sábado, 31 de março de 2018

O ESCRAVO DO SALÁRIO EM JEREMIAS 22.13

     A escravatura que oprime por meio do salário é a história da civilização. Ate agora ficamos a tapar buracos esperando que a estrutura político-econômica pudesse identificar um caminho equilibrado entre os interesses por um desenvolvimento mútuo das nações. A globalização que aí está não permite a apreciação de qualquer outro material que não seja o comércio internacional e os valores internacionais para uma produção com maior massa salarial como parâmetro de segurança do capital externo, inclusive.
     Se não bastasse a perda de espaço para a automação, o empregado de hoje, como escravo, tem que ajudar a cobrir as dívidas públicas de governos pródigos. As maiores potências econômicas estão com suas contas comprometidas, essa situação inevitavelmente recaí sobre o trabalhador com a carga tributária que retira da receita salarial anual quase que a metade.
     Quem será capaz de não concordar que o trabalhador é escravo do salário e do governo ? Entendo também que o sistema econômico capitalista ou não é cúmplice de uma doutrina oficial de que o salário pago representa um custo a ser controlado ou eliminado, quando em verdade o salário é o prumo que determinará todos os eventos econômicos. Quando, se um dia ele acabar, voltaremos a viver nas cavernas.
     Eu não duvido.   

sexta-feira, 30 de março de 2018

O ÓRFÃO DE TODAS AS DOUTRINAS

     A doutrina socialista padrão vê a produção como um meio de se alcançar o lucro, e que isso só será possível com os esforços dos trabalhadores. Essas ideias socialistas foram fortemente formuladas a partir do século XIX, e sobressai entre elas a de que a economia analisa a formação da riqueza distintamente das classes de trabalhadores na sua formação.
     Santo Tomás de Aquino (século XIII) e mais tarde David Ricardo ( 1818 ), antes de Mark, já traziam em seus pensamentos a teoria até hoje consagrada que na formação da produção o lucro ficaria com o arrendatário, e o salário seria a compensação tão somente pelo esforço do trabalhador. Isto é, nesse entendimento não há renda no salário, e por isso quando a renda nacional aumenta com a associação do salário, nessa riqueza haverá uma participação salarial decrescente. É a mesma ideia básica para a nossa realidade do desemprego produzido pelo crescimento tecnológico na produção, provoca a alta da riqueza nacional com a menor participação salarial do trabalhador na contra-mão da maior concentração da renda.
     Cabe essa reflexão sobre a injustiça do valor do trabalho, por mais que se tenha tentado justiça com o surgimento das corporações sindicais. O trabalhador sempre foi visto pelos formuladores de doutrinas como o colaborador da produção sem condições de comprar o produto do seu esforço, por maior que tenha sido ou venha a ser a valia do seu trabalho.
     

segunda-feira, 26 de março de 2018

AS CAUSAS DAS DERRUBADAS DOS IMPÉRIOS

     A natureza política e o pensamento jurídico, através dos tempos, escreveram o processo histórico da sociedade e das ideias econômicas. Contudo, a mudança da história serviu apenas para narrar a repetição dos fatos. Tomamos como exemplo a queda do Império Romano, quando a corrupção das autoridades públicas, o domínio da injustiça e a decadência da economia arrastada por uma política tributária sufocante, acabaram com um poder que durou mil anos.
     Como não atribuir à luz da História para o que acontece no mundo de hoje, aquelas mesmas causas. E  mais, se quisermos justifica-las ou concluir que o sistema econômico vive acorrentado à política e a lei vigente, e ambas representam e são os pilares da base organizada da sociedade, desde as " Leis das 10 tábuas ", somos levados a deduzir que os conceitos da economia, também, se evoluíram na forma, na diversificação e no volume, pouco mudou na sua estrutura de pensamento, porque afinal, os elementos que compõem a essência humana são também os mesmos. 

domingo, 25 de março de 2018

LONGE DA PERFEIÇÃO ESTÁ O MODELO ECONÕMICO MUNDIAL

     As divergências sempre existiram sobre a política econômica perfeita para a condução do mundo de forma justa. Não podemos mais nos ater a atual forma de justiça, fazer política é jogar no campo repleto de interesses, fica difícil vislumbrar nesse meio alguma coisa que se assemelhe à justiça. Sempre foi assim, desde pelo menos aos primeiros pagamentos feitos com os dáricos persas que pesavam 130 gramas de ouro.
     O sistema econômico mundial até hoje usa o dinheiro existente no mundo inteiro aos interesses espúrios, é sabido do volume aplicado nas áreas bélicas, também na formação de capital fixo fora do alcance das camadas mais pobres da sociedade, ou na aquisição estratégica de forma incorporativa nas sociedades anônimas e ainda na composição de oligopólios presentes nos países de economias subdesenvolvidas.
     Qual a justiça no investimento externo para exploração da riqueza mineral de um país pobre para abastecimento de uma economia rica ?
     Qual é a justiça do investimento externo na manutenção das commodities que comercializam o alimento barato vendido    pelos países pobres para os ricos ?
     Qual é a justiça no aluguel de patentes estratégicas para o desenvolvimento social a um país subdesenvolvido ?
     Qual é justiça do direito de veto de uma minoria sobre uma escandalosa maioria em questões de soberania nacional ?

