sábado, 10 de setembro de 2016

O CONSUMO E O AQUECIMENTO

     No final do século XVII e início do século XVIII, já se faziam estudos no Reino Unido e na França sobre o valor real da terra, por acharem de longe, ser a terra a mais importante fonte de riqueza nas sociedades,porém, tanto naquela época como hoje, a fonte de riqueza deve ser controlada pelo capital financeiro. Portanto, a questão atual do clima é conduzida por uma forte hipocrisia internacional.
     Existe uma disparada do consumo de petróleo na Ásia. Apenas a China aumentou a importação de petróleo em 14% nesse último semestre, com 7,5 milhões de barris diários. Estão investindo em projetos bilionários no norte do Brasil para escoamento das safras de grãos, dominado pelas commodities, que não olham para trás para avaliarem os efeitos colaterais da agricultura de escala, elas estão incentivando e levando euforia aos negócios de compras entre as multinacionais de defensivos agrícolas.
     Em 1980, o mercado mundial madeireiro, era dominado pelos países do sudeste asiático com 85%, seguidos pelos africanos com 10%, enquanto a América Latina contribuía com apenas 5%. Hoje, o Brasil lidera o mercado de exportação de madeira serrada tropical, oferecendo madeira certificada, isto é, árvores selecionadas tecnicamente para corte em determinada área, e por esse critério, cada área só pode ser explorada depois de 30 anos.
     Exatamente há 30 anos atrás, fiz um pequeno reflorestamento com madeiras nobres,e hoje essas árvores estão adultas, mas muito longe de qualquer valor econômico, como madeira serrada. Um pranchão serrado com 2 polegadas de espessura por 12 polegadas de largura, exige a derrubada de uma árvore com um tronco útil, com pelo menos 20 polegadas de diâmetro. Não acredito que o sistema de manejo de corte em florestas virgens, seja com apenas 30 anos. Em um Estado do norte brasileiro estão implantando um pólo industrial de móveis de alto padrão com "madeiras certificadas", e o capital investido é italiano.
     Enfim, em nome da prosperidade e do desenvolvimento, chamado de sustentável, derrubamos árvores bi-centenárias, com 2 metros de diâmetro para atender uma demanda internacional que não para de crescer. Derrubamos com elas a fauna, a flora, a biodinâmica, e não tenho dúvidas, a nossa própria vida.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

CO2... EIS A QUESTÃO

     O mundo está debruçado na questão da mudança do clima e do desenvolvimento sustentável. São dois problemas muito bem acordados pelos discursos. Sem entretanto quase nada avançar além disso. Os estudos, há muito tempo atrás, já alertavam sobre esses problemas, todavia a realidade de quem explora os recursos naturais é a necessidade de aumento da prosperidade econômica, usando para isso os meios oferecidos por grandes corporações, que atuam e são responsáveis por todo o fluxo do comércio internacional, são as commodities e as multinacionais do agronegócio, da mineração, da energia fóssil, da química, da biogenética, das matérias primas e da madeira nobre.
     Sobre essa, particularmente, existem algo em torno de 80 BILHÕES de metros cúbicos de madeira tipo A em toda a bacia amazônica brasileira para serem exploradas, representa uma margem de 30% da madeira tropical existente no mundo, vale lembrar, que as madeiras retiradas das hidroelétricas inundadas no Brasil desde 1980, somaram 90 milhões de metros cúbicos, rendendo um valor de mais de 40 bilhões de dólares.
     Existem no Brasil, códigos florestais e programas de regularização ambiental, é verdade. Mas em um único município localizado na estrada federal que liga a cidade de Brasília ao Estado do Pará, funcionam mais de 200 empresas madeireiras.
     A captura de CO2 da atmosfera é serrada indiscriminadamente, por causa de uma conta simples:  10 mil metros quadrados de madeira em pé, custa 200 dólares para retirar 38 metros cúbicos do tipo A em 200 espécies de madeira nobre.
     QUAL O FORUN CAPAZ DE ACABAR COM ISSO ? ?????

