implantação dessa mono cultura, que tem elevado grau de ressecamento do solo.
     O mesmo raciocínio cabe a exploração do petróleo, considerado uma riqueza do país.
     Portanto, dentro do meu senso, está muito longe o valor do IDH, fornecido pela ONU, quando a análise e a interpretação de como é produzida a economia, não agrega a realidade de que  variáveis ocultas deixam de serem contabilizadas.

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