terça-feira, 19 de maio de 2020

A MUDANÇA DE RUMO

     Desde muito tempo tenho sugerido a mudança de hábitos e costumes como uma maneira de retrocedermos no avanço desequilibrado na forma atual de vida adotada. Nada mais é tão preocupante quanto a necessidade de alguma coisa de forma patológica ao ponto de se posicionar indiferente diante de uma pesquisa de que 80% de tudo que é consumido não presta ! E, é o lixo que deixaremos como legado do nosso tempo, se houver.
     Não sei quantas pandemias serão necessárias, mas a consciência mundial terá que seguir novos padrões de consumo de bens, de locomoção, de habitação e prevenção.
     Melhor é compreender e seguir, ao juízo de cada um, as palavras do jurista e filósofo sergipano Tobias Barreto, ainda no século XIX ; " Não se crava o ferro no âmago do madeiro com uma só pancada do martelo, é preciso bater, bater cem vezes, e cem vezes repetir ".

segunda-feira, 18 de maio de 2020

COMO SERÁ O MUNDO SEM EMPREGO

     A marcha do pragmatismo de toda política do emprego tem como destino o desemprego ! Basta se conhecer as opiniões como do World Economic Outlook (WEO) de que uma redução do emprego industrial não causa preocupação, como se isso não fosse uma tendência mundial e antiga. Em 1970 o trabalhador da indústria era responsável por 25% da produção da economia, hoje essa participação rodeia os 10%.
     Esse movimento tem alterado diretamente a desigualdade da renda do salário com a expectativa de uma migração entre os setores produtivos e os consequentes questionamentos de isonomias salariais.
     Caminhamos assim para o achatamento da massa salarial na renda nacional, sem que até agora ainda não se fale de como será a forma de condição de vida do trabalhador sem emprego. Sua esperança escorrerá por entre os dedos, seja ele das economias desenvolvidas, em desenvolvimento ou um trabalhador rural da África Subsaariana.   

sábado, 16 de maio de 2020

UM MUNDO ABSTRAÍDO DE SI

     Desde o início do século XX o mundo entrou em um processo anti-harmônico composto pelos ideólogos, os políticos e a estrutura evolutiva da economia e da sociedade. Não que essa questão fosse inédita, muito pelo contrário, após a primeira revolução industrial os conflitos de caráter econômicos-sociais permaneceram atuantes até os dias de hoje.
     Cremos que pouco adianta alimentar a esperança de soluções produzidas por atitudes e práticas prevalecentes em determinada época. Isso já era ! Se isso fosse verdade, não haveria tantas organizações multinacionais que proliferaram desde o início do século passado.
     O que continua prevalecendo são as dificuldades inconquistáveis, oriundas da desarmonia de pensamentos frente às realidades. O crescimento populacional urbano, por exemplo, nasceu com a industrialização e o significado essencial  da cobrança de impostos, para a manutenção do equilíbrio ponderado entre as taxas de concentração urbana com a produção de alimentos e a assistência social.
     Realidade essa que se tornou o cerne da conjuntura política, muito mais do que econômica, o espírito absenteísta da realidade tem sido a causa do auto-conflito social em todos os segmentos ideológicos.
     A realidade sempre será relatada por números mais do que por palavras : atualmente apenas o Japão devolve para a sociedade 0,92 centavos de dólar do imposto arrecadado, enquanto o Brasil devolve 0,13 e a média mundial é estimada em 0,34 centavos. Nesse indicador está a verdade em números, a moral, a justiça, a indiferença, o preconceito e a hipocrisia !  Nele começa e termina as razões de cada um. Além disso, só restam os pronunciamentos oficiais.

terça-feira, 12 de maio de 2020

"TUDO O QUE SEI É QUE NADA SEI "