domingo, 4 de setembro de 2016

O AQUECIMENTO GLOBAL CAUSARÁ DESEMPREGO

     Aos poucos sem que percebamos, a ciência da tecnologia de ponta transportou o trabalhador para uma posição de segundo plano no conjunto de fatores de produção, isso modificou a teoria da formação dos preços dos fatores. O valor do salário na procura da mão-de-obra não é mais determinado pelo esforço, e a renda como recompensa também caiu na escala de importância relativa do processo produtivo. O trabalhador e o salário são tão secundários na conjuntura econômica mundial, que a  preocupação existente no momento com os riscos do aquecimento do clima, é dirigida apenas para o mercado de capitais. O medo dos investidores financeiros quanto aos novos projetos voltados para uma realidade ainda desconhecida de produção e consumo,  não aborda de como ficará a sociedade trabalhadora, se o mercado de capitais encolher em investimentos de bens de capital, por exemplo? ocorrerá uma depressão econômica-social no mundo.
     O fantasma do desemprego não desaparece da vida do trabalhador, quando o aquecimento provocar mudanças no processo produtivo na economia mundial, terá que caber ao capital proteger o emprego e  o salário, fontes da renda e da segurança das famílias. Sem o emprego e sem a família, sustentadores da magma da economia, imagino que o aquecimento da terra não será o pior para a humanidade.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

VIVEMOS NA ERA DO EMPREGO DESVALORIZADO

     O que significa o emprego? Os 35 milhões de desempregados existentes no Brasil, Estados Unidos e Europa, sabem muito bem o que significa amanhecer sem o seu emprego e a amargura dos seus dependentes, podendo ultrapassar 100 milhões de pessoas. Tanta força de trabalho dispensada e tanta produção perdida por falta de oportunidade.
     O mundo todo  hoje em dia, precisa do dinheiro, da moeda para se sustentar e viver, é uma corrida inglória contra um sistema cuja essência não considera o valor humano. Sou de uma época em que o dinheiro tinha  um significado bem menor do que do crédito e da palavra. Hoje estamos atrás desesperadamente do dinheiro e na frente do tempo. Entre ambos o  espaço é ocupado pela angústia.
     Arrisco dizer que os meus mestres da teoria econômica não saberiam identificar, por exemplo, o fenômeno especulativo que ocorre com o movimento atual dos gestores de fundos na Europa. Fogem com os recursos dos mercados de ações e de renda fixa, enfraquecendo ainda mais os bancos do continente. Esse movimento no ano passado aquecia o mercado europeu. Fica difícil de se entender, fora a especulação, os indicadores dessa volatilidade, que são os sinais do enfraquecimento econômico, ou uma real mudança de hábitos de consumo do povo europeu.
     A manobra de capitais, não reflete em nada o valor social, isto é, a necessidade de investimentos, geração de ativos produtivos, e a sustentação dos níveis de emprego.  

domingo, 28 de agosto de 2016

A LIBERDADE É SENTIMENTO OU PERMISSÃO

     Não sei avançar na teoria econômica, sem que de vez em quando, fique a me questionar porque mantenho uma linha de pensamento crítica,e, em alguns momentos, pessimista, sobre a maneira de se praticar o processo da economia mundial.
     Teria primeiramente de responder se é verdade, ou não, que a humanidade continua escrava da grande mão do poder dominante, é um nevoeiro ou uma mancha invasora incontrolável. Mera ilusão alguém se considerar independente e livre neste mundo. Aristóteles estava convencido que a virtude daquele que manda não é a mesma do simples cidadão. Em 375 antes da era cristã, o tirano Jasão, de Tessália, dizia que morreria de fome se cessasse de reinar, porque ele não saberia viver como simples cidadão particular. Nesse caso pode-se extrair duas democracias; aquela em que o povo é soberano e aquela que a soberania está nas mãos de um pequeno número de homens, a oligarquia.
     Depois do fim da inocência primitivista do sistema de trocas das necessidades humana, nascia o processo organizacional na produção de bens e serviços, esse processo atraiu como uma fantasia o homem do campo. Esse movimento natural histórico das famílias esvaziou o campo e obrigou a sociedade, então moderna, a se organizar urbanamente; a dependência se instala e o efeito demonstração, sem se aperceber, gravava a escravidão do mundo moderno, e assim, como um sopro, amontoa a ansiedade e a angústia, para sempre dentro de nós.
     É a sedução pelo "nada", de tal ordem, que nos imaginamos livres. Me recuso a pensar com as ideias de holocausto de Karl Mak, mas a substituição da mão de obra humana pela máquina é um conforto que retira de cena o maior protagonista da natureza. Entrega a régia das coisas a alguns "Senhores", eles traçam o caminho do nosso destino e da liberdade que é vista com antolhos por nós.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A FRONTEIRA ENTRE O IDH E A ESCRAVIDÃO

