sábado, 14 de maio de 2016

OS ARES DO NACIONALISMO SOBREVOA O MUNDO

     A economia mundial terá pela frente, num curto prazo, um velho problema que mais uma vez ressurge das entranhas da história, para dificultar o progresso da qualidade de vida dos povos menos favorecidos no mundo."O NACIONALISMO." Agente poderoso, presente novamente nos acordos econômicos bilaterais e multilaterais, logo no momento em que a tecnologia das comunicações, permite a união entre as sociedades espalhadas por todos os cantos da mundo, e que através da globalização promove o desenvolvimento internacional.
     É preciso lembrar que o sentimento nacionalista sucumbe ou renasce quando os agentes econômicos dos países desenvolvidos, entram em recessão. A necessidade então, mãe de todas as hipocrisias, realiza ajudas mútuas, perdões de dívidas, fóruns, pactos comerciais e até transferências de patentes, modelo anti crise de recuperação da economia.  Se voltarmos ao passado, as crises econômicas sempre funcionaram como gatilhos para as divergências políticas, e todo esse quadro sempre teve como moldura o nacionalismo.
     Apos as guerras, as economias enfraquecem, surgem, necessariamente, os movimentos na diplomacia internacional para a formação de blocos comerciais. Associação Latino Americano de Livre Comércio (ALALC) , que viria a ser o protótipo do atual Mercosul, no mesmo sentido, o movimento europeu no fortalecimento da economia, deu início a formação do mercado comum europeu. Esse acordo, inicialmente, voltado para o livre comércio na Europa, serviu para motivar política e juridicamente a criação da União Européia.
     O que está ocorrendo na Europa, com a epopéia emigratória, poderia ser considerado como um grande fator para as divergências políticas, todavia acredito que a sinalização do fantasma chamado nacionalismo, tem um significado importante na frágil estrutura da moeda, o Euro. Não tem cabimento, as famílias pagarem aos bancos por manterem seus depósitos, provenientes de seus salários, a taxa de juros negativa praticada na Europa é um sinal perigoso de que os agentes econômicos estão permitindo a deflação, isto é, a produção está subsidiando o capital. Com o sistema econômico desequilibrado, a insegurança social, começa a caça às bruxas no exterior, é o início do sentimento protecionista dos valores internos, é a auto valorização também chamado de nacionalismo.  

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O MEDO DO DESENVOLVIMENTO

     Tenho medo das certezas da vida, muito mais do que das incertezas.
     Viajava dentro de um ônibus,  passando por uma estrada que interliga duas grandes cidades no Brasil, e comecei a observar uma enorme área de constatada baixa qualidade de vida, aonde estão sendo levantadas instalações de grandes projetos de depósitos logísticos, transportadoras, instalações industriais de reconhecidas multinacionais, gigantescos galpões modernamente construídos. É visível o nível tecnológico nas plantas de engenharia adotada naquelas construções, e, consequentemente as inovações técnicas utilizadas no funcionamento das operações a que se destinam. São os computadores e os sofisticados robôs, de inteligências avançadas, que substituem com vantagens o manuseio e a presença humana.
     O medo estava ali, diante dos meus olhos... uma grande e assustadora verdade. Qual é a contribuição direta e imediata que aquele moderno complexo tecno-industrial pode oferecer ao mar da pobreza em torno ! Uma região sem recursos adequados e suficientes de educação, discutíveis redes sanitárias, condições ambientais agressivas e uma renda média de 300 dólares que indica um baixo índice de desenvolvimento humano.
     É o medo de que o mundo pobre não possa conviver com o atropelamento que a tecnologia aplica sobre as "castas" menos favorecidas, e não se podendo conviver com essa diferença cada vez maior, em algum dia não muito distante, possa emergir uma nova revolução mundial, para voltarmos a uma condição de pelo menos podermos coar o café de nossas manhãs.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O DINHEIRO NUNCA RECONHECEU A JUSTIÇA

