quinta-feira, 2 de março de 2017

O LABIRINTO POR ONDE PASSA O GRÃO

     A nossa trincheira em defesa da racionalidade da produção e distribuição de alimentos é muito frágil. Alimentar o mundo não é tão simples, estima-se uma produção mundial de grãos de 3 bilhões de toneladas para serem consumidos por mais de 7 bilhões de pessoas, essa produção é anual para ser consumida diariamente pelo mundo todo... e não é. Esta é a causa da nova advertência que a ONU acaba de fazer sobre a distribuição social e democrática do alimento. Em 1983 o economista brasileiro Mário Henrique Simonsen, professor de economia da renomada FGV (Fundação Getúlio Vargas) no Brasil alertava para o "perigo de uma taxa de crescimento demográfico negativa para uma população de renda per capita anual decrescente poderá ocorrer que a população seja submetida a um processo gradual de extinção por falta de meios de sobrevivência". Essa previsão com pouco mais de 30 anos é cada vez menos absurda quando verificamos, entre outros aspectos, que 54%  das pessoas vivem em cidades, no Brasil, como exemplo, são 6 habitantes urbanos para apenas 1 no campo e essa pirâmide humana envelheceu e portanto o mundo produz menos.
     O grão, o alimento não sai da terra direto para a nossa mesa, eis aí a grande dimensão questionável que a ONU e a FAO não sabem qual é o caminho seguido pela teia que o alimento percorre e o mais grave, no meu entendimento, o próprio alimento também se perde nesse caminho. É uma teia construída pela diversidade cultural, econômica e política de todos os países envolvidos no comércio internacional de alimentos. Mais adiante tentarei desenhar essa teia.

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