domingo, 22 de setembro de 2019

O CONSUMO COMPULSIVO DO MUNDO

     Esse é o problema a ser resolvido para combater os desastres climáticos!!!!!
     A necessidade de consumo dos elementos essenciais da natureza colocará por terra qualquer política de sustentabilidade, isso porque existe um jogo entre a proteção do meio ambiente e a forma moderna de viver.
     Se avaliarmos alguns dados oficiais macroeconômicos, a conclusão óbvia será que, afinal de contas, a evolução de todo o sistema mundial produtivo só foi possível, devido ao crescimento de uma cultura promovida de consumo. Os 15 maiores produtores de petróleo são os 15 maiores consumidores. Quase 80% das necessidades enérgicas do europeu são atendidas com recurso do petróleo, gás e carvão; um único europeu consome 27 megawatt/hora; o consumo de água mundial variou de 580 km3 em 1900 para 3800 km3 em 2018 de água doce, sendo que 70% é destinada para a irrigação, segundo a FAO.
     Por outro lado, a produção de grãos brasileira em 50 anos passou de 38 para 236 milhões de toneladas, em 2016 estima-se que foram enviados para o exterior, algo em torno de 112 trilhões de litros de água do solo brasileiro dentro dos grãos de soja exportados. O que significa um débito real da capacidade hídrica desse recurso vital em troca de uma falácia de desenvolvimento sustentável, prevalente para o discurso que domina o poder econômico esperando que em 2050 tudo esteja como hoje.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

PROTESTAR, É TRANSFERIR RESPONSABILIDADE

     Se a grande massa de jovens mundial está protestando contra o sistema produtivo que sustenta ela própria, qual deveria ser então a sua contribuição no sentido de contermos o desastre climático que já começou ?
     Ela precisa saber que há muito tempo a FAO vem alertando sobre o consumo desenfreado de todos os recursos naturais. Se desconhece isso nesse mundo conectado, errou por omissão. Essa Organização em 2015 relatou que a produção agrícola mundial havia triplicado em 50 anos e que apenas 25% se destinava ao consumo humano, e que quase 1 bilhão de pessoas estavam subnutridas.
     Não há como negar o êxodo dos jovens, fugindo do campo para as grandes metrópoles, apenas no Brasil nos últimos 50 anos a população urbana cresceu perto de 6 vezes. E devemos concordar que isso não é um fenômeno exclusivo brasileiro.
     A água está acabando, e no entanto, o consumo de proteína animal e a produção industrial mantém seus focos na manutenção dos rendimentos e na exploração das faixas etárias mais jovens.
     A minha angústia  é muito velha, minhas reflexões me conduziram para o único caminho cujo desafio é a coragem de retrocedermos.
     Qualquer outra opção, mesmo que estabelecendo metas e prazos,   será remediar enquanto o fim não chega.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

A FOME ESTÁ AGENDADA PARA 2050

     A FAO estima que a produção de alimentos até 2050 deverá ter um crescimento a partir de hoje na ordem de 60%, necessário para alimentar uma população mundial de 9 bilhões de pessoas.
     Sobre essa projeção a quem caberá essa incumbência, senão o homem do campo !
     Se retrocedermos até a década de 50 do século passado, a prole humana tem seus indicadores de crescimento reduzidos ao longo desse período, suas taxas de crescimento vegetativo foram derrubadas pela metade.  Naquela época, a China mantinha quase um bilhão de pessoas concentrada no litoral e as mulheres do nordeste brasileiro chegavam a ter seis filhos. Como não haviam políticas de governo capazes, sobre o controle de natalidade, as alterações das pirâmides etárias só vieram a sofrer distorções, com os efeitos dos fatores de comunicação e principalmente do efeito da infraestrutura social.
     A China e a Índia mantém 3 bilhões de pessoas na classe média, caminhando para mais de 80% de pessoas urbanas, fora do campo ! O elevado desempenho industrial contrapõe uma dependência de alimentos, mesmo que seja necessário
um programa de investimentos em áreas de outros países.
     Essa abordagem sobre o fator humano na produção de alimentos não considera a questão climática, o que por si só chancelaria essa previsão.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

