segunda-feira, 22 de julho de 2019

UM MUNDO CALOTEIRO

     Por preferirmos a proteção do Estado, o mundo está insuportavelmente endividado. Ficou apenas na literatura dos liberais da economia o sonho do liberalismo como modelo de prosperidade liderada pela iniciativa privada. Pior é ter medo  de torná-lo realidade, faz parte da covardia humana e da descrença que temos sobre nós mesmo.
     Funciona assim: é mais confortável transferirmos responsabilidades e nos omitirmos das informações preocupantes fornecidas pelos indicadores econômicos e sociais.
     A sociedade mundial é credora de todos os Estados no planeta algo em torno de 245 trilhões de dólares, foi ela quem forneceu esse dinheiro para que os governos de maneira pródiga gastassem. Isso é puro calote internacional, o PIB mundial representa quase 4 vezes menos, ou seja, não existe riqueza ou poupança produzida pela economia com poder de pagamento. Levemos em conta que a produção de 10 países representa 2/3 do PIB mundial, e são os principais devedores.
     A recessão mundial já a bastante tempo não sai das mesas dos fóruns econômicos, enquanto isso o modelo liberal fica com suas amarras presas ao protecionismo, essa contingência é que emperra e determina a dificuldade do comércio internacional globalizar a distribuição das riquezas e se libertar do egoismo pelo desenvolvimento.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

A VERDADE SÓ TEM UMA CARA ( continuação )

     O bom senso nos obriga a afirmar que os investimentos em infra estrutura no Brasil estão parados nas últimas 5 décadas, assim como não podemos aceitar que o agro negócio pudesse ser adotado sem o planejamento em obras de energia, logística de transporte, custos competitivos, ferrovias, portos e desregulamentações e desburocratizações. Vale lembrar que a rodovia federal ligando o centro-oeste, de Cuiabá até Santarém no Pará (BR 163), só agora está sendo concluída. Em seu projeto original seria uma ferrovia com 4 modais de integração.
     Finalmente, acho inoportuno que seja válida a crítica ao pensamento liberal do atual governo como desconstrutor do desenvolvimento adquirido nas últimas 5 décadas. Que desenvolvimento ? Um país de uma reconhecida economia fechada, sob suspeita em sua relação institucional. Quebrado pela presença do Estado nos negócios econômicos e financeiros.
     Todo governo democrático tem que estar sob a tutela de sua sociedade, é assim que uma nação enriquece. Seus indicadores econômicos e sociais são a verdade.
     É só.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A VERDADE SÓ TEM UMA CARA

     O jornal brasileiro Valor Econômico publicou em 2 de julho passado um artigo do economista Luiz Gonzaga Belluzzo sobre estratégias de desenvolvimento, citando como exemplo, as conquistas das políticas para o desenvolvimento adotadas nos últimos 50 anos no Brasil.
     Em suas considerações, salvo melhor juízo, salienta as políticas sino-asiáticas como paradigmas ao processo de crescimento. Entendo que todo o avanço no sudeste asiático não devem servir como exemplo para possíveis critérios no desenvolvimento brasileiro. O Brasil é culturalmente diferente e se não bastasse isso, as decisões em uma região diferente por si só e que abriga a metade da população mundial devem abordar idéias de sistemas de governanças estranhas para os padrões ocidentais.
     Com exceção da Coréia do Sul, a presença nos investimentos chineses dos bancos, empresas e fundos públicos nos resultados da economia não servem como balizamento na estratégia brasileira no uso do poder público no sistema financeiro. Basta lembrar que as autoridades monetárias em nosso país sempre encontraram obstáculos políticos na administração da dívida pública e a sua contabilidade deve ser rígida, sem artifícios, porque dívida é divida.
     Vejo com estranheza a afirmação sobre o " arcabouço institucional que sustentou o desenvolvimento do país ao longo de cinco décadas ".
     Tomando a educação como exemplo mais significativo, na década de 70 o Brasil tinha um PIB per capita 5  vezes maior que a Coréia do Sul, com os investimentos vigorosos em educação naquele país, na virada do século a economia coreana já tinha nos ultrapassado. Qual outra explicação diante dessa comparação que não seja o total desprezo pela eficácia e eficiência nas políticas educacionais brasileiras ?
     Ainda seguirei em minha apreciação.     
   
