terça-feira, 31 de outubro de 2017

OS CARTÉIS E A COP-23

     Começa em Bonn na Alemanha, a COP-23. O lado positivo desse encontro está na sua  manutenção como fórum permanente sobre os debates da mudança do clima, suas causas e suas consequências. Serão levantados os problemas negativos que ainda não foram resolvidos. Como exemplo, vale citar a política de preços da OPEP. Como é sabido esse cartel é muito capitalizado, e a cotação do barril no mercado internacional por ser em função da variação da oferta, dominam o mercado de energia fóssil ignorando a realização desse tipo de fórum. Nesse momento, acrescentando ainda as empresas petroleiras internacionais disputam a exploração do pré-sal brasileiro o que levanta a interrogação de como pode ocorrer com sucesso um leilão de exploração de petróleo de reconhecido custo elevado no momento em que a cotação do mercado não consegue se recuperar, apesar do controle da oferta.
     Outro dado, é a política de bens de consumo duráveis e serviços que as multinacionais desenvolvem nos países em desenvolvimento. O consumo desenfreado da população é generalizado, sem controle e omisso pela autoridade competente. Vale citar, que existem no Brasil mais de 200 milhões de celulares ativos, produzindo lixo e consumo inadequado de energia elétrica nas recargas de baterias.
     A conta criada pelos países ricos para disponibilizarem 100 bilhões de dólares anuais aos países em desenvolvimento que cortarem as emissões de gases na atmosfera não é compatível com a presença e finalidade das multinacionais. Os países pobres não tem voz ativa nesse debate e muito menos nas decisões entre todas as partes, contudo, são eles os países pobres que não podem ficar esperando a vida toda pelo desenvolvimento, e o clima do mundo também não pode continuar aquecendo.
     Então, temo que os confrontos de forças e interesses tornem esse fórum parceiro das minorias,        e deixem a humanidade esperando.

domingo, 29 de outubro de 2017

O ESTADO É MENOR DO QUE O CIDADÃO

      Nesse mundo ideológico no qual fazem parte todas as sociedades, as trabalhadoras e não trabalhadoras.  todas habitam um mesmo espaço abstrato no centro de uma encruzilhada, e por serem assim, formam aquilo que chamamos de sociedade organizada e esse sentido de organização permite a origem da figura do Estado. Como cada cidadão tem dentro de si a sua ideologia  para conduzir e construir a sua vida, ele segue o caminho da liberdade que não é traçado pelo Estado. É uma vontade que emana dos anseios temporais de cada sociedade, o Estado quando é de todos, aí sim, ele é perfeito. Precisa, nas palavras de Sócrates, o infalível sinal do respeito e da igualdade: " isto é meu, e isto não é meu". O Estado que verdadeiramente precisamos deverá ser virtuoso somente pela educação, capaz de reescrever a Constituição de vários senhores, protetora dos interesses tiranos, corrompidos e corrompedores.
     O cidadão deve ocupar o seu lugar de único constituidor da vida e da nacionalidade da sua terra e impostar um malho legal tão pesado que nenhuma conspiração tirana possa move-lo, É assim como penso: O Estado não me pertence e nem sou escravo dele.   

sábado, 28 de outubro de 2017

AFINAL, O QUE É O ESTADO ?

     Na antiguidade, ele representava os escravocratas, na idade média  os senhores feudais, a partir daí passou a servir à burguesia. O Estado nessa condição ainda submete a sociedade, porque qual será a nova denominação que devemos atribuir ao burguês moderno? acredito ser ele um vínculo escondido entre as linhas e vírgulas das Cartas Magnas, ou melhor, das Constituições com cuidadosas estruturas oligárquicas, promovidas pelo sistema econômico internacional sustentado pelo capital da  pequena classe feudal moderna.
     Apesar disso, por mais estranho  e contraditório que possa parecer, o fundamento para uma economia desenvolvimentista, no meu entendimento, deve ser capitalista. Assim penso, justamente por não dar maior crédito ao papel do Estado no uso do dinheiro público. Por outro lado, a visão socialista, mesmo aquela revolucionária, sempre presente, quando ficaram mais frequentes as crises econômicas, nunca foi capaz de se impor como um sistema construtivo sem a presença do capital fornecido pelo setor privado, como também nunca a presença do trabalho e do trabalhador foram suficientes  para transformar o mundo econômico, de uma maneira ou da outra, em um sistema político e econômico que produzisse igualdade e distribuição de renda.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A NOVA HEGEMONIA MUNDIAL

     O quadro político mundial revela um novo desenho entre as forças hegemônicas, potências econômicas que representam o movimento globalizado da produção mundial. Se voltarmos ao passado a primeira liderança comercial começa com a presença do Reino Unido durante o século XIX, as grandes guerras do século passado serviram para dar aos Estados Unidos a condição que mantém até hoje de principal mercado dos negócios de tudo o que é produzido no mundo, para que isso tivesse acontecido, é claro, contou com a força incontestável de suas multinacionais.
     Coincidentemente, com a chegada do século XXI surgiu uma nova liderança comercial. Ela pertence  à China. E é bom que tenha ocorrido essa mudança, a mudança faz parte da essência da filosofia chinesa, ela deve passar por mãos diferentes de pensamento e conduta. É assim que deve caminhar a humanidade, segundo Lau-Tseu: "quando a gente chega ao fim da sua ciência e da sua força, começa a dedicar-se ao desengano".