     Nas eras "homérica" e "helênica" da Grécia antiga, predominava a filosofia da igualdade e do desprezo pela riqueza. Platão e Aristóteles, precursores das escolas fisiocrática e clássica, lançavam então, as sementes das doutrinas capitalista, socialista e estatal. Desde a sua origem, a ciência econômica, até os dias de hoje é escrita  na formulação dos princípios da igualdade e da justiça e de seus naturais desníveis primários. Os desníveis representam o principal conteúdo da narrativa da ciência econômica, e fazem parte da vida humana. São eles, o trabalho, salário, consumo, poupança, impostos, juros e dívida. É no trato desses elementos que a história da humanidade não conseguiu a definição sobre qual a melhor doutrina, quando o sistema capitalista libera o indivíduo, o socialismo e o sistema de administração centralizada contradizem o excesso liberal. Mas se levarmos em conta, que em todos os casos, o salário, os impostos e os juros estão presentes na vida da empresa, da família e do governo, podemos então, afirmar que a busca pelo equilíbrio desses elementos é a causa fundamental de todas as doutrinas econômicas, e como tal nenhuma delas é perfeita.
     Os estudos sobre as mais antigas idéias de economia, falam da relação entre a família e a empresa, colocam o salário, os juros e os impostos, como os fundamentos elementares para qualquer que seja a ideologia, ou o sistema político adotado por uma sociedade. O salário é a remuneração mais importante entre os fatores da produção, e a procura e a oferta de trabalho significa na história, o avanço ou não para o desenvolvimento. A taxa de juros é o preço pelo qual se pode emprestar dinheiro, e não existe conceito que possa mudar a ideia de que não existe e nem nunca existiu a possibilidade de se entregar uma moeda por 1 dia de espera, sem que alguém saia ganhando ou perdendo. É a lei da usura ou da avareza. A política de juros entre todas as nações é o maior tema dos acordos comerciais e de investimentos diretos e de capital. Eleva um governo a liderança internacional e faz despencar tão rápido como subiu. Já a cobrança de impostos, é uma cobrança à força, praticada desde os fariseus e pelos senhores feudais, de lá para cá, mudaram-se os nomes dos cobradores, mas a forma da indisfarçável opulência e o fascínio do abraço da corrupção, levaram reinados, impérios, ditaduras e governos eleitos ao julgamento pesado do povo em todas as épocas.    

domingo, 1 de maio de 2016

O SALÁRIO NÃO DURA 30 DIAS

     A teoria quantitativa da moeda quer dizer que o salário deve girar em velocidade várias vezes num mesmo período de tempo, para que os preços sejam mantidos pela oferta sustentada com a maior produção de bens e serviços. Na prática ou na realidade da capacidade do salário de atender todas as necessidades...acabou. A renda pessoal não disponibiliza condições de poupança e de girar como moeda dentro do sistema financeiro, o custeio pessoal utiliza a moeda virtual como forma de financiamento do salário, com isso acumula o déficit e o endividamento futuro. O mercado de capitais funciona com base nos aportes de investidores especulativos, e as aplicações no mercado financeiro como são balizadas por títulos públicos se tornam a única opção do pequeno investidor. Historicamente, as crises econômicas ou as mudanças dos sistemas produtivos com o avanço tecnológico buscam saídas sempre pela articulação política dos níveis salariais, ou por movimentos de demissões e admissões capazes de promoverem vantagens com encargos.
     Com efeito, o salário perdeu a capacidade de gerar poupança e consequentemente, financiar o investimento público e privado.
     Somente com reformas estruturais legítimas o trabalhador será capaz de ter mais justiça remuneratória. Os trabalhadores da Europa que recebem o menor salário mínimo, recebem ainda assim, 4 vezes mais que o salário mínimo do trabalhador brasileiro. Acredito que essa diferença, será gradualmente reduzida com reformas trabalhistas, previdenciárias, e principalmente com um crescimento econômico consciente em seus fundamentos.  