   

sexta-feira, 12 de julho de 2019

O MUNDO TEM DINHEIRO DEMAIS

     A melhor explicação está no fato de que ainda os bancos pagam juros negativos. Só mesmo por suspeita de que a economia mundial não está em condições garantidora, o investidor pague ao banco para guardar o seu dinheiro.Esse excesso de dinheiro disponível fora da economia tem favorecido a maior capitalização dos bancos, aumentando a liquidez do sistema financeiro internacional sem ocorrer contudo o repasse para os investimentos.
     Ao que tudo indica, quando alguém for buscar o financiamento lastreado com a cor marcada desse tipo de dinheiro, terá que pagar a compensação dos juros negativos. O fantasma que continua rondando a atividade produtiva há bastante tempo, justifica o passo de espera dos detentores do bom capital. Eles preferem a liquidez de curto prazo.
     Certamente que o fator gerado pela insegurança política mantém latente a possibilidade real de uma recessão crônica do mundo econômico, e por isso é que o dinheiro em determinadas épocas chega a ser jogado por aviões.

sábado, 6 de julho de 2019

O MUNDO ESPERANDO PELA UTI

     Se retroceder não for uma boa ideia, como o mundo do futuro haverá de resolver o problema fundamental da sua sobrevivência no consumo da água e do alimento. Não importa mais o que previsões indicam em termos demográficos, sobre quantos seremos daqui a 20,30 ou 100 anos. Com 7,5 bilhões de habitantes nossas vidas correm perigo por causa dos fenômenos climáticos mais frequentes, a continuidade do desmatamento ilegal e oficial, as secas mais longas, o reúso da água e do lixo, a necessidade das safras de grãos serem sustentadas com uso de agrotóxicos e principalmente a promoção que os sistemas econômicos desenvolvem para que possamos consumir sem parar.
     A meu ver, esse é o retrato da falência dos sistemas econômicos até agora praticados e das ideologias que se prognosticavam. Os sintomas dessa decadência são latentes, mas no entanto, vivemos em uma platéia a assistir uma fantochada de líderes, títeres que entram em nossas vidas como traças que se alimentam das ambições, indiferentes aos choros seculares da humanidade. Essa mesma humanidade tem atualmente um passivo produzido por essas políticas que haverá de pagar, da ordem de 250 trilhões de dólares, mais de 3 vezes tudo que foi produzido, ou seja, o PIB mundial que produzimos.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

A AGRICULTURA EM RÓTULOS

     Algum consumidor urbano conhece o leite ressuscitado ? Talvez não, mas já consumiu sem saber. A agricultura ao incorporar os recursos tecnológicos, seguiu por um caminho que quebrou todos os laços éticos da agricultura tradicional.
     A agricultura moderna se projetou não mais como uma atividade econômica cuja principal função seria alimentar a sociedade mundial, mantendo a qualidade  de uma época em que o campo era habitado por pequenas propriedades de gerações e suas técnicas empíricas de produção.
     Não se pode negar o progresso como também não se pode negar a perda da qualidade natural do nosso alimento. Podemos interpretar afinal que pagamos por produtos industriais sem os valores intrínsecos do alimento natural do pequeno produtor.
     Prefiro imaginar que a nossa mesa é uma feira de rótulos... bom apetite para o mundo !

sábado, 1 de junho de 2019

A RIQUEZA E A MENTIRA DOS POBRES

     É possível que estejamos passando por mais uma fase pós revolução. Essa talvez venha a ser a última : a robótica ou inteligência artificial. O quadro atual do trabalho humano, segundo a OIT é de 1,5 bilhões de trabalhadores, isso representa 21,5% da população mundial, menos de 1 pessoa para sustentar mais de 4 pessoas. Estimá-se em 200 milhões de desempregados em todo o mundo, seguindo a mesma relação, são quase 1 bilhão de pessoas amarguradas. Podemos até afirmar que vivemos em um planeta subdesenvolvido.
     A meu ver, esse é o retrato da falência dos sistemas econômicos até agora praticados e das ideologias que se prognosticavam. Os sintomas dessa decadência são latentes, mas no entanto, vivemos em uma platéia a assistir uma fantochada de líderes, títeres que entram em nossas vidas como traças que se alimentam de ambições, indiferentes aos choros seculares da humanidade. Essa mesma humanidade tem um passivo produzido por essas políticas mentirosas em torno de 250 trilhões de dólares.
     Essa é a riqueza dos pobres.