     A história da humanidade ao mesmo tempo que se desenrola, trás à luz da razão os acontecimentos que retiram do nosso pensamento as utopias e as profecias.
     Arrisco propor ao juízo de cada um se não é verdade que desde a metade do século XIX até hoje, todos os pensadores da área humana, em que pese o magnífico acervo de teorias e doutrinas, não foram suficientes e capazes em criarem uma compreensão global do destino equilibrado da sociedade mundial.
     A minha crítica sobre a forma desnatural que o mundo moderno adotou para adquirir a prosperidade, está na incapacidade moral de todos os governos na administração do dinheiro público, diante da insolvência da dívida às custas do financiamento privado. Gasta-se mais dinheiro em armas do que o total da produção econômica mundial destinada ao abastecimento essencial dos povos.
     Vale a pena lembrar dentro desse propósito as Doze Tábuas que inspiraram os principais fundamentos do direito romano. Delas, acreditá-se que ainda hoje norteiam dois terços da justiça no mundo, e no entanto ao que parece, estamos longe demais das utopias platônicas do que das profecias nostradâmicas.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

A ONDA FINAL

     Existe um medo em dois capítulos, o medo final será provocado pelo rescaldo após vaporação do vírus chines que exigirá de cada país medidas corajosas de sacrifício.
     Mais do que nunca, estarão em jogo as diferenças econômicas e sociais na retomada da normalidade. Vivemos uma semelhança do após segunda guerra mundial quando morreram 85 milhões de pessoas, com 50 milhões de civis. Além dessa perda, convém salientar, que a destruição de toda a infra-estrutura deixou o continente europeu sem poder de recuperação econômico-social.
     A recuperação foi alcançada com a ajuda substancial do Plano Marshall para a Europa.
     O sacrifício atual não terá compartilhamento entre países, cada qual alcançará a recuperação da atividade econômica com o patrocínio necessário do governo no gerenciamento da oferta de crédito no mercado. Esse é o principal arranco para a reintegração dos empregos na geração de renda e consumo.
     O pior de tudo está no efeito marginal do desemprego, na comparação entre diferentes níveis de economia. Um trabalhador desempregado em uma economia desenvolvida sustenta em média mais 1,5 pessoas, outro nas mesmas condições, mais pobre, que sustenta mais 3,5 pessoas.
     Assim posto, imagino diferentes e corajosas medidas governamentais, que não poderão contar com planos beneficentes vindo de fora. A pedra jogada no meio da lagoa causará ondas, que mais cedo ou mais tarde, alcançarão a praia por mais longe que esteja. Isto é, todos serão alcançados.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

UMA ESCADA SEM EQUILÍBRIO

     Não há mínima possibilidade de que o mundo possa sobreviver sem a correlação formada pelo grupo das famílias detentoras da capacidade de trabalho  com o espírito empreendedor das famílias detentoras do capital. É uma regra formada para substituir, assim podemos dizer, a era da pedra. Os protocolos naturais desse processo, emergiram pelas necessidades individuais e coletivas diante das adversidades que sempre estiveram presentes na vida da civilização.
     As desigualdades, as injustiças e as diferenças das formas de ser e de pensar, foram as causas de todos os conflitos da humanidade, entretanto, pouco nos damos conta que somos apenas mais uma espécie de animal. Todas as outras, sobrevivem em equilíbrio porque alguns dependem de muitos e muitos dependem de alguns.
     No meu pequenino sentimento da vida, penso que é nisso que consiste o equilíbrio. E para entendermos esse equilíbrio é necessário a calma que nos faz parar no meio da escada e contemplarmos o quanto alto já chegamos.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

O CRUZAMENTO DE DUAS VERTENTES

A movimentação emigratória do capital e a abertura para uma economia liberal, deverão servir provavelmente ao alinhamento do pensamento de todos os governos. Talvez ocorra um marco histórico, identificado como o último ponto de apoio para o definitivo ancoradouro harmônico entre a economia, a sociedade e o governo, objetivando a construção de um arcabouço estrutural da nova ordem mundial.                                                                                                                 Contanto que deixe de existir o jogo da segurança dos mercados dominados pelos carteis especulativos, que se articulam por caminhos do capital que alimenta as commodities, será possível entender que daqui para a frente, o fluxo do dinheiro se verterá para novas áreas, cujos riscos deverão estar compartilhados com a míngua dos orçamentos públicos e a virtual ilação para o liberalismo das políticas econômicas. Isso quer dizer em poucas palavras, que o setor público terá que pedir socorro à poupança privada e renunciar parte do espaço público.