sábado, 30 de abril de 2016

O SIGNIFICADO DO EMPREGO

    Quando analisamos a questão do emprego em um nível internacional, esse indicador de desenvolvimento é extremamente preocupante. As maiores potências econômicas, incluindo o Brasil, tem em média 68% da população economicamente ativa empregada, são aproximadamente 1,7 bilhões de trabalhadores para uma população em torno de 2,5 bilhões de pessoas, somente neste conjunto de 7 países. É importante salientar que ao se confrontar essa força de trabalho em benefício do restante da população mundial, essa contribuição não ultrapassaria aos 25%, ou seja, os 1,7 bilhões de trabalhadores espalhados entre as 7 maiores economias, em tese, deveriam sustentar 4 pessoas no mundo.
     Entendo como a verdadeira distorção, a relação do emprego e de suas remunerações entre as economias desenvolvidas e o subdesenvolvimento mundial. Existe uma concentração significativa da renda salarial em apenas 7 países, composta por maiores remunerações da mão de obra, pagas a menores contingentes de empregados, o inverso é verdadeiro, menores remunerações pagas a maiores contingentes de trabalhadores espalhados pelo resto do mundo.
     Vale lembrar neste ponto, tanto o professor W.W.Rostow em sua teoria do "Arranco" comparando a sustentação do desenvolvimento realizado com o desenvolvimento temporário, ou a interpretação de Keynes na abordagem também sobre o desenvolvimento, ambos trataram a necessidade de se promover o desenvolvimento com uma taxa de poupança e de investimento acima de 10% da renda nacional, a relação direta entre a poupança e o investimento deve se manter sempre iguais. O equilíbrio a ser balanceado na economia mundial como um todo , precisa, fundamentalmente que as rendas nacionais dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento sejam compostas basicamente por salários   e por melhores remunerações, quanto a esse particular não existe fórmula mágica.

sábado, 23 de abril de 2016

O AQUECIMENTO E OS MOINHOS DE VENTOS

     Em homenagem aos 400 anos da morte de Miguel Cervantes, luto contra os moinhos de ventos do mundo atual. São os aviões pulverizadores em lavouras nas periferias das cidades, são as queimadas na época do corte de canas, é a recuperação de pastos com a monocultura do eucalipto, a utilização de uma área do tamanho de 1 campo e meio de futebol para servir de pasto a meio (0,5) boi, os 70 % da madeira explorada sem manejo sustentável da Amazônia, as 13 serrarias autorizadas no Estado do Amapá, a exploração do comércio de madeira na fronteira com o Peru devido ao isolamento legal do Rio Javarí, ou ainda a aquisição de terras com direito de extração por empresas asiáticas.
     São dezenas, centenas desses moinhos de ventos no Brasil e no mundo. Seus ventos atormentam a vida e a natureza, se não ouvirmos a voz da razão, como a de Sancho Pança seremos loucos como o Senhor daquele fiel escudeiro. O fórum verdadeiro está dentro de cada um de nós, não podemos enterrar a cabeça na terra como a avestruz para não ver nada... 1 hectare de floresta com madeira de pé custa 200 dólares para retirar 38 metros cúbicos de toras de lei, tipo A
     " Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça."

sexta-feira, 22 de abril de 2016

AS PROMESSAS E A REALIDADE SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL

     Em toda economia organizada, as políticas de incentivos remanejam intensas articulações políticas, e aí, como deve ser o equilíbrio entre os vários segmentos interessados ? Na atual conjuntura que trata do meio ambiente e do aquecimento global, o questionamento não consegue fugir dos interesses maiores das partes envolvidas. O mundo vive um impasse entre os caminhos a seguir, ou toma o caminho árduo, adotando medidas definitivas para conter o aquecimento, ou segue no sentido da omissão do que pode acontecer no futuro. Esse confronto do rumo a seguir, no meu juízo, não deve ocorrer nos próximos 10 anos, entendo ainda, que o fórum internacional não tem a capacidade de alcançar o que ocorre no mundo rural, e muito menos no dia a dia da pecuária e no mercado madeireiro. Como exemplo, o governo brasileiro promete uma meta para os próximos 20 ou 30 anos de desmatamento ZERO, enquanto as previsões técnicas de áreas específicas governamentais
indicam que o desmatamento legal, repito, desmatamento legal autorizado dobrará até 2030 ! Por mais que o Ministério do Meio Ambiente do governo brasileiro crie incentivos através das áreas de prevenção permanente (APP) e, também ofereça 12 milhões de hectares de terras degradadas a serem recuperadas, ainda assim, o Brasil é o principal mercado mundial de agroquímicos e respondeu por 16 % das vendas globais de defensivos em 2014, com aproximadamente 10 bilhões de dólares. Desde
1980 foram realizados contratos de exploração da madeira brasileira, lembro que naquele ano a Associação de Madeireiros da Suécia ( da Suécia ? )com 20 empresários do ramo madeireiro chegava
ao Brasil para retirar a madeira que seria inundada pela hidroelétrica de Tucuruí, algo em torno de 6 milhões cúbicos de madeira de primeira qualidade, havia ainda naquela época uma previsão para os 20 anos seguintes de mais 8 projetos de hidroelétricas.
     As contradições das políticas são antigas e portanto continuam a preocupar a luta contra o desmatamento e contra a hipocrisia necessária para o equilíbrio dos interesses.