sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A FALÁCIA DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

     Se o mundo ainda pensa que as doutrinas políticas e econômicas serão suficientes para tornar a globalização o melhor vetor do desenvolvimento mundial, deve considerar primeiro que a realidade dos negócios e os acordos corporativistas costumam habitar em qualquer terreno desde que obtenham lucro.
     A globalização vista pelos olhos das commodities é um salvo conduto de livre comércio com qualquer país. Todas as transações desse comércio são basicamente um fluxo de mão única dos países produtores de alimentos, minério e matéria prima de toda ordem da natureza, para os países industrializados. Isto quer dizer que a riqueza explorada dos pobres segue para os ricos transformarem tecnologicamente e venderem de volta para os pobres. Vale lembrar que apenas uma commodities apurou um lucro no primeiro semestre deste ano com negócios na América do Sul, algo em torno de 140 milhões de dólares. Esse resultado lucrativo é obtido em negócios neste mundo irreconhecível, ele proclama o valor da globalização e se cala sobre o dinheiro que sai dos países  pobres produtores dos lucros das commodities.
     Uma grande prova, a meu ver, de que a globalização é um sistema de movimento financeiro das grandes potências é a mudança do foco americano da Parceria Transpacífico para a Parceria Transatlântica de comércio e investimentos com a União Europeia. Como o nascimento de fato da globalização ocorreu apos a Revolução Industrial no início do século XIX, seus agentes propulsores estabeleceram um padrão de viés voltado para manter a riqueza com os ricos, apregoando uma democracia liberal, contraditória perante a realidade mundial da permanente concentração de renda.

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