domingo, 18 de fevereiro de 2018

O PERIGO DA DEPENDÊNCIA AGRÍCOLA

     O Brasil se prepara para a próxima safra de grãos, está previsto um crescimento de 20% na área a ser plantada. Não se entende sobre porquê a rotação de cultivo deixa de ser estratégica, e o desenvolvimento de técnicas de produtividade não se transforme em programa de governo ? Nos últimos anos o setor agrícola brasileiro tem sido responsável pela neutralização parcial do fraco desempenho da economia, com isso a agricultura ocupou uma maior importância política.
     O crescimento agrícola do Brasil na busca por uma hegemonia mundial não consegue respeitar as fronteiras naturais, além disso não devemos esquecer que outra fronteira tem sido permanentemente invadida com as construções de hidrelétricas responsáveis até agora com o comércio das madeiras retiradas na ordem de mais de 100 milhões de metros cúbicos. O efeito colateral que tem sido mais alertado, é o aumento do custeio agrícola causado pelos desastres climáticos, o choque de alimentos provocado pela alteração climática terá repercussão em todo o sistema econômico.
     Apenas, devemos entender que não podemos ter a visão de avestruz e que o processo catastrófico já começou ! 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

A SABEDORIA NÃO BASTA PARA SE PREVENIR

     O próprio Sócrates concordava que o Estado perfeito seria a obra das obras se houvesse a união entre seus cidadãos. O impossível é aceitar as diferenças das aspirações do Estado e do cidadão, parte disso é a fundamental necessidade de antevidência da vida do trabalhador, ele é uma figura marginal na disputa dos humanos, como se ele mesmo não fosse, pela supremacia de uma doutrina imaginária que existe dentro de cada um. O Estado e o cidadão nunca estarão convencidos sobre suas limitações legais e a democracia chegará um dia ao seu fim sem encontrar a sua dimensão perfeita.
     Quando as tormentas provocadas  pelas recessões econômicas invadem e abalam os governos, todos eles, independentes da história e de suas crenças políticas, usam do processo legal em permitir que haja o desemprego e a perda da aposentadoria do trabalhador. Por que ? O difícil, parece, é acreditar que a vida do cidadão é mais importante que  o Estado, é saber de que lado se encontra a verdade entre aqueles que mandam e os que devem obedecer. Enquanto isso, esperamos por um caminho seguro, a precaução pela vida futura do trabalhador media por entre as propostas de uma previdência que ele ajudou a construir durante a sua carreira de obediência.
     Nós, cidadãos e trabalhadores, só servimos para servir até hoje. 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

COMO SE CONSTRÓI O ATRASO

     Como foi possível o Brasil abandonar a educação dos jovens ! As gerações que hoje estão impedidas de conquistarem sua educação, estão em verdade deixando para o futuro do país um diagnóstico antecipado dos males  do atraso. A evasão de 41% do ensino médio brasileiro tem um efeito imediato desastroso, esse contingente da juventude ficará afastada de toda oportunidade qualificada, em outras  palavras, é um acervo de inteligência perdido que fará falta no desenvolvimento nacional. É uma perda que não se recupera. Quando se noticia um investimento de 5,4% do PIB na educação brasileira, acima inclusive da média de 4,8% dos 35 países integrantes da OCDE, composta com a maioria de países desenvolvidos. No entanto, ao se ponderar os percentuais com os valores calculados dos respectivos PIBs, resultará em uma enorme diferença nos orçamentos dirigidos para a educação. A OCDE gasta anualmente por aluno do ensino médio 10 mil dólares e o Brasil menos de 4 mil dólares.
     Essa diferença de objetivos sociais empurra contra uma parede todo o trabalho orçamentário em termos de programação econômica, isto é, um país pobre deve optar em gastar o pouco que tem em educação para se desenvolver, ou então continuar pobre.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