O ENDIVIDAMENTO GLOBAL

     A produção mundial bruta alcançou 80 trilhões de dólares sem conseguir reduzir os déficits das contas públicas das maiores economias. Como essa conta precisa fechar a solução imediatista é buscar na poupança privada a cobertura necessária, mesmo que para tanto, a sociedade se torne credora de um Estado já penhorado.
     Não é de hoje que as famílias pelo mundo afora vem cobrindo as contas públicas em troca de títulos oferecidos no mercado financeiro, como é o caso do momento, em que o Banco Central Europeu corre ao mercado quando a economia do continente não encontra no horizonte próximo as soluções estruturais capazes de salvar o Bloco cada vez mais dependente do que ocorre no resto do mundo.
     Os indicadores das contas públicas internacionais, no meu entender, funcionam como freio nos investimentos e colabora com a nuvem de incertezas na liquidez da poupança privada. Enquanto isso, poucos países como o Brasil, oferecem um quadro de estabilidade institucional bem definido e com um projeto potencialmente forte, refletido do desempenho do mercado de capitais.
     Para o investidor de capital, a lógica não se baseia unicamente em aritmética. No campo visual dele a idade promissora do lugar da sua alocação é que definirá seus rendimentos constantes. 
 

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O CAPITALISMO VENCEU AS VELHAS DINASTIAS

     Diz um velho ditado : quanto maior a árvore maior será o seu tombo.
     O gigantismo despertado pelo Estado chines nos últimos 30 anos, deixou no passado todas as heranças culturais em troca de um moderno capitalismo globalizado, podemos dizer ainda palavreando o caráter popular : pegou o mundo inteiro com as calças na mão.
     Maior que o próprio acontecimento, é a compreensão que esse mundo assustado deve ter quanto ao valor de uma decisão nacional, poder representar na própria história e no legado cultural de um povo e de um país, ao deixarem o passado esquecido e mergulharem com estoicidade na conquista de todos os mercados.
     Esse avanço é compulsivo; são transportados pelos oceanos anualmente algo em torno de 100 milhões de contêineres chineses. Essa máquina de fazer dinheiro corre o risco de inflacionar os interesses nacionais dos países capitadores de capital externo e com efeito, emperrar e quebrar.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

OS AMBIENTALISTAS PERDEM PARA O PETRÓLEO

     Esse é um negócio que dominou todas as decisões de investimentos, até que, empurrada pela motivação dos danos ambientais, o dinheiro que remunerava os petrodólares seguiram o caminho dos ambientalistas e passaram para o lado das novas fontes de energia.
     Não obstante, o pior ainda é para o mercado de petróleo a demanda andar atrás da oferta. O cenário fica cada vez mais preocupante com a economia sinalizando uma perda de ritmo, aguardando possivelmente que as contas das grandes economias possam refletir positivamente para a retomada dos investimentos.
     Apesar de tudo, alguns produtores ainda pagam um custo menos de 10 dólares por barril diante de uma cotação em torno de 56 dólares, permitindo um longo estágio de conforto de uma generosa receita. A variação dos níveis ao longo do tempo não justifica uma eventual previsão de que o petróleo não manda mais nas cartas que estão sobre a mesa da economia mundial.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

O NOSSO AMADO DIÓXIDO DE CARBONO

     A ONU publicou em 2005 uma pesquisa elaborada em 95 países com 1360 cientistas sobre uma avaliação do Ecossistema mundial no último milênio. É um documento revelador da ação sempre predatória dos processos produtivos, não importando dizer qual a política adotada em determinada época.
     Com a presença da tecnologia cada vez mais participativa na produtividade, acreditava-se em uma economia mais racional e sustentável, todavia com a sua incorporação no sistema globalizado de comércio as escalas de produção dispararam carregando junto todos os seus efeitos consequentes.
     Bastaram os últimos 50 anos desse milênio, segundo a ONU, para que houvessem o esgotamento dos pastos, florestas, terras cultiváveis, rios e lagos. Perdemos, ainda pelo citado trabalho, 1/5 dos recifes de corais e 1/3 dos manguezais.
     Como explicar esse prejuízo a não ser com as 25 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono lançadas por nós na atmosfera. Lamento que a opinião pública internacional aponte o dedo para o Brasil como o país da tirania do meio ambiente, sem olhar para o próprio umbigo, e a opinião pública brasileira que só agora queira entender a contabilidade do desenvolvimento.