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A GLOBALIZAÇÃO EMPACOU, A CHINA NÃO.

     Enquanto os países exportadores de matérias primas lutam para manter o equilíbrio de suas contas, a China no 1º semestre deste ano conseguiu um resultado líquido das exportações de meio trilhão de dólares. Se houve um país que soube aproveitar as políticas comerciais adotadas pela cooperação comercial internacional, esse país foi a China. Ainda que atualmente tais políticas sejam consideradas fracassadas devido aos resultados insuficientes e a fuga nos últimos dois anos de 1 trilhão de dólares dos investimentos diretos e no comércio de bens, o gigante asiático manteve a sua atividade econômica.
     É nesse ponto que se avista um novo quadro pintado da economia mundial, mais precisamente a sua própria história na era moderna: quando atribui-se a um possível empacamento da globalização, deixamos de lado o fato de que o eixo comercial entre os fornecedores de matérias primas estava, como está, voltado para a China. Isso pode ser explicado pela relação dos comportamentos das recuperações das atividades produtivas que estão ocorrendo nos países participantes desse eixo.
     A chegada da China ao ocidente, falando de um sistema econômico capitalista, inaugura uma nova época em nossa história,e, é bom que isso tenha ocorrido, porque de hoje em diante a hegemonia política mundial passa a ter na mesa dos debates uma maior distribuição de forças. 

domingo, 22 de outubro de 2017

A COP-21 É COISA DO PASSADO

     Em 2015 tudo já estava escrito. Os grandes países participantes do evento (EUA, CHINA, JAPÃO, ALEMANHA, FRANÇA E REINO UNIDO) haviam registrado no ano anterior um PIB de mais de 42 trilhões de dólares com suas multinacionais que faturaram com o entusiasmo da sociedade consumidora do mundo inteiro, sabiam também que essa relação não daria a mínima importância para o lixo que produzido. Se compararmos o sistema produtivo desse grupo com o sistema produtivo dos países em desenvolvimento, constataríamos que os 42 trilhões de dólares foram produzidos por 430 milhões de trabalhadores contra 17 trilhões de dólares produzidos por 3 bilhões de trabalhadores dos países em desenvolvimento. Percebemos que a diferença entre os dois sistemas está basicamente no desenvolvimento tecnológico, mesmo com a presença das multinacionais nos dois lados.
     Tanto o G-20 como o G-33 fazem parte desse processo agregativo, e portanto, mais que a preocupação com o planeta  é a necessidade de  manter os rendimentos constantes. O dano ambiental produzido por 3 bilhões de trabalhadores recaí sobre eles próprios por serem os fornecedores de fatores para os 430 milhões de trabalhadores desenvolvidos.
     Enquanto a sociedade consumidora não tomar consciência da sua responsabilidade com o futuro, o grupo dos G-160 continuará a produzir lixo.

sábado, 21 de outubro de 2017

BRINCAR NÃO É MAIS NECESSÁRIO

      Há mais de 70 anos eu fazia parte de um  grupo de moleques brincalhões, vivíamos no mundo inventivo de brincadeiras na plenitude dessa palavra. E foi isso, acreditem ou não, a fonte que alimentou e criou o meu caráter, livre de modelos educacionais. Brincar era o único dever da infância, o alimento estava na alma, na formação de um espírito limpo que iria se transformar na base da minha longa vida.
     Antes fosse um prólogo saudosista, como dizia o poeta  Casemiro de Abreu; "Ah! que saudade eu tenho da minha infância querida que os anos não trazem mais". Antes fosse.
     A medrosa preocupação, está na possível origem da fonte da formação do caráter da juventude do século XXI. Será ela absolutamente original ? a nata, impar, limpa, coberta e protegida pela clarevidência da vida ? É desse caráter que o mundo precisa.
     Estou, afinal, falando contra o caráter que é importado da fonte de uma inteligência alheia, desconhecida em seus fundamentos humanos. Ela é materializada sob diversas formas, revestidas por uma tecnologia ludibriante, e que não notamos e também muitas vezes não queremos notar, assim somos escravizados mortalmente. Por ser assim, vejo uma juventude de uma infância brincando no  mundo da solidão !
     O que pensará, ou não, o jovem no futuro sobre a noção de conceitos filosóficos naturais ? Terá ele a capacidade discernente  entre o certo e o errado ?  pelo fator da hereditariedade saberá a diferença entre o bem e o mau. A criança terá a sua integridade humana, quando estiver livre para escolher diante da natureza seus próprios passos, pois a natureza, não tenho dúvida,  saberá conduzi-los.
     Assim penso, pelo o que já vi e pelo o que vejo. E nisso há uma diferença, e não gosto dela, o que é uma pena.