O CRESCIMENTO DO DESEMPREGO

     O progresso econômico trouxe embutido a questão da concentração de renda e o fantasma da pobreza. Diferentemente do que aconteceu no século XVIII quando a Revolução Industrial proporcionou a melhora do padrão de vida do trabalhador americano. A diferença foi sendo construída com o avanço da inteligência aplicada no processo produtivo, ela começa com a introdução do desenvolvimento mecânico na indústria que progressivamente é substituído pela computação de resposta digital de alta velocidade e da utilização avançada da robótica.
     Essa Revolução Científica do século XXI, ao contrário daquela primeira, ela desemprega ! Ela está concretada no princípio da produtividade, a ideia de buscar investimentos dirigidos para o crescimento da produção não deve se afastar da ideologia social que protege o emprego e a família. É oportuno, nesse caso, resgatar o pensamento schumpeteriano do início do século XX, o economista austríaco Joseph Schumpeter, se preocupava com o fenômeno do desenvolvimento. Suas interpretações sobre o crescimento numa economia capitalista ficaram marcadas em seus livros pela expressão " a destruição criadora ".  Basicamente, a necessidade da obtenção constante do lucro transforma o empresário em um inovador permanente de fatores de produção, essa insatisfação é o que constrói a evolução da economia e os ciclos identificados com a realidade de cada época. O que há de errado nesse sistema, são as correntes de atividades inovadoras, cujo foco tecnológico, sob o pensamento capitalista, apenas se preocupa com a redução do trabalho e no aumento da rentabilidade.
     A taxa do crescimento natural é resultado do aumento da população e do progresso técnico, essa razão capital-trabalho, no meu entendimento para o futuro, deverá receber outros fatores para serem ponderados.
     O mundo muda, a economia muda e nós somos os seus vetores.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

O DESENVOLVIMENTO COM JUSTIÇA

     Qualquer que fosse a estratégia geral do desenvolvimento, os recursos naturais deveriam obedecer a um modelo próprio que valorizasse os investimentos com perfil conservador e não ter que no futuro arcar com os custos ambientais, esse é o ônus atribuído à crise de abastecimento de energia entre outros, tendo em vista que as principais fontes estão sob suspeita na avaliação benefício-custo ambiental. A necessidade do aumento do consumo de energia segue por uma estrada na qual encontraremos manifestações contra os danos da exploração das usinas de energia e outros grupos em campanhas lobistas da mentalidade inédita do aumento da produção e consumo.
     O crescimento agrícola e industrial juntos, não podem mais destinarem os investimentos fora do conceito essencial do consumo, desprezando ideias de curto prazo e fomentando, ao contrário, o exercício da justiça a favor da renda individual, impedindo que o efeito demonstração do consumo não essencial pudesse pressionar a capacidade de poupança. Essa função vem se perdendo no meio dos conceitos consumistas, esquecendo que a justiça que determina o padrão de vida do trabalhador é medida pela poupança que a sua força de trabalho propicia.
     Portanto, a necessidade real e não virtual, é que  a atividade econômica siga a inteligência conservadora, dispondo todos os fatores de produção com equilíbrio, observando que a inovação atenda o emprego e não somente o lucro.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

A GANGORRA DO CRESCIMENTO

     É curioso como as crises econômicas a partir do início do século passado não contribuíram em nada para um sistema econômico de fundamentos que pudessem ao menos, estabelecer correntes de pensamentos sociais, pelas economias desenvolvidas, tornando-as solidárias na manutenção dos níveis de emprego no sistema produtivo mundial. A crise de 2008 ainda não passou, mas nem por isso foram reduzidos os gastos militares, que entre as maiores potências econômicas se aproxima de 1,5 trilhões de dólares anuais. A poupança em relação ao PIB dos principais países produtores de petróleo gira em torno de 55%.
     São informações que revelam uma disponibilidade de capital, mas devido o grau elevado das incertezas, os investimentos diretos em capital fixo são destinados aos mercados que ofereçam garantia, dessa forma vão se adiando os investimentos solidários em infra-estrutura nos países subdesenvolvidos. Essas incertezas tem uma relação por analogia, com uma pessoa que após ter se curado de uma doença grave, continua tendo pesadelos.
     Por essas razões é que a vida do trabalhador é angustiante, a economia mundial não consegue estabelecer uma consistência no ritmo da geração de emprego por mais que se realizem os fóruns em busca de soluções para esse crônico problema da economia mundial. 
   

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

UMA AGRICULTURA QUE PREOCUPA

     A agricultura moderna se projetou não mais como uma atividade econômica cuja principal função seria alimentar a sociedade mundial, ao incorporar os recursos tecnológicos seguiu por um caminho que quebrou todos os laços da agricultura tradicional, aquela de uma época em que o campo era habitado e as pequenas propriedades transferiam gerações após gerações suas técnicas empíricas de produção. Não se pode negar o progresso como também não se pode negar a perda da qualidade natural do nosso alimento.
     A agricultura tradicional respira ainda com dificuldades através de pequenas feiras enquanto a agricultura moderna navega por todos os oceanos transportando cifras em escalas exponenciais para mercados controlados por cartéis conglomerados, uma produção artificial e contamina por agrotóxicos que envenenam o solo, a água, a fauna, o alimento e de quem por ela se alimenta.
     Pagamos grandes importâncias por produtos industriais que jamais poderiam ter os valores intrínsecos do alimento natural que é pago ao pequeno agricultor remanescente. A permanência desse trabalhador no campo é a única esperança por um alimento saudável em todas as mesas no futuro.