Há mais de 70 anos eu fazia parte de um grupo de moleques brincalhões, vivíamos no mundo inventivo de brincadeiras na plenitude dessa palavra. E foi isso, acreditem ou não, a fonte que alimentou e criou o meu caráter, livre de modelos educacionais. Brincar era o único dever da infância, o alimento estava na alma, na formação de um espírito limpo que iria se transformar na base da minha longa vida.
Antes fosse um prólogo saudosista, como dizia o poeta Casemiro de Abreu; "Ah! que saudade eu tenho da minha infância querida que os anos não trazem mais". Antes fosse.
A medrosa preocupação, está na possível origem da fonte da formação do caráter da juventude do século XXI. Será ela absolutamente original ? a nata, impar, limpa, coberta e protegida pela clarevidência da vida ? É desse caráter que o mundo precisa.
Estou, afinal, falando contra o caráter que é importado da fonte de uma inteligência alheia, desconhecida em seus fundamentos humanos. Ela é materializada sob diversas formas, revestidas por uma tecnologia ludibriante, e que não notamos e também muitas vezes não queremos notar, assim somos escravizados mortalmente. Por ser assim, vejo uma juventude de uma infância brincando no mundo da solidão !
O que pensará, ou não, o jovem no futuro sobre a noção de conceitos filosóficos naturais ? Terá ele a capacidade discernente entre o certo e o errado ? pelo fator da hereditariedade saberá a diferença entre o bem e o mau. A criança terá a sua integridade humana, quando estiver livre para escolher diante da natureza seus próprios passos, pois a natureza, não tenho dúvida, saberá conduzi-los.
Assim penso, pelo o que já vi e pelo o que vejo. E nisso há uma diferença, e não gosto dela, o que é uma pena.
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