domingo, 22 de abril de 2018

NUNCA HOUVE ÉTICA NO SALÁRIO

     A ética do valor de troca entre o trabalho e o salário morreu quando o desenvolvimento tecnológico inaugurou a ideia de custos e de fatores agregados. A doutrina antiga do valor de troca justa para ambos os lados, talvez tenha sido a grande preocupação de Tomas de Aquino, maior socialista do que religioso, tal a sua visão de justiça. O fato da existência do Homem é representada por necessidade do trabalho para si próprio ou para outrem, e ele será sempre medido pelo que faz, e essa medida é medida em valor. Como não falar sempre neste assunto em Aristóteles, como que querendo frisar a antiguidade do problema, o filósofo comparava o valor de um bem pelo seu uso, que chamamos hoje de custo-benefício, acredito não ser mais possível utilizar esse fundamento na determinação do preço, excluindo-se é claro quando há a escassez.
     Entre o valor de um bem e o valor do seu uso, está a história da economia e o eterno confronto do salário com a capacidade de esse mesmo salário adquirir o bem que ele produziu.   

sexta-feira, 20 de abril de 2018

O CAMINHO DE PEDRA DO SALÁRIO

     A teoria ricardiana acreditava que na medida que o salário aumentasse, aumentaria a riqueza nacional. Assim também penso, mas a economia não paga cada vez menos salários ? Em uma visão ligeira sobre isso, é só avaliarmos nossas idas aos bancos, ou as compras "on line". E é o setor de serviços que encampa os espaços que os outros setores da economia não conseguem dominar, os exemplos do nosso dia a dia são suficientes para explicar os dados do crescimento da atividade econômica mundial que registram a ausência da força do trabalho humano.
     É possível que nesse sentido o governo americano tenha se antecipado, quando determinou a renúncia fiscal como fomento à formação de emprego, é necessário salientar que a economia americana trabalha a quase pleno emprego e mesmo assim sugere uma política protecionista que garanta a sua estrutura econômica produtora da riqueza real. A outra decisão de taxar o aço importado, com todas as críticas motivadas pelas repercussões negativas no comércio internacional, tem como inquestionável razão a necessidade nacional desse país de buscar meios de garantir a sustentação do mercado de emprego.
     A preocupação inerente é o efeito em cadeia em um mundo globalizado.

domingo, 15 de abril de 2018

O TRABALHADOR É A CIÊNCIA ECONÔMICA-III

     O que fazer é recuperar as ideias do Renascimento.
     Vencermos a nós mesmos em nossas limitações, submetidos que estamos à evolução da ciência e do progresso  econômico. Se ao menos a parte do mundo pobre, tivesse recebido a transferência dos frutos verdadeiros produzidos pelos países ricos, como doação, por uma vontade internacional de solidariedade, a miséria social seria menor.
     Tenho dentro de mim o pensamento da ciência econômica ,preso por uma fixação ou quimera de que somente da relação da família com a empresa privada a sociedade evoluí, desenvolve e prospera. Esse é um pacto integrado pela iniciativa voluntária para gerar renda e riqueza. Como ? Com o trabalho ! É essa relação que capacita o governo em desenvolvimento social, o torna íntegro e justo.
     Portanto, sonho com um caminho que nos faça renascer e voltar a valorizar o indivíduo, em qualquer que seja sua qualificação. Um diamante antes de se revelar, não passa de uma pedra coberta de terra escondida na natureza e se não formos lá descobri-la, o mundo não saberá do que ela é capaz. 

sábado, 14 de abril de 2018

O TRABALHADOR É A CIÊNCIA ECONÔMICA-ii

     Está cada vez mais difícil se fomentar o emprego de trabalhadores de baixa qualificação, é o legado impuro da globalização. Os países que a entrada da produção externa serviu para concorrer com esse nível de trabalho, ocorreu um processo de desestimulação na abertura de novas vagas de trabalho. Seria constrangedor se não fosse trágico a presença de desocupados nas ruas. No Brasil, a perda e a inutilidade de pessoas saudáveis é acima de tudo um prejuízo social irrecuperável, eles nem fazem parte dos índices oficiais de desemprego, estão literalmente perdidos, desemparados e desesperançados !
     O mundo está quase explodindo com essa catástrofe, e a culpa está nesse sistema econômico impessoal, parceiro dos Governos e virando as costas para o indivíduo e sua família. A sociedade mundial deve acordar desse ludibriamento moderno, produtor voraz do lixo urbano. Olhamos para a imagem e não damos atenção à essência, por isso o objeto produzido não tem identidade, não traz a ideia de alguém e a implicatividade do seu valor.
      O que fazer ? 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

