domingo, 21 de fevereiro de 2016

O MUNDO E SUA CONDIÇÃO RELATIVA

     A América do Sul é uma ilha, quando comparada com o resto do mundo. Em viagem pela Europa, observamos que a crise política e econônima, centralizam o noticiário, os outros assuntos relevantes, fora do continente, são o conflito no Oriente Médio e as notícias dos correspondentes da Ásia, África e Estados Unidos. Que fenômeno geo-político é esse ? Ainda somos uma terra a ser descoberta ?, ou o mundo rico só se relaciona com aqueles aonde é possível ganhar algum proveito. A União Europeia tem 500 milhões de habitantes, os Estados Unidos tem 320, a América do Sul tem 400 e a Ásia com a África somam 5.500 trilhões de habitantes. Sou capaz de apostar de que os problemas da Europa, do Oriente Médio e da Ásia sejam resolvidos por curto espaço de tempo. Essas regiões estão recheadas de bases militares, de elevadíssimo grau de densidade demográfica e um crescente sentimento de nacionalismo. São fatores de instabilidade política e de contingenciamentos dos projetos de grandes investimentos.
     Nesse confronto, prefiro pensar que as Américas ganham enormes vantagens pela estabilidade de suas instituições e pelas potencialidades de seus recursos naturais e de energia. Breve a população do Novo Mundo chegará a 1 trilhão de habitantes, projeta um mercado de bases sólidas, sustentável e com diretrizes de sustentabilidade, desde que as medidas de protecionismo sejam levadas para a mesa de negociações, com a visão Continental. As condições de negociações pelos Blocos mundiais, hoje são mais arrastadas e protecionistas. Diante dessa conjuntura o Brasil deve urgentemente estabilizar suas questões políticas internas e desenvolver um largo programa de investimentos sociais com recursos públicos de origem da austeridade dos gastos públicos e com a sua enorme capacidade de geração de divisas que as commodities brasileiras representam hoje no mercado mundial.
     O país brasileiro está perdendo uma grande oportunidade, em se apresentar para o mundo como uma grande Nação, candidata a se tornar uma brilhante potência econômica democrática e de plena consciência da vida em paz.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A SOCIEDADE ORGANIZADA ESTÁ FALINDO ?

     A administração em Bruxelas da zona do euro é naturalmente influenciada pelos países líderes economicamente. O desiquilíbrio  econômico-social dentro do Bloco europeu é um problema de difícil solução, começando pelos desníveis das massas salariais e a tendência natural da proteção  da renda familiar e a pressão da exigibilidade do passivo da previdência. O país da zona do euro que buscar dinheiro com oferta de papéis, estará correndo o risco de um endividamento inoportuno com seus parceiros mais ricos. No curto prazo, medidas de proteção e incentivo à demanda interna e a redução da carga tributária, são fatores de recuperação da oferta do emprego e da poupança, não se faz poupança aumentando a dívida pública. Mesmo comprometidos politicamente, os países mais vulneráveis do Bloco europeu precisam criar novas bases de incentivos às vocações nacionais, que formaram suas economias tradicionais e valorizadas além de suas fronteiras.
     A realidade dentro do Bloco europeu, revela que países industrializados nos últimos 30 anos, graças ao pacto de abertura das fronteiras, recrutaram a força de trabalho jovem dos países não industrializados. Uma análise rápida indica que na relação da quantidade de idosos para cada 100 jovens nesse período, aqueles países que exportaram a juventude, tiveram uma mudança em sua pirâmide demográfica da ordem de 40 idosos em 100 jovens para mais de 130 idosos para 100 jovens, como consequência imediata, o desemprego foi impulsionado de 4% para mais de 15%.
     A Europa tem mais de 500 milhões de habitantes e também tem um elevadíssimo índice de envelhecimento na sua força de trabalho, corre então, sérios riscos no médio prazo de perder a atual condição econômica. A Europa pode empobrecer se não houver revisão das políticas e estratégias de incentivos ao crescimento demográfico nacional do povo europeu.
     Sem a presença do empregado e do emprego não existe sociedade organizada. Essa deveria ser a discussão do mundo moderno, alguns sintomas da conjuntura internacional batem às portas dos fóruns e congressos, e nada muda. Como não preocupar o fato de que a maior oferta de petróleo e a derrubada da cotação do barril não sejam capazes de melhorar a economia dos participantes do Bloco dos BRICS, como não preocupar que o fluxo da moeda nos mercados internacionais não é mais aclopado ao processo produtivo da economia, como não preocupar que a produção das commodities não tenha mais a função social importante para o mundo consumidor, e finalmente, como não preocupar o fato de que 70 milhões de pessoas no mundo detenham uma fortuna de 2/3 da riqueza mundial e de que não precisam mais que haja emprego ou empregado, produção ou renda, governos ou leis para ficarem mais ricos.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

QUAL SERÁ A COR DA HUMANIDADE ?

