sábado, 18 de junho de 2016

É NA ESCOLA QUE NASCE O DESENVOLVIMENTO

     As decisões políticas são responsáveis por tudo que representa avanço ou atraso na conquista do desenvolvimento. Os recentes estudos da ONU alertam para a América Latina, salientando o fato da queda do nível de desenvolvimento humano, e isso tenha anulado as conquistas nos últimos anos a favor das classes mais pobres dessa região. A responsabilidade política nunca é assumida pelos governos, com efeito, as políticas sociais brasileiras adotadas pelos últimos governos, apenas representaram ações filantrópicas financeiras, apregoando uma melhor distribuição de renda no país. Entretanto,os programas sociais brasileiros não tem consistência nos conteúdos visando a educação de base.
     O Brasil tem aproximadamente 188 mil escolas destinadas ao ensino básico, elas são lotadas por um pouco mais de 2 milhões de professores para 48 milhões de alunos matriculados. É extraordinário e assustador, imaginar que 24% de uma população, são jovens na busca sofrida, por uma melhor educação. Um exemplo de conhecimento público, são alunos da 8ª série que encontram dificuldades em ler e escrever, esse problema é refletido no processo de admissão para o ensino superior. O mais grave, é o pouco caso atribuído sobre os salários dos professores, como pode haver motivação sem a correspondente valorização da mais nobre das profissões.
     Não existe outro modelo para desenvolver um povo, quantas gerações se perdem ao caminho das escolas vazias do pensamento pedagógico, vazias dos alvoreceres da esperança, desprovidas da atenção paterna do Estado. Tenho pena e medo dos jovens, cujos semblantes observo nas minhas caminhadas matinais; pena por uma geração perdida passando diante de mim, e medo pelo futuro perdido.
     Para um povo pobre, enquanto o Estado fornece ajuda financeira, a visão que se tem é de um conforto de consumo, mesmo assim, esse povo continuará pobre. Quando essa ajuda acaba, o nível da pobreza revela a cruel realidade.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A DIFÍCIL SAÍDA

     O tema que envolve o aquecimento global, política e negócios de petróleo e opinião pública, ainda levará muito tempo, acredito, no mar da dialética. Os programas de crédito por sequestro de carbono na atmosfera, vem incentivando o desmatamento de florestas naturais para reflorestamento com eucalipto, essa cultura tem elevado grau de ressecamento do solo, alem de uso tradicional de queimadas como manejo de plantas daninhas. A política de petróleo segue o mesmo entendimento, a busca pela melhor qualidade de vida humana, mora ha muito tempo, entre os discursos e a realidade dessa dependência. Se levarmos em conta que apenas 2 países retiram da terra 15 milhões de barris de petróleo por dia, e os produtores tem uma reserva em potencial capaz de sustentar uma extração de combustível por mais de 1000 anos, que representa, por estimativa, apenas 1/3 do que existe abaixo da terra, como podemos evitar tão grande relevância, para o mundo, o papel estratégico e de segurança que tem o petróleo. Também, não há como duvidar que os interesses em jogo são poderosos, e envolvem investimentos que comprometem quase todos os governos no mundo.
     É uma fonte de energia barata, em abundância, com uma infra-estrutura e logística que se aperfeiçoa permanentemente, e o mais importante, é que as outras opções, como a nuclear, usina hidroelétrica, eólica e solar, mesmo que somadas, não serão suficientes, por longo tempo ainda, para encherem os tanques de combustível  existentes em todos os veículos rodando pelo mundo. O biodiesel e o álcool, no meu modo de ver, são monoculturas que agridem profundamente o solo e o meio ambiente, e dependem de irrigação.
     O mundo deve retroceder, porque a moralidade é mantida pelos cabrestos da lei, e como é o dito popular, se me permitem, " se ficar o bicho come e se correr o bicho pega ".

sábado, 11 de junho de 2016

A VELHA LUTA PELO EMPREGO

     A maneira como se comporta atualmente o mercado de emprego no mundo, não é a primeira vez, já ocorreu na  revolução industrial do século XVIII. Quando o desenvolvimento tecnológico é aplicado, por força da atração que move o mundo dos negócios, em todos os processos produtivos da economia , não importa qual seja o sistema político, ocorrerá inevitavelmente a substituição da força da mão de obra, vejo isso como o lado negro do capitalismo, cambiar salários para produzir mais e pagar menos.
     Essa situação mundial é um conflito que poderia ser evitado se os governos de economias industrializadas tivessem guardado o exemplo da primeira revolução industrial. O interesse empresarial de dar preferência a uma política de custos e produtividade, não despertou nos governos a criação de programas de adequação da mão de obra dispensada. Esses programas teriam como objetivos realocar o empregado em novas iniciativas do setor privado. Porém, os governos são obrigados a herdarem esse contingente e pressionando os orçamentos públicos. O desenvolvimento de uma economia deve obedecer parâmetros sócio-econômicos e não somente econômicos financeiros, porque a renovação tecnológica deve exigir atenção governamental do possível efeito colateral sobre a capacidade instalada da atividade humana empregada. É preciso salientar que o custo desse efeito, será sempre bancado pelo contribuinte, isto é, o desemprego motivado por falta de compatibilização de capacidade técnica, é de longo prazo e com implicações adicionais sérias no desenvolvimento social.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

POUPAR OU GASTAR, QUAL É MELHOR ?

     A igualdade matemática é assim : Receita menos despesa = se for positiva, significa poupança, se for negativo, significa dívida. Sabemos que a poupança e a dívida são o resultado do que acontece do outro lado do sinal de igualdade, como sabemos também que raramente, nos dias de hoje, fecha o mês equilibrado. Deixando de lado o saudosismo, vivi uma época que o salário era guardado em casa, separava-se o dinheiro por  despesa, CUMPRIA-SE os compromissos dos pagamentos, e o que sobrasse, continuava guardado em casa, como poupança, até uma compra à vista ( cash ), não havia pagamento em cheque. Esse sistema só existia, porque a vida, fora o infortúnio da morte, era cheia de previsibilidade, um planejamento para um ano, transcorria normalmente, por que ? O raio de liberdade e amplitude de vida, era extremamente pequeno, o efeito-renda tendia para zero, porque o leque de necessidades era constante, daí, poupar fazia parte de um hábito automático.
     A cultura de consumir teve início a partir do final da década de 70, a explosão dos hábitos e costumes, transformou a vida das pessoas, com a chegada da globalização, o leque de necessidades deixou de existir, dando lugar a uma cesta, que varia de tamanho em função do grau de ansiedade de cada um. Poupar, não é mais prioridade, nem faz parte de planejamento de gasto, o que se planeja, é o conjunto  de dívidas a serem pagas ou articuladas por refinanciamentos. A renda não é mais o parâmetro da capacidade econômica pessoal, o novo parâmetro é a condição de convencimento e gerenciamento nos negócios.
     Poupar é coisa do passado. Viva o consumismo ! O futuro que espere, pois o presente é um presente que as multinacionais  oferecem, a valorização do dinheiro anda atras da valorização de qualquer coisa, seja um serviço, seja um bem durável. Não sei qual o destino que está guardado para o dinheiro como representativo de valor.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

ALGUMAS SUGESTÕES DE COMBATE A POBREZA

     Um artigo publicado no jornal brasileiro VALOR, de ontem, dia 7, sobre o financiamento da saúde e educação, escrito pelo ilustre professor da Universidade de Colúmbia dos Estados Unidos, Jeffrey D. Sachs, muito me impressiona, devido a identidade em nossos pensamentos, se me permitem a humilde referência.
     Sempre coloquei a hipocrisia dos poderosos como a maior dificuldade de se resolver o problema da miséria e da fome mundial. Quando o professor Jeffrey salienta os gastos militares inúteis em detrimento do desenvolvimento social no mundo, acrescento que o comércio de armas dos Estados Unidos e da Rússia juntos, representam quase 60% desse comércio no mundo. Quando questiona o total desprezo dos ricos, em ajudar os mais pobres, mantendo depósitos em paraísos fiscais que chegam aos 21 trilhões de dólares, ele sugere um imposto de até 0,25% sobre essa riqueza, " para que todas as crianças do mundo pudessem ter garantidos o acesso a cuidados básicos de saúde e educação". Na mesma linha de pensamento, considero viável um imposto, em igual percentual, para todos os contratos de compra e venda de petróleo. Recentemente abordei que no ranking dos 10 maiores países com maior poupança em relação ao PIB, sete estavam vinculados a OPEP.
     Um aspecto, a meu ver, preocupante do ponto de vista social, em geral no mundo, diz que a população economicamente ativa mundial, entre os anos de 1990 e 2012, caiu de 66% para 63%, o que torna muito relevante a opinião do professor, quando diz : " Nosso mundo é muito rico e poderia financiar um início de vida saudável para todas as crianças do planeta".
     Existem dois fóruns capazes de alcançarem esses objetivos, através de debates construtivos, o primeiro é na ONU, e o segundo somos nós, cada cidadão do mundo, apoiando e manisfestando seu protesto em favor dessa sublime e douta opinião, que muito me honra retransmitir.

