quarta-feira, 13 de julho de 2016

FAZER POUPANÇA SEM GARANTIA DE EMPREGO

     Não é de hoje que alguns sinais começaram a afetar diretamente a vida das famílias. Como a economia só anda de lado, os sintomas dos seus agentes realçam a fragilidade nos fundamentos que servem a sociedade. Alguém duvida que a estabilidade do emprego é coisa do passado, que a velocidade da inovação tecnológica, assim como na primeira revolução industrial, é o fantasma de quem está empregado. Ao se verificar que a taxa média do crescimento líquido da população mundial, em torno de 1,5 %,  nos últimos 20 anos,  é acompanhada por níveis reduzidos do PIB médio mundial, pressiona o espaço para formação de poupança familiar. A capacidade de poupança familiar e o investimento privado voluntário, estão frente a um obstáculo comum. A renda oriunda de salários não ajuda mais na formação da poupança, o exemplo brasileiro indica que apenas 23% dos rendimentos mensais de salário, ultrapassam ligeiramente os 500 dólares. Como o consumo, a inflação e os impostos são presenças definitivas nos orçamentos familiares, o sentimento de mais valia do trabalho, com o tempo perde o sentido, não se consegue mais resgatar a teoria de Mark, se o trabalho não estiver permanentemente valorizado, nesse caso os rumos do processo econômico baterão de frente com as exigências sociais do trabalhador.
     Os sintomas hoje em dia, estão voltados nos investimentos que possam produzir efeitos pela inovação tecnológica, sobretudo aqueles com interesses de redução de custos e aumento de produtividade. Esses investimentos, normalmente, sempre foram liderados pelos países desenvolvidos, que sustentam a hegemonia de patentes intransferíveis, apenas os Estados Unidos, Japão e Alemanha, guardam juntos mais de 130 mil invenções úteis.
     Toda inovação no sistema econômico, exige uma readaptação da mão de obra, essa readaptação traz consigo, a diminuição da força de trabalho humana, redução de encargos e salários. Na minha visão, a história do trabalho, nunca será entendida pelos políticos, são eméritos disfarçadores das realidades, portanto, só resta a alavanca do investimento privado voluntário, para que o trabalho e a renda, com justiça, sobrevivam a maldição do sistema oligárquico, que escraviza quem produz, e jamais reduzem a margem de lucro.
     Breve seremos 8 bilhões de habitantes, se o trabalhador de baixa qualificação de mão de obra não tiver o amparo do sistema econômico internacional, cada vez mais nos afastaremos da sonhada distribuição justa de renda.

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