O manto da justiça é o principal pilar da nação, o tronco maciço da honestidade, das virtudes milenares, da grande aptidão para separar o joio do trigo e da absoluta renúncia a tudo aquilo que representa a sombra desumana das tiranias. O problema da lei não se refere ao pensamento, mas como deve funcionar, isto é, da forma como se julga ou como se deve julgar. Na medida que o homem aumenta sua prole e ocupa mais os espaços, faz emergir do nada a necessidade de se respeitar mutuamente o mérito e a verdade de cada ato no convívio complexo entre as pessoas.
Avançou tanto tudo isso que passou a ser uma contingência permanente a criação de novos tribunais. A ideia mais preocupante é de quantas mãos e por quantos juízos de valores e de juízos sem valores a lei será interpretada. A arte de lapidar a lei despreza o bom senso e não raras vezes sucumbe ante a insensatez.
Se esse for o fanal do nosso destino, virão sobre nós as correntes que levarão a justiça a ser inteligentemente guardada em cofres dos velhos piratas das sociedades elitistas e jogados nas profundezas das águas negras da ignorância para esquecimento do patrimônio pátrio legal constituído.
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