     A movimentação humana tem através dos tempos  desenhado os mais diversos centros de produção do mundo, suas cidades, suas cidadanias, culturas e costumes, isto é, o ser humano sempre foi o dono do planeta Terra. Hoje, essa movimentação atropela os sistemas econômicos, o êxodo rural e as fugas macissas de famílias no mundo inteiro, em busca de melhores condições de vida, obriga  os governos dos países que recebem esses contingentes, modificarem às pressas, as diretrizes orçamentárias, nesse caso o plano do orçamento redireciona verbas não previstas, modificando o perfil orçamentário original, antes do prazo previsto. No longo prazo, esse orçamento será pressionado pelas áreas sociais, alterando prioridades vinculadas institucionais.
     Ninguém emigra estando feliz em seu lugar, e o emigrante procura sempre um lugar melhor para viver. Porém, o dote que traz consigo é o da fome, da doença, do medo e do desemprego. Novos sistemas de socialização serão inventados, modificando profundamente a vida das pessoas, na vida política o ressurgimento temporal do sentimento nacionalista, será um outro e sério complicador na reorganização sócio-político-econômico de cada país.
     O êxodo rural, nada mais foi e continua sendo, a busca do homem do campo por melhores condições de vida nas cidades. E qual foi o resultado ? A perda da qualidade das cidades pela concentração urbana, e o pior foi a entrada da automação e da tecnologia ocupando totalmente o emprego rural. A busca pela produtividade abandonou os princípios naturais do alimento, industrializando, descaraterizando e prejudicando a vida humana e o ambiente em que ele vive.
     Quando os sistemas econômicos de qualquer lugar marginaliza o ser humano, sofre inevitávelmente sérias derrotas. Quando as multinacionais em suas volúpias por rendimentos constantes, descarregaram nas sociedades mais pobres do mundo, toda a sua tecnologia virtual e a comunicação em tempo real, deveriam saber que estavam descobrindo um novo mundo, como nas grandes navegações das descobertas de outros mundos. O mundo da globalização dos povos é possível pelo simples clicar de uma tecla.
     As pessoas descobriram que não existem diferenças entre elas e o mundo pode ser tolerante sobre tudo. O enlace da mixegenação se encarregará de tornar a humanidade mais feliz. É uma questão de tempo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A LONGA BATALHA CONTRA O PETRÓLEO

     Ainda como professor na década de 70, usava de uma forma diferente, para expressar a ideia sobre o futuro dos países produtores de petróleo, eles irão "beber petróleo de caneca ". Pretendia então, alertar para uma mudança no comércio internacional, provocada pelo aumento da oferta e das novas reservas fora do cartel. Naquela época, o mundo não tinha as vistas voltadas para os problemas advindos do aquecimento global e que seriam determinantes para começar o debate sobre a utilização do petróleo como fonte de energia. e o que fazer para nos livrarmos dos estoques em dezenas de trilhões de barris a serem queimados.
     A cotação do barril está abaixo dos 30 dólares e indica que poderá recuar ainda mais, se isso vier acontecer, dificilmente esse combustível perderá importância na economia mundial. Esse é o grande problema a ser resolvido, combater o aquecimento com os produtores de petróleo colocando os preços em patamares motivadores de consumo. A redução da atividade econômica nos países emergentes não é suficiente para conter a redução da cotação do barril, notá-se um elevado aumento de estoques estratégicos, usando-se para isso até os tanques dos cargueiros em alto mar.                            O atual quadro entre a oferta e a procura, no meu entendimento, não está apenas relacionado às crises econômicas, existe uma transição de hábitos da humanidade, todavia, a consciência mundial repudia o petróleo, mas não pode dispensá-lo por enquanto, principalmente os emergentes em tocar seus desenvolvimentos.
     Somente A Aramco, empresa estatal da Arábia Saudita dispõe de um estoque de quase 300 bilhões de barris, e o Irã ainda não retornou ao mercado. A Aramco tem um valor patrimonial estimado em mais de 11 trilhões de dólares e como tal devemos convir que os negócios desse mercado estão muito longe de acabar, sequer de enfraquecer. A Petrobrás, empresa estatal do Brasil, anuncia que o custo do barril no pré-sal saí por 8 dólares, mas que seu ponto de equilíbrio ideal, nos projetos em águas profundas seria de 50 dólares, são informações incompatíveis com as cotações atuais no mercado mundial, se o preço do barril chegar a 20 dólares, qual deverá ser o custo de produção para as grandes potências do petróleo ? A empresa brasileira, por seu lado, não deixa claro se outros custos como royalties e seguro de acidentes ambientais são considerados.
     A guerra contra o petróleo, a meu ver, só será vencida quando houver outras fontes de energia em condições de atender a demanda mundial ao custo e eficiência que até hoje o petróleo oferece.


