segunda-feira, 17 de julho de 2017

AS VOZES DE HAMBURGO

     O que as manifestações de Hamburgo queriam dizer ?  Imagino que o mais importante deve ser com quem está o poder do sistema econômico mundial, e, sob o qual a sociedade trabalhadora, produtora de bens e serviços, tem a tutela do seu nível de renda salarial entregue voluntariamente e de forma escravocrata a esse sistema. A produção e o emprego não sobrevivem sem o investimento,  necessário para o  fluxo permanente do capital internacional. Mas, de quem é esse dinheiro ?
     Os déficits nas contas públicas no mundo estão anulando a capacidade da economia na geração de empregos. Só a China tem um negativo contábil na ordem de 11 trilhões de dólares, é um indicador macro econômico da desaceleração da renda pessoal.
     E o dinheiro do petróleo ? Desde a década de 70 era sabido que esse dinheiro triangulava entre os importadores de petróleo a OPEP e o mercado financeiro internacional. Entre os países industrializados, os países das OPEP e os países em desenvolvimento, apenas esses últimos eram os únicos que mantinham os saldos negativos em conta corrente aumentando a cada ano, indicando, é claro, uma dependência do petróleo e do capital externo.
     Esse é o pequeno detalhe da questão de Hamburgo. Se aquela triangulação se fortaleceu durante as décadas seguintes, assim como antes, os países integrantes da OPEP são credores do sistema financeiro internacional, e todo tomador de capital externo é devedor do mercado financeiro internacional, e, finalmente, significa que o poder sempre esteve com os donos dos petrodolares. Não tem grande importância, no meu ver, a perda da cotação do barril porque a capitalização de meio século permite a esse cartel ainda ficar sentado na cabeceira da mesa do poder do sistema econômico mundial.
     Não vejo assim que o desenvolvimento chegue aos países que dependem desse sistema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário