domingo, 17 de dezembro de 2017

A INFLAÇÃO GERADA PELO AQUECIMENTO

     É fácil supor que em meados do século passado os economistas não imaginavam que a teoria econômica seria fortemente abalada por uma variável que passaria a fazer parte de todos os modelos matemáticos de investimentos. Hoje ela é conhecida como "aquecimento global". O fato é que as grandes economias estão pela primeira vez admitindo o risco real de uma quebra geral nos parâmetros que sustentam o processo produtivo mundial.
     Nesse assunto devemos ressaltar o setor de seguros, as indenizações estão tirando grandes fatias dos lucros por conta das catástrofes naturais que ocorrem com grande frequência em todo o mundo. Outra preocupação, é o mercado futuro de mercadorias, nesse caso, as commodities são obrigadas a realizarem coberturas de seguros cada vez mais caras contra as quebras de safras. Não é preciso dizer que os inevitáveis aumentos nos preços finais ocorrerão quando começarem as colheitas.
     Esse processo, parece que não mudará mais, e o consumidor estará ameaçado pela escassez ou um consumo a preços elevados. Em ambos os casos, é preciso que fique claro que o consumidor final de qualquer mercadoria é quem financia e quem paga por todos os riscos no balcão do aquecimento global.

sábado, 16 de dezembro de 2017

OS CAMINHOS DE UM DESENVOLVIMENTO ERRADO

     Fico a pensar se o conceito de uma economia sustentável não é uma forma de enganar a opinião pública mundial dos verdadeiros processos de produção e consumo. Cada vez que tomamos conhecimento de estudos destinados à proteção e recuperação da Mata Atlântica e da Mata Amazônica, ficamos com "uma pulga atrás da orelha".
     O projeto chamado de "Verena", Valorização Econômica do Reflorestamento com Espécies Naturais", é uma maneira de sustentação de negócios com as espécies de madeiras naturais brasileiras muito bem recebidas pelos mercados madeireiros. Como o movimento de negócios atraem cada vez mais os investimentos, os estudos chegam juntos, objetivando maiores retornos financeiros. Estudá-se neste momento, o melhoramento genético dessas matas em escalas que possibilitem uma comercialização geral das espécies naturais. Só no estado de Mato Grosso no Brasil, existe um projeto em execução que derruba madeiras naturais "certificadas" com toras de uma circunferência em torno de 3 metros, esse projeto de 3,2 milhões de hectares, em 2030 deverá chegar, segundos as estimativas, à uma área igual ao território da Suíça, foram realizados ultimamente mais de 2000 empreendimentos industriais e comerciais, alimentados e fomentados às custas de políticas exploratórias do patrimônio natural que não pertence a uma geração de investidores gananciosos sem o menor compromisso social futuro.
     Eles dizem: "madeira, é o nosso negócio". 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A SUSTENTABILIDADE NUNCA SAIU DOS DISCURSSOS

      Se alguém acha que o desmatamento no Brasil poderá acabar, a resposta vem por um velho ditado brasileiro : "pode tirar o cavalo da chuva". Com o devido respeito, tenho uma autoridade natural de criticar com rigor o problema, porque vivo em um sítio dentro de uma reserva ambiental, da Mata Atlântica, a mais de 30 anos. Nesse lugar cultivamos até hoje apenas o respeito inabalável ao meio ambiente no qual fazemos a parte mais insignificante, aqui deixamos o legado da recuperação das nascentes, da flora e da fauna. Portanto temos a honra e a emoção de saborear todos os dias a energia vital das  águas.
     Temos dois sentimentos: um de agradecimento pelo o que essa natureza nos doa; o outro é de tristeza pelo o que fazem com ela fora desse pequenino "torrão" que habitamos.
     Esse comentário pessoal de caráter ambientalista, começa em !!!!! verdade, no início da década de 80 do século passado, foi quando iniciei o acompanhamento do noticiário a respeito, como exemplo, em agosto de 1980 chegou ao Brasil uma delegação de 20 empresários  europeus chefiada pela Associação dos Madeireiros da Suécia, para juntos com os órgãos governamentais brasileiros avaliarem os 65 mil hectares que seriam inundados pela hidroelétrica de Tucuruí, com seus 5,6 milhões de metros cúbicos de madeira tipo A, vale ressaltar que cada 10 mil metros quadrados de terra, ( um hectare ), contém aproximadamente 200 espécies de madeira ! Havia uma opinião geral dentro do governo brasileiro, de que o potencial madeireiro da Amazônia era aproveitado de forma inadequada.
     A importância da sustentabilidade nunca saiu dos discursos. Penso que a cultura preventiva vai muito além do que pensamos a respeito, o reúso dos recursos naturais é uma estratégia perigosa, pois ao adquirir uma forma de investimento econômico, criará uma cadeia de dependência com o desperdício. O sonho de uma economia sustentável ainda viverá por muito tempo no degrau do limbo, podendo sair de um sonho para entrar em um pesadelo.     
   

domingo, 10 de dezembro de 2017

PODEREMOS ENTENDER O CAPITALISMO ?

