quarta-feira, 29 de março de 2017

O INTELECTUALISMO A SERVIÇO DA INUTILIDADE

     Durante a década de 60 a ONU defendia a ideologia de modernização industrial para favorecer grandes conglomerados e a partir dessa estrutura produtiva se consagrar o que hoje entendemos como mercado globalizado. Mas os problemas colaterais com essa modernização mundial não eram trazidos para os debates, principalmente a transferência tecnológica usada para o desenvolvimento nos países mais pobres. Não basta a implantação de grandes projetos de tecnologia de ponta para substituir processos de produção tradicionais e entender isso como sendo transferência de inteligência. Não, não é. Convém considerar os efeitos sociais nessas mudanças bruscas em níveis de culturas de enorme desigualdade, um exemplo oportuno, foi uma pesquisa realizada sobre o impacto da tecnologia importada para os altos fornos de indústrias siderúrgicas no Brasil, os operários naquela época quando se aposentavam apresentavam sintomas de total desiquilíbrio orgânico, e o mais intrigante, é que na maioria dos casos não sobreviviam a 36 meses depois de aposentados.
     A inadequação tecnológica entre diferentes projetos é uma das causas na incapacitação da mão de obra e se torna, consequentemente, um propulsor da perda no estímulo da difusão de técnicas avançadas. Mesmo dentro da ONU as assembleias são marcadas pela presença de poderoso "loby" que oferecem filantrópicos conhecimentos inúteis e guardam a sete chaves as patentes fundamentais para o bem estar da humanidade.
     É uma regra desse jogo: os países buscam um lugar na condição econômica e social, por esse objetivo aceitam as importações em bens de capital de alta tecnologia com o propósito de queimar etapas, assim podem avançar rapidamente em seu desenvolvimento. Com essa estratégia de importação, também outros problemas estão embutidos, eles estão caracterizados por uma filosofia produtiva marcada pelo desperdício e por uma volatilidade de produtos com incrível obsolescência planejada.
     Duas gerações, pelo menos, já passaram e até agora ninguém se deu conta dessa filosofia de produção, ela é vendida para consumirmos em dobro sem percebermos que tem a mesma finalidade, e o que é pior, do ponto de vista da inteligência humana,  pagamos várias vezes por uma mesma coisa.

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