   

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A TEORIA DA MÃO OCULTA

     Em tudo que planejamos nas nossas vidas, existe um elemento imponderável, que por mais cuidados e estudos efetuados na construção de um projeto, não poderemos afirmar que o resultado final será plenamente alcançado.
     A literatura tem fornecido importantes interpretações sobre a " Teoria da mão oculta ", na tentativa de explicar porque projetos de baixa confiabilidade produzem excelentes resultados, enquanto outros com grandes orçamentos despendidos, mal conseguem sair do papel. John Nash, notável prêmio Nobel de matemática, usou a teoria dos jogos para entender por que agimos de forma irracional na busca de objetivos quando encontramos pela frente normas sociais.
     Quantos projetos adiamos ou cancelamos por motivos  inexplicáveis, como evitar que uma piscina construída fique condenada pela seca provocada por uma estiagem e pelo aquecimento global, que jamais seria previsto a 30 anos atras. Quando iniciamos a leitura de um livro, não imaginamos que tipo de mão oculta encontraremos na emoção do conteúdo, capaz de fazer com que abandonemos a leitura, ou que a devoremos com entusiasmo.
     É o segredo da viagem da vida, para as equações matemáticas, ela é chamada de " resíduo aleatório ", para os leigos é chamada de " azar ou sorte ", e para os pensadores, a mão oculta é a eterna incerteza dentro da certeza, que tanto ajuda os céticos como derrota os otimistas.

domingo, 10 de janeiro de 2016

OS CAMINHOS NA FORMAÇÃO DOS PREÇOS

    Na formação dos preços de determinados produtos ou serviços é aonde está localizado o verdadeiro retrato da estrutura econômica de um país. Essa estrutura pode ser liberal ou não liberal, e ambas podem produzir irregularidades. O liberalismo cerceia a participação do Estado na economia, mas essa liberdade premia uns e penaliza outros, na prática da doutrina " cada um por sí ". É verdade que esse sistema propicia enorme abertura para o Setor Privado tomar as mais arrojadas iniciativas em projetos sem o controle estatal, suas principais ferramentas são a livre concorrência, um menor efeito dos preços administrados e a eficiência na gestão e com isso poder construir um padrão de formação de preços.
     O preço nasce no momento em que alguém resolve produzir um bem ou serviço, para tanto tem que ir ao mercado em busca de fatores de produção. Inicia-se então a formação do valor agregado na cadeia produtiva. Como não existe nenhum sistema perfeito, no percurso a ser feito por esse produto, serão encontrados todos os tipos de ganâncias, carga tributária, especulações, problemas políticos, problemas logísticos, movimentos sindicais, fenômenos climáticos, crises financeiras e corrupções. Como se pode imaginar, o valor agregado primário, sofrerá um crescimento nominal tão irreal que será engordado por excessos de custeio e inevitavelmente repassado até chegar às mãos do consumidor final. Fora, os aproveitadores, a inflação duradoura no processo produtivo, mina a resistência da renda pessoal e empurra a economia para uma recessão crônica.
     Enfim, a formação de preços não depende de modelos estruturados tão somente, mas fundamentalmente das pessoas que fazem as gestões desses modelos. Existe um texto acadêmico que ajuda a explicar a variação dos preços, conhecida como a " mão oculta ", sobre a qual abordaremos mais adiante.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O CUSTO ESTÁ SEMPRE PRESENTE EM NOSSAS VIDAS

     Desde que nascemos somos representados por custos, mesmo aqueles que vivem afastados da civilização tem um custo, só que não possuem a contra partida da moeda. Vivemos em um mundo que basta dar um passo para ser medido em custo financeiro, ou será que o calçado não tem depreciação por uso ? Tudo é medido em dinheiro, em todas as áreas da atividade humana. O mundo tem uma medida financeira, por isso distinguimos ricos e pobres.
     Mas, será que todas as coisas são medidas corretamente, ou a avaliação de cada coisa obedece a critérios diferentes, conceitos culturais, ou pelo avanço ou pelo atraso tecnológico de cada produção ?
Muito antes da moeda, já havia o preço das coisas...a troca. As especiárias, o sal, uma ovelha ou até uma pessoa, eram moedas fortes no sistema de troca. Hoje, esse sistema adquiriu força pelas manobras políticas e principalmente, pela insegurança do mercado financeiro especulativo. Na troca está a única forma justa de se conseguir um bem, seja ele escasso ou não, posso trocar uma barra de ouro por um copo d'água, se eu estiver com sede no deserto do Saara. É bem verdade que a água é um bem escasso, mas a relação de troca entre dois bens está configurado pela medida de utilidade e necessidade. O ar atmosférico deixou para trás a ideia de que não tinha preço, por ser um bem livre para todos. O conceito da busca por uma melhor qualidade de vida tem como corolário, viver em lugares aonde o ar não seja poluído.
     Afinal, o que é mais importante, a necessidade ou a moeda ? O homem introduziu em sua cesta de necessidades, uma quantidade infinita de bens e serviços, e com isso, em verdade, a moeda perdeu o poder circunstancial e relativo perante um outro poder que domina as pessoas no dia a dia... a angústia e a ansiedade pelo consumismo.