quarta-feira, 19 de julho de 2017

A RAZÃO MAIOR DA NOSSA INSATISFAÇÃO

     Estou muito velho e cansado para continuar ouvindo falar de esquerda e direita de doutrinas políticas. Que chatice, próprio de sociedades chauvinistas. Somos nós, povo livre do pensamento indutivo alheio. Sobre isso, muito tempo atras, Aristóteles questionava: " Os cidadãos se revoltam pelas constituições que transformam democracias em oligarquias ou estas em repúblicas aristocráticas e reciprocamente".
     Deveria ser assim, quando nascemos a natureza nos acolhe para vivermos tão somente.Porque então já percorremos todas as eras da inteligência humana sem entender nada sobre nós mesmos. Sem esse conflito de identidade, poderíamos não estar tão dominantes quanto ao intelecto, essa dúvida,sobretudo, muito me conforta e me torna existencialista. Prefiro imaginar que seria feliz de outra forma, do que pensar que nunca tive outra forma.
     Somos nós, sociedade livre dos inúteis arcaicos pensamentos de como deveríamos ser, como o conhecimento da igualdade fosse próprio de alguma genialidade. Somos contra aos sistemas políticos, econômicos e financeiros imputados pelos aviltadores e profanadores das nossas boas intenções. Somos livres mas não anárquicos, amantes e irmãos da solidariedade, da coisa boa e da prevalência dos princípios inalienáveis da justiça e da igualdade.
     Foi esse o legado deixado em nós pelo encontro de Hamburgo.

terça-feira, 18 de julho de 2017

O TAMANHO DA NOSSA FAMÍLIA

          As Américas tem 1 bilhão de habitantes, o Brasil e os Estados Unidos somam mais da metade
          A Europa tem 743 milhões de habitantes
          A Ásia tem 4.400 bilhões de habitantes
          A África tem 1.200 bilhões de habitantes
     Geograficamente, esses quatro grupos demográficos são mutuamente dependentes, por isso não entendo como vivemos confrontos de ideias protecionistas. Os continentes mais novos são responsáveis pelo abastecimento de matérias-primas e alimentos, o velho continente junto com os Estados Unidos mantém a evolução e dinamização da tecnologia e a Ásia, afinal, dá os primeiros passos em busca do tempo perdido na escuridão do pensamento isolado e fechado para o crescimento da necessidade de novos conceitos de hábitos de consumo. São os tempos da aproximação rumo ao
 Ocidente.
     A síntese disso passou a ser chamada de globalização. Essa interdependência precisa de que seja alterada toda a filosofia de normas e condutas que até hoje fazem parte das políticas discutidas em todas as organizações de cúpulas entre todas as Nações. Somente com a solidariedade a globalização poderá transformar em todos os níveis da estratificação humana mundial a condição de desigualdade que foi reclamada em Hamburgo.
     Essa nossa família não para de crescer, e, ainda estamos egoístas e presunçosos.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

AS VOZES DE HAMBURGO

     O que as manifestações de Hamburgo queriam dizer ?  Imagino que o mais importante deve ser com quem está o poder do sistema econômico mundial, e, sob o qual a sociedade trabalhadora, produtora de bens e serviços, tem a tutela do seu nível de renda salarial entregue voluntariamente e de forma escravocrata a esse sistema. A produção e o emprego não sobrevivem sem o investimento,  necessário para o  fluxo permanente do capital internacional. Mas, de quem é esse dinheiro ?
     Os déficits nas contas públicas no mundo estão anulando a capacidade da economia na geração de empregos. Só a China tem um negativo contábil na ordem de 11 trilhões de dólares, é um indicador macro econômico da desaceleração da renda pessoal.
     E o dinheiro do petróleo ? Desde a década de 70 era sabido que esse dinheiro triangulava entre os importadores de petróleo a OPEP e o mercado financeiro internacional. Entre os países industrializados, os países das OPEP e os países em desenvolvimento, apenas esses últimos eram os únicos que mantinham os saldos negativos em conta corrente aumentando a cada ano, indicando, é claro, uma dependência do petróleo e do capital externo.
     Esse é o pequeno detalhe da questão de Hamburgo. Se aquela triangulação se fortaleceu durante as décadas seguintes, assim como antes, os países integrantes da OPEP são credores do sistema financeiro internacional, e todo tomador de capital externo é devedor do mercado financeiro internacional, e, finalmente, significa que o poder sempre esteve com os donos dos petrodolares. Não tem grande importância, no meu ver, a perda da cotação do barril porque a capitalização de meio século permite a esse cartel ainda ficar sentado na cabeceira da mesa do poder do sistema econômico mundial.
     Não vejo assim que o desenvolvimento chegue aos países que dependem desse sistema.