terça-feira, 7 de junho de 2016

O FUNDAMENTO DO ATO DE POUPAR

     O dinheiro, como moeda, pertence às famílias, e deve estar sempre em seu poder. É pela gestão da vida que a família cria o movimento da economia, produzindo renda quando oferta mão de obra e gerando investimento e emprego quando consome. A família é a empreendedora da gestão pública, fornecedora de recursos, representados pelos impostos. Isso é suficiente para qualquer debate sobre economia.
     O Fundo Monetário Internacional, FMI, é o maior exemplo do que significa, e a importância da prática de poupar. Os recursos que fazem parte desse fundo, são oriundos de famílias do mundo inteiro, dinheiro do esforço de trabalho, de patrimônios de uma vida inteira. Essas pessoas confiam em seus bancos aonde fazem depósitos e os países aplicam no FMI, por serem sócios dessa instituição financeira. Se algum governo recebe um empréstimo do fundo, torna toda a nação devedora de um dinheiro que faz parte da poupança de uma família em algum lugar do mundo, e o seu governo é o fiel depositário junto ao FMI.
     O mesmo fundamento se aplica sobre as reservas internacionais dos bancos centrais de todos os países. Os volumes de divisas monetárias em depósitos, só existem da atividade etérea de cada família em trabalhar, consumir, poupar, acreditar e poder investir. Foi por causa dessa atividade que alguém em um momento, muito remoto da história da humanidade, entendeu que isso poderia ser medido de forma física, e lhe deu o nome de MOEDA.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

AONDE ESTÁ A POUPANÇA DO MUNDO????

     Não precisamos de muita atenção, para concluir que os rumos das sociedades no mundo, passam   por um processo de transformação. Todos os continentes sofrem convulsões políticas e econômicas, parece um fenômeno da espécie humana, e os crescimentos econômicos-sociais navegam  a deriva, por conta da competição da moeda. A atual fase do crescimento na Ásia e no leste asiático é gerado pela atuação das multinacionais, que exploram regiões de baixo custo operacional. Com mais da população mundial, o crescimento dessas regiões não alcançará os grandes bolsões da pobreza asiática, os rendimentos constantes, são transferidos para os acionistas milionários e as matrizes.
      O fator fundamental para explicar a mudança no mundo, está em uma tendência que vem ocorrendo no desinteresse das famílias na cultura e na prática de poupar. É uma mudança de comportamento, acredito, de que as pessoas não confiam mais na moeda como mercadoria de troca, ou melhor, a teoria não é suficiente para afirmar e garantir que o bem físico seja medido por um valor em dinheiro correspondente.
     A poupança que o mundo faz, está na mão da OPEP, ainda. Dados fornecidos pelo FMI, na década de 70, a rolagem dos petro-dólares começava pelos países consumidores de petróleo, principalmente, os em desenvolvimento, cujos saldos em conta corrente entre os anos de 1973 e 1975, acusavam um  aumento de um déficit de 11 bilhões de dólares para 43 bilhões de dólares. É visível a grande transferência de poupança para os países sócios da OPEP.  As dívidas externas desses países eram alimentadas pelo sistema financeiro internacional, tendo como credores os proprietários dos petro-dólares.
     O mesmo FMI, informa atualmente que a poupança mundial tem entre os 10 países com poupanças acima de 50% do PIB, 7 são países produtores de petro-dólares. Seguirei abordando algumas considerações sobre os efeitos que esse tipo de capital causa às iniciativas de investimentos e de possíveis entraves no processo de desenvolvimento dos países emergentes.