     Este é o modelo atual.

sábado, 24 de março de 2018

O ADARCÃO DO SÉCULO VII ANTES DA ERA CRISTÃ

     Acreditá-se tenha sido a primeira moeda, usada pelos persas, trabalhava-se por ela e por ela se media a quantidade e o valor do trabalho. Hoje isso acabou. Não se trabalha mais pelo dinheiro e pela posse dele, a mentalidade está sempre concentrada em consumir, somos educados para isso!
     A grande conquista do sistema foi virar os papeis das representações ou dos valores reais existentes naqueles que tem em mãos a moeda e naqueles que tem a ânsia por consumir. O dinheiro não é mais o objetivo do trabalho realizado, trabalha-se para adquirir tão somente o poder provisório de consumir, a satisfação maior está nesse poder, nessa condição. Fomos, por causa disso, transformados em meio e não o fim do pensamento econômico, passamos a fazer parte como fator de produção. Um elemento quando o capital é realizado em um projeto é visto indiferentemente na expectativa do prognóstico que será produzido pela sociedade.
     E o dinheiro, e a moeda ? O bem físico representativo do que fui capaz de produzir, o esforço da minha vida inteligente que MARK tão bem definiu como "mais valia do trabalho", não se acumula mais aquilo que seria a medida moral do trabalho. A substituição da moeda física pela virtual ou escritural, tirou do cidadão o sentimento do principal fundamento econômico : aquele que tem a posse do dinheiro está habilitado de definir o ruma da sua vida, pois a quantificação monetária é a própria dimensão da economia.
         

quarta-feira, 21 de março de 2018

AS AMENIDADES DO FÓRUM DA ÁGUA

     Como discutir no fórum os 113 trilhões de litros de água exportados anualmente nos grãos da soja brasileira e os 300 mil litros de água na produção de apenas uma tonelada de aço semi acabado ? Como discutir o reflorestamento de 50%  de terras degradadas com " espécies exóticas ", isto é, com  lavouras de produção comercial de eucalipto? Como discutir sobre a previsão de consumo de alimentos em 50% da produção mundial, que a Ásia precisará nas próximas duas décadas ?
     A indústria mundial está sob a pressão de uma demanda que não consegue atender, a atividade industrial começou a ser impulsionada a partir de 2015. Estados Unidos, Alemanha e França não conseguem atender as encomendas e o impulso da indústria de transformação, jogam para cima de forma acelerada os índices de atividade desse setor.
     Essa é a realidade da economia moderna, exige-se maior produção para atender uma necessidade que não diminuí, e por causa disso não diminui também a necessidade de consumo de água. São questões que trazem em seu bojo um ele mento desconhecido, também chamado de "mão oculta" : a inflação gerada pelo aumento do custo de consumo da água no sistema produtivo mundial, terá um efeito multiplicador em toda a sociedade.
     Pior que ser pessimista em relação ao futuro é não gostar daquilo que vê.









terça-feira, 20 de março de 2018

O PROBLEMA DA ÁGUA VISTO POR UMA AVESTRUZ

     A agricultura e a água são virtualmente a base da vida. Sendo assim, a comunidade política internacional se vê obrigada a manter regras severas na proteção dos países produtores de alimento. O setor agrícola se tornou o êmulo que move o mundo, justamente por ser vital junto com a água. Poderia até afirmar, e não me preocupo em errar de que a água move toda a economia em nossa volta sem a menor atenção para as reais necessidades de sobrevivência.
     A previsão de 9 bilhões de pessoas precisando se alimentar pelo menos uma vez por dia nas próximas duas décadas, estabelece um contingenciamento dos programas dos órgãos internacionais sobre os investimentos nos projetos dirigidos às aberturas de novas fronteiras agrícolas nos países em desenvolvimento. Nesses países esse setor sobre sai e por isso se tornam mais frágeis aos interesses políticos na exploração ilegal das terras próprias, de solo fértil para o primeiro arado.
     A dependência mundial pelo alimento é um combustível estimulante contra a obediência aos códigos florestais. Basta saber que no Brasil discute-se sobre a margem ciliar dos rios em 30 metros nas áreas agrícolas cujas propriedades ultrapassam com facilidade centenas de milhares de hectares. A ambição agrícola e pecuária ameaça reservas indígenas brasileiras ainda isoladas, o avanço da grilhagem sob as vistas do poder público não representa os anseios de ninguém.
     A meu pequeno ver, se não quisermos fazer como a avestruz, só existe um jeito : consumir menos e poupar. Adaptarmos ao retrocesso que a vida moderna nos obrigou. Retroceder para poder avançar !