     Sempre fui desconcordante quando a prosperidade e o desenvolvimento é realizada com a utilização de meios desumanos. As consequências são embaçadas pelas pesquisas referentes a medida verdadeira e real da qualidade de vida.
     Como correlacionar o tamanho do PIB com o resultado do IDH ? Por menor que seja a economia de um país, o valor do PIB, tem sempre uma redução de 10% relativo a depreciação, nesse percentual deveria fazer parte outros fatores, além dos contábeis, de complicada configuração, mas que estão afetando e mudando a vida. Esses fatores são produzidos pelos meios de produção da qual a própria sociedade mundial participa e alavanca pelo consumo. Se levarmos em conta também, que o movimento de negócios das 15 maiores bolsas de valores do mundo alcança 50 trilhões de dólares anuais, o quanto desse valor não entra no PIB mundial? O que pretendo dizer, é o prejuízo que a especulação dos mercados financeiros causam, pelo desvio criminoso de recursos, destinados ao desenvolvimento social no mundo.
     Na depreciação do PIB brasileiro, não consta, como exemplo, o prejuízo causado pelo uso de agrotóxicos derramado no solo, e os 120 trilhões de litros de água exportada no grão de soja anualmente pelo Brasil. Também, a política de reflorestamento com eucalipto, que favorece o mercado de crédito de carbono (CO2), faz parte do PIB, mas não se reduz a retirada das campinas naturais para implantação dessa mono cultura, que tem elevado grau de ressecamento do solo.
     O mesmo raciocínio cabe a exploração do petróleo, considerado uma riqueza do país.
     Portanto, dentro do meu senso, está muito longe o valor do IDH, fornecido pela ONU, quando a análise e a interpretação de como é produzida a economia, não agrega a realidade de que  variáveis ocultas deixam de serem contabilizadas.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

UMA INTERPRETAÇÃO NÃO CONVENCIONAL SOBRE O IDH

     Terminado a avaliação médica, retorno para a velha caneta e ao velho tema do desenvolvimento. Desta vez deverei abordar algumas ideias que objetivam um contraditório na visão da ONU, sobre a apuração do Índice de desenvolvimento humano.
     Qualquer que seja o modelo, a educação, o emprego, a formação de renda e as diretrizes que norteiam as políticas públicas, são os principais fundamentos na qualidade da vida humana. Como a educação é a consequência final do PIB, um diagnóstico da estrutura desse indicador econômico, poderá revelar alguns aspectos correlacionados com a apuração do IDH, para uma possível discussão.
     As ideias são trazidas para alimentar e fortalecer o princípio milenar de que o capital decide. Se olharmos os principais poupadores e de melhores resultados sociais, encontraremos os países ricos, é milenar e não existe possibilidade que a humanidade seja capaz de alterar a pirâmide estratificada da distribuição de renda no mundo. Como exemplo, o Brasil registra um  IDH de 0,73, para um intervalo que varia entre 0 e 1, é ao meu ver, elevado, sobretudo que em cada 10 pessoas, apenas 2 fazem poupança, e são raros aqueles com  depósitos acima de 10% do salário, que em média, 85% desses salários ganham até 600 dólares. A poupança realizada pelas famílias em 2010 representaram 4,71% do PIB, são informações do FMI e IBGE ,Instituto oficial de pesquisa brasileiro. Essas informações são suficientes para trazer a questão de que o modelo econômico tem características diferentes entre o rico e o pobre, o detalhe que ainda abordarei é de que um depende do outro, sem vice-versa.