O TRABALHADOR É A CIÊNCIA DA ECONOMIA-I

     Em 1967 o Papa Paulo VI já alertava com suas encíclicas a questão social mundial nos países ocidentais e industrializados, chamava a atenção para o desenvolvimento integral do homem, pelo desenvolvimento solidário da humanidade. Verdade também seja dito, que os escritos papal em nada alteraram os mecanismos da economia, que sempre funcionaram ao contrário, para aumentar as diferenças dos níveis de vida.
     Essa verdade, assim penso, sobrepõe ao pensamento católico-socialista, ela se arrasta entre todas as linhas da literatura econômica escrita até hoje, procurando a justiça concreta a favor do trabalhador e a sua imagem refletida naquilo que produziu, e em seu pagamento sagrado.
     Nunca é demais trazer os acontecimentos que o conflito de interesses narra por si só a fonte do pensamento : a suposta guerra comercial entre os Estados Unidos e a China em nenhum momento encontraremos nela as preocupações de que essa disputa poderia trazer prejuízos às economias menos protegidas e, principalmente, seus efeitos na renda dos trabalhadores. 

terça-feira, 10 de abril de 2018

O TRABALHADOR EM 2050 SERÁ A MÁQUINA

     O índice mundial de desemprego ultrapassa aos 13% na faixa de jovens entre 15 e 24 anos, é uma estimativa otimista e deve contar aproximadamente 1,5 bilhão de jovens abandonados pelos governos, pela ONU e OIT e pelos sistemas. Apenas na zona do euro esse índice está próximo de 2 dígitos. Como é sabido, a Europa esta envelhecendo sua mão de obra e o contingente de imigrantes não alcança o nível de qualificação exigido.
     A cada momento que os indicadores da presença do trabalhador no processo da produção revelam que a sua força enfraquece em termos relativos e absolutos, aumenta no sentido inverso a incredulidade das previsões de longo prazo dos resultados sociais que o sistema econômico, da forma como é desenvolvido, irá produzir.
     Se a vida do trabalhador sempre foi acompanhada pelo fantasma do desemprego, a história dessa luta desigual tem sido marcada pela necessidade de se manter elevado os níveis de inovação tecnológica e produtividade. A produtividade é uma vantagem para o dono do capital, em alguns casos esse processo impõe ao trabalhador a condição de escravo da máquina que ele opera. A verdade é que o envelhecimento dos atuais empregados e a baixa qualificação de mão de obra jovem, abre espaço cada vez mais para que ocorra a sua substituição pela automação e a robótica. Com as previsões do PIB mundial para 2050 na ordem de 160 trilhões de dólares, é bem provável que a mais valia   agregada à essa produção será oriunda das máquinas e não mais das atividades manufatureiras. 

segunda-feira, 2 de abril de 2018

AINDA NÃO ATRAVESSAMOS A FRONTEIRA DA LÓGICA

     A revolução comunista não se tornou até agora uma realidade, acredito eu, sobretudo pelas guerras que mantiveram aquecida a indústria identificada com o sistema capitalista, outra razão foi a necessidade da produção agrícola em construir um sistema de transporte de graneleiros em grande escala ,exigindo para isso investimentos internacionais, e finalmente a estruturação do comércio que deu origem à globalização, movimentando o comércio e os mercados em todos os cantos do mundo.
     Ainda assim, se o pensamento comunista de Mark e Engels como modelo de governo nunca se enquadrou com os anseios humanos em alcançar por meio de iniciativas próprias o desenvolvimento e a felicidade, deixou todavia, a mensagem concreta de que a evolução da qualidade de vida com a exploração e uso dos recursos capitalistas, só alcançará os resultados definitivos com a implantação de planos internacionais de investimentos na criação de empregos em paralelo à inovação tecnológica. Esses planos, entendo que alicercearão a ideia socialista da presença do trabalho e do trabalhador na formação da riqueza nacional como forma de se acabar com a era da turbulência latente no mundo.