domingo, 26 de junho de 2016

O DETALHE SUTÍL DE UMA REPÚBLICA

     Para a República ser perfeita, teríamos que entender o pensamento de Sócrates de 2.700 anos atrás. Segundo o magno filósofo, a distribuição de tarefas seria de forma vocacional e na medida que os tarefeiros ficassem felizes com suas pagas, a República estaria feliz.
     É importante avaliar a relação entre os pensamentos na evolução da história humana, o pensamento socrático estaria mais próximo da doutrina socialista, enquanto a doutrina capitalista tem mais significado com a economia liberal dos tempos modernos. O tempo não foi capaz de mudar absolutamente nada quanto a relação de dependência entre a felicidade do cidadão e a estabilidade da República. Sócrates falava que um carpinteiro, por exemplo, não poderia ter ganhos como um servidor público ou um político, mas que todos deveriam ser felizes com seus salários, sem se angustiarem com outras fortunas acima das suas capacidades na execução de suas tarefas.
     A diferença que a história vem contabilizando se consolidou com o nascimento das ideias capitalistas para uma sociedade organizada da nossa era, nela o carpinteiro pode se transformar em um empresário do setor madeireiro. Na República de hoje, como na de Sócrates, o servidor público e o político só podem ser servidores públicos, eles são os guardiões do Estado, e somente isso. porque não produzem renda e riqueza como o carpinteiro. Cabe portanto, a uns e a outros, saberem isso, aceitarem isso, para que suas felicidades sejam verdadeiras e íntegras, porque se não for assim, não existirá Republica. Imaginar o pensamento republicano, é conhecer seus próprios limites, independentemente da sociedade da qual faz parte. Se é assim que imaginamos como deve ser a felicidade coletiva, é assim a utopia que existe dentro de cada um de nós.

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