     Uma crítica que se faz ao sistema capitalista é a concentração da riqueza e o poder econômico em um universo muito restrito. Ao concordarmos com essa verdade, por outro lado, será que poderemos discordar dos métodos para a melhoria da produtividade e do desenvolvimento da produção ? Se não houver a introdução da tecnologia no processo produtivo os níveis do consumo poderão entrar em colapso e deflagar uma incontrolável inflação mundial.
     Esse é o conflito ideológico sem solução. A sociedade precisa livremente consumir o que a tecnologia produz e o capitalista investir na geração de empregos, é uma correlação que foi criada pela história da economia e juntos vieram suas virtudes e seus defeitos. O que  até agora ninguém foi capaz de explicar como pode uma relação tão antiga de interesses mútuos ser, ironicamente, separados cada vez mais em suas diferenças.
     Karl Mark, era contra as diferenças dessa relação, mas deveria ser contra também da forma desse convívio que levasse o mundo econômico viver com maior justiça. Entendo, que no íntimo ele sabia que era a realidade da forma e não da essência, aconteceria na maneira de se viver sob cada ideologia. Quando o operário ou o lavrador dedica o máximo de si para produzir, com certeza no seu destino, não usufruirá do prazer de consumir. Porque o salário que receberá não será suficiente para isso, o resultado do seu trabalho não lhe pertence, sempre foi assim e acredito que não mudará.
     Se mudar essa desigualdade; piora.
     A organização social da produção e consumo que nós mesmos criamos, condenamos; não porque estamos verdadeiramente preocupados com a desigualdade, mas sim, menos pelos efeitos da natureza e muito mais pela aproximação do nosso universo social do fantasma da pobreza e da miséria de povos abandonados.

sábado, 9 de dezembro de 2017

MUDAM OS SÉCULOS E NÓS NÃO MUDAMOS

     Estamos no século XXI e o pagador de impostos continua o mesmo e a mesma fonte inesgotável da riqueza de todo governo. Quantas sociedades já viveram as amarguras do empobrecimento causadas pela injustiça da imposição de tributos. Na antiguidade, o Estado grego mesmo com a reputação de melhor governo, tinha na sua democracia desenhos oligárquicos bem definidos. Essa forma de governar defenderá sempre a doutrina que tributa a favor da concentração da riqueza; a carga tributária cobrada pelo mundo atualmente, não tem sido suficiente para cobrir as necessidades dos governos. Essa carga, na  média dos 30 países participantes da OCDE, gira em torno de 33%, é muito alto para esses países que tem suas dívidas públicas pagas pelo contribuinte, esse dinheiro tem efeito imediato na poupança privada e no consumo, e, é o contribuinte com efeito, o único financiador obrigatório do crescimento e dos investimentos públicos. Se o mundo da economia e todos os governos desse universo econômico não assumirem compromissos sociais de longo prazo, em 2030 a população mundial estimada em 9 bilhões poderá amargar uma maior pobreza se continuar  pagando a conta de uma administração mundial irresponsável.

domingo, 3 de dezembro de 2017

O AQUECIMENTO É OBRA DO CONSUMIDOR

     O grande perigo que a economia mundial e o mercado consumidor terá que enfrentar daqui para a frente, será uma inflação alimentada e financiada pelo próprio consumidor final, e devemos reconhecer, somos nós os consumidores finais, que contribuímos diretamente e indiretamente com a cumplicidade por aceitar um sistema econômico, cujos objetivos são contaminados por uma hipocrisia, que procura esconder a verdade da concentração de renda das classes mais abastadas. Agora, sobre o aquecimento global, pagamos sozinhos todas as contas, como exemplo, a despesa da cobertura do seguro cobrado pelas seguradoras, por qualquer quebra de safra dos nossos alimentos.
     As previsões são cada vez mais preocupantes sobre os efeitos das catástrofes naturais na produção agrícola mundial, são estimados o aumento das coberturas de seguro na proporção da grandeza dos eventos. Se isso for uma tendência, provavelmente acabará nos ombros da sociedade que vive de renda salarial, o seguro agrícola é pago com grande subvenção estatal e parte pelo próprio agricultor. A parte do governo é dinheiro público, portanto nosso dinheiro,  e a  parte do agricultor, ele transfere para nós. O entendimento resultante desse processo fica por conta da transferência para o consumidor de todo o custo do seu alimento, entretanto, quando as safras não sofrem com as intempéries, o dinheiro continua saindo do bolso do consumidor, convém lembrar que pagamos em dobro a parte do seguro agrícola pago pela governo em subsídios.
     Em um futuro não muito longe, podemos crer na possibilidade dos orçamentos das famílias de renda salarial,  serem destinados  basicamente para a alimentação.     

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR NÃO EXISTE MAIS

     Era uma vez  um consumidor que permitia uma explicação fundamental da sua posição de equilíbrio, por ter desaparecido a sua vontade de comprar e consumir nova porção de um bem. Essa história da teoria do consumidor não pode mais servir como ferramenta, para se entender o que está acontecendo com o grau de endividamento e comprometimento da renda do assalariado. Esse é o foco analítico da renda, quando ela é disponível em escala gradual no salário; ao trocar um determinado bem atendendo a sua preferência, segundo a teoria, deve avaliar se houve uma alteração na sua capacidade financeira.
     O que aconteceu com a noção de equilíbrio ? Essa pergunta cabe a resposta ao desencadeamento de um novo processo de produção, conduzido pelos grandes conglomerados e também pela revolução tecnológica nos sistemas de pagamentos e movimentações financeiras. Existe atualmente um sentimento de ansiedade indisfarçável que pressiona as rendas das pessoas e elas são seduzidas por uma facilidade virtual de compras, gerando um endividamento, em alguns casos, de efeitos desastrosos. Vivemos uma realidade consumista prejudicial às formas mais naturais de viver, afetando ao nosso meio ambiente, mas principalmente, creio seguramente nisso, essa necessidade patológica em consumir, tem um ganhador e um perdedor. Conhecemos os dois.