sábado, 15 de julho de 2017

O GRITO E A MANIFESTAÇÃO É O EQUILÍBRIO

     As manifestações invocam os pensamentos e os desejos diferentes contra a realidade. Afinal, em algum momento nós nos sentimos felizes no mundo em que vivemos ? A nossa vida e a realidade mantém um eterno conflito pela disputa da satisfação ideal de nossas necessidades. O que assistimos atualmente não faz parte do conflito social e humano que tanto preocupam o mundo. As correntes que dominam o pensamento político tem marcantes traços de hipocrisia econômica, é visível o desprezo pelos acordos econômicos, os encontros dos líderes entre os países que representam a locomotiva da economia mundial não tem mais as agendas cruciais sobre as questões que retardam o desenvolvimento e o comércio de mercadorias, muito menos, o sistema tarifário  solidário na troca de bens e serviços de diferentes valores agregados.
     Portanto, esse momento, acredito, deverá ser marcado por políticas de isolacionismo, e de um protecionismo, que em verdade, projetam um quadro perigoso de descrença e esgotamento da importância dos acordos comerciais multilaterais, porque esses acordos exigem restrições legais dentro de cada país participante, como verdadeiras camisas de força. Nesse caso, as economias que tiverem suas commodities mais ordenadas, passarão a ocupar um papel de maior visibilidade mundial. Enquanto isso, as questões sociais, humanas e ambientais, como sempre, ficam para depois.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

SERÁ QUE "PENSO LOGO EXISTO" ?

     A tautologia é própria da idade avançada. Quem vive vida longa, já viveu as verdades e as mentiras, as épocas de paz e épocas das tentativas de pazear o mundo, mas o que o que ainda está porvir ?. Serão tantas, e tantas vezes repetidas como tem sido as repetições da História. Todavia, e principalmente entretanto, uma nova página deverá ser acrescentada nessa narrativa : a batalha pela sobrevivência da inteligência humana. Não mais importa quando teve início a transferência para a máquina esse Dom da vida, importa sim quando não mais seremos sequer um prefixo grego ou latino que significam meio ou quase metade de alguma coisa... Hemi, Semi, o primeiro possui apenas um hemisfério e o segundo é semi-ânimo... ou meio morto!
     Preparem-se gerações futuras !
     Os arqueólogos virtuais provavelmente encontrarão enterrados os originais de nossos artesãos, então primitivistas do trabalho da mão humana. Por isso ainda saboreio o que escrevo nos meus rascunhos em folhas de papel, e, se daqui a 100 anos alguém for capaz de escrever no papel à mão livre o seu pensamento e o que habita em sua alma, poderá ser digitalizado como um gênio, um Deus ou um louco.
     A escolha é ainda de cada um, hoje.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ATÉ ONDE CHEGAMOS ?

     O mundo tem hoje uma população de desamparados próximo da metade do todo. é uma sociedade de penuriosos, levas de refugiados, desempregados, encarcerados e apátridas eternos.
     Se isso não for uma verdade que habita dentro de uma velha realidade, qual será a razão para negarmos o atual estágio de desenvolvimento humano a que chegamos ? As razões são antigas, muito mais antigas do que o pensamento contemporâneo da humanidade. Compreenderemos melhor se identificarmos qual é a argola em cadeia, o elo que liga todo o transcurso das eras da vida humana inteligente. Acredito ser a imaginação. Ela é a oficina da alma, lugar e fonte de toda a construção da Ciência e do cientista. Sobre o restante, nada mais mudou no Homem, alimento esse pensamento em dizer que a diferença entre o cientista e o indivíduo é a própria narrativa da nossa história. São Thomas de Aquino entendia que a geração humana era uma forma de proteção da espécie e não do indivíduo, no alinhamento desse pensamento Santo Agostinho dizia que o amor do homem pela coisa pública aumentaria na medida da renúncia ao interesse particular e o filósofo Campanella não entendia porque em eleições de magistrados os cientistas não eram lembrados; esses, segundo o filósofo eram iluminados por uma entidade denominada Hoh, senhor da metafísica, acima do pensamento temporal e espiritual, mais esses não tinham magistratura.
     Isso é o Homem, usa a evolução do pensamento científico para continuar o mesmo. Inteligente, mais acima de tudo, não passa de um reles indivíduo. A sorte do Homem está dentro do seu conflito.

sábado, 1 de julho de 2017

OS CAMINHOS DE PEDRA DO DESENVOLVIMENTO

     A estratégia de exportação de matérias-primas e produtos agrícolas pelos países em desenvolvimento só beneficia aos países ricos. Isso é um pensamento sobre a questão mundial da sustentabilidade, ele ressalta que a transferência da responsabilidade da degradação do solo fica para os países subdesenvolvidos, e ao mesmo tempo colabora com a maior formação e acumulação de renda pelos mais ricos.
     É bem verdade que o fluxo de capital externo desde o início da década de 1950 tem se mantido em taxas médias superiores a 10%, beneficiando as economias dos países subdesenvolvidos. O problema da não absorvição desse dinheiro como fator de crescimento se deve ao fato de serem destinados ao setor público, e não poucas vezes são desperdiçados. Em alguns casos esse fluxo de ajuda externa chega a ser superior a soma das receitas das exportações e dos investimentos externos no setor privado, causando uma considerável pressão no passivo do balanço de pagamentos dos países subdesenvolvidos.
     São razões bastantes suficientes para tornarem o processo de desenvolvimento em um veículo de uma marcha só, algumas teorias como o Arranco não se prestam para uma estratégia que não seja austera e republicana. A necessidade do consumo de recursos, sejam eles naturais ou energéticos, deve obedecer a uma parcimônia que exige um nível equilibrado de desenvolvimento. Enquanto na Alemanha 80% da população desfruta de um consumo intenso, o mesmo comportamento não pode ser imitado por países, como o Brasil, que é levado por um consumo induzido, alimentado pelo efeito demonstração do atual